Ténèbres Lady (Em Revisão)

Capítulo 7

Ele novamente tinha aquele cheiro. O cheiro de cravo e canela. Não sei como ele consegue. É impressionante como aquele aroma chamava-me atenção. Atraia-me bastante.
Entramos no cinema, senti cheiro de pipocas. Nada mal assistir o filme comendo pipocas. O Daniel percebeu que estava a prestar atenção em outro lugar ao invés da bilheteira.
- Pessoal! Que tal irmos comprar pipocas antes de irmos assistir o filme?- disse ele.
Parecia até que estava lendo os meus pensamentos.
- Boa ideia. Vai com a Dafny comprar enquanto eu e o Tony compramos os bilhetes.- disse a Ary com sorriso no rosto.
Conheço bem aquele sorriso. Está tentando empurrar-me no Dany. Que sem noção. Mereço coisa melhor.
- Porque não vamos nós as duas comprar pipocas enquanto eles ficam aqui na bilheteira, ham?- perguntei-lhe.
- Ué! Não me digas que estás com medo de mim? Eu não mordo não.- disse o Dany.
Mas que raiva! Quem ele pensa que é! Está sentido-se a última bolacha do pacote. Melhor ele tomar cuidado porque as vezes as últimas bolachas do pacote vem quebrada.
- Ei! Claro que mordes! Porque achas que tens dentes? Para ver ou respirar? Que idiotice da sua parte.- disse-lhe bem humorada.
Ele deu uma gargalhada. Não parava de olhar para mim. Que irritante.
Mas por fim falou:
- Eu mordo se tu quiseres. E olha que não seria nada mal morder uma gostosura como tu. Então vamos ou não?
Palhaço! Queria dar-lhe um soco na cara para deixar de metido e convencido.
- Olha que, no dia em que eu deixar-te morder-me podes apostar que vou estar louca! Vamos antes que eu quebre a sua cara!- disse-lhe furiosa.
- Só se for louca de amores por mim.- disse ele tentando provocar-me. Só que eu não respondi-lhe.
- Deixem de melação e vão comprar as pipocas logo!- disse o Tony.
Estavamos caminhando em direcção a lanchonete, quando a Ariadny gritou-nos, dizendo:
- Queremos pipocas docê e Coca-Cola.
- Ok.- gritei-lhe em resposta.
Enquanto caminhavamos estava um silêncio entre nós e eu resolvi quebra-lo.
- A sua namorada está bem?
- Namorada? Mas que namorada?
- Não finja-se de desentendido. Aquela rapariga da festa. Como é o nome dela mesmo?
- Ham! Você está falando da Deborah?
- Exactamente! Isso, Deborah. Como ela está?
- Deixa eu só esclarecer uma coisa, ela não é minha namorada em primeiro lugar. Segundo, ela está com um braço quebrado mas está bem.
- Não era minha intenção machuca-lá. Estava cheia de raiva e foi ela quem começou.
- Deu para perceber que você estava cheia de raiva. Quase matou a garota. Não fez isso por pouco e graças a sua amiga.- ele sorriu. Aquele sorriso lindo que quando vejo fico que nem uma manteiga derretida.
Estou começando a gostar dele, do jeito dele. Ele é encantador.
- Humm.... Ela parece gostar de você, a tal ponto de brigar por você.
- Nah.... Ela é assim mesmo, meio estoirada, mas no fundo ela é uma boa pessoa. Nem liga.
- Meio estoirada? Só meio? Acho que ela é totalmente estoirada. No fundo eu também sou uma boa pessoa.- falei sendo sarcástica.
- E quando vou conhecer esse seu lado?
Agora ele mudou o tom da voz ao falar isso.
- Desculpa. Acho que não percebi.- dei uma de desentendida.
Ele parou no meio do caminho. Eu também parei.
- Eu só levo patada de você. Se você reparar bem a única vez que você falou comigo sem fazer piadinhas ou algo do tipo, foi num só mero momento na festa e olhe lá. Eu quero ser seu amigo e não o seu saco de boxe. Eu sei que as vezes provoco mas enfim, é que eu não resisto.
Interrompi-o dizendo:
- As vezes? Só as vezes?
- Ok.... Na maioria das vezes, pronto. Mas mesmo assim, eu não quero que a gente brigue, discuta ou algo do género. Eu quero que a gente jogue conversa fora, brinque e tudo mais. Dá para sermos amigos?
- Uhau!! Fiquei surpresa agora. Nem sei o que dizer-te.
- Diga apenas que seremos amigos, nada mais.
- Tudo bem então. Amigos?- dei-lhe a mão para que ele apertasse em resposta. E foi isso que ele fez.
- Amigos. Agora vamos comprar as pipocas e os refrigerantes?
- Quem chegar por último é uma galinha velha.- dizendo isso, saí correndo e ele veio logo atrás.
Parecíamos duas crianças bobas brincando no meio da multidão. Chegamos na lanchonete pedimos duas pipocas docê para a Ariadny e o Tony, duas salgadas para mim e para o Daniel e quatro Coca-Colas.
Eu levei as pipocas e ele os refrigerantes. No caminho de volta começamos a conversar novamente só que dessa vez foi ele quem puxou o assunto.
- Então? Você tem namorado?- ele perguntou meio sem jeito.
- Porque? Quer se candidatar?- dei uma gargalhada.
Ele ficou mais sem jeito ainda. Depois respondeu, ou melhor, perguntou:
- Porque? Não teria chances?
- Hahahahahahaha.... Você? Ter chances comigo? Deixa eu pensar. Humm....- dei uma de pensativa.- Talvez. Porque não?
- Bom saber que tenho chances contigo.
Estávamos quase chegando junto da Ariadny e do Tony. Estavam na maior melação. Ainda tinha que passar por aquilo a noite toda.
- Pessoal, chegamos.- disse.
- Credo! Caíram ou estavam fazendo as pipocas?- perguntou o Tony.
Todos nós rimos. Tenha graça.
- Aé! Porque você não foi lá ver ou nos ajudar, ham? Assim não teria que esperar tanto.- disse o Dany.
Todos nós rimos novamente. E eu completei dizendo:
- Nah.... Ele não foi porque não tinha nenhum quarto a vista. Deve ser por isso.
Todos desataram a rir. E a Ariadny disse por fim:
- Quê que é isso Dafny? Você pensa tão mal de nós assim?
- Ué! Só falei a verdade gente. Onde está a liberdade de expressão?- disse.
- Grande liberdade a sua.- disse a Ary.
- É que eu não fui lá ver ou ajudar porque não queria ficar segurado vela nenhuma.- disse o Tony.
- As únicas pessoas aqui que estão segurando vela sou eu e o Dany.- disse-lhe.
- Ahmram, sei.- disse a Ary.
- Epa! Pessoal, o filme já vai começar é melhor irmos entrando não acham?- disse o Dany.
- Também acho. Vamos?- falei.
Depois disso todos nós dirigimos para a sala do filme. E entramos.