Capítulo 10

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Amanheceu. O dia estava realmente belo. Perfeito para um passeio no mar.
Só que eu acordei meio sem ânimo hoje. Depois do sonho de ontem a noite, praticamente não consegui dormir direito.
Dormia e acordava, dormia e acordava. A noite toda.
O que mais me impressionou foi ter sonhado com o Daniel e o Tony. Com a Ariadny também, mas tipo a Ary eu conheço faz tempo, agora já o Tony e o Daniel. Nem conheço os dois direito.
O que aquele sonho poderia querer dizer? Porque sonhar algo tão ruim com pessoas tão boas? Quer dizer a Ariadny é boa porque a conheço, mas os rapazes também me parecem boas pessoas.
Só de pensar nisso sinto calafrios a percorrer o meu corpo todo.
O meu estômago resolveu se pronunciar. Estava faltando pouco para o meio dia.
Levantar da cama foi um grande desafio, pois o meu corpo queria ficar deitado mas o meu estômago queria mesmo era ir para a cozinha.
Fui até à casa de banho fazer a minha higiene, depois sai só de pijama mesmo e desci directo para a cozinha.
Encontrei a minha mãe a preparar o almoço já.
- Boa tarde dorminhoca. Dormiu bem? - ela estava de frente do fogão mas quando cheguei ela se aproximou de mim depositando um beijo em minha testa.
- Na medida do possível. Digamos que dormi razoavelmente bem. - não queria entrar em detalhes sobre a noite de ontem então resolvi mudar de assunto - O que temos no cardápio de hoje madame?
- Humm.... Hoje sugiro lasanha para o almoço que tal mademoiselle?
- Não acredito mãe. A senhora sabe que AMO lasanha.
- Exactamente meu amor. Depois da noite de ontem acho que merecias um pequeno agrado. - pelo menos aquele pesadelo serviu para alguma coisa, pensei. - Falando da noite de ontem, como foi a festa de sexta-feira e o vosso sábado?
Uma coisa é óbvio, não vou dizer para minha mãe que briguei na festa e muito menos que a Ary teve um encontro romântico com um rapaz que conheceu em menos de 24 horas e que eu estava segurando vela junto com o amigo do "namorado" da Ariadny.
- A festa foi muito boa e no sábado fomos para o cinema.
- Espero que não tenham exagerado na bebida senhorita. - disse ela um pouco receosa mas eu acabei rindo.
- Claro que não mãe. Deixa de ser paranóica. - disse ainda rindo.
- Olhe lá como fala comigo mocinha. E que filme viram no sábado? - perguntou ela só por curiosidade mesmo. Já eu acabei engolindo em seco. Porque eu não lembrava do nome do filme.
Ou melhor, eu nem lembro muito bem do filme.
Minha mãe me olhou curiosa pela demora em minha resposta e por ver minha cara de confusa. Apressei por falar pois agora a minha mãe me encarava desconfiada.
- Não lembro do nome do filme mas é interessante. Gostei de ter ido ao cinema, com certeza não foi em vão nem dinheiro jogado fora.
- Humm.... Foram somente as duas? - mas porque raios estávamos tendo essa conversa? Precisava era mudar de assunto mesmo.
- Se a senhora considera o ar como companhia, tudo bem por mim.
- Deixa de brincadeiras e responde logo menina. - sério que ela quer saber mesmo? Tenho a certeza que não iria gostar de saber a verdade.
- Claro que fomos sozinhas mãe. Quem a senhora acha que iria connosco? - pergunta errada.
- Não sei. Algum namorado novo talvez. - ela só pode ter uma bola de cristal aqui em casa. Só pode. Porque tanta insistência nisso? E logo agora que estou faminta.
- Mãe, deixa eu esclarecer uma coisinha para a senhora. Se eu ou a Ariadny tivéssemos algum namorado a senhora seria uma das primeiras a saber, ok? Então deixa de ser tão paranóica em relação a isso.
- Só não quero que sofras meu bem. Nem você nem Ariadny. Sabes que eu considero ela como uma filha para mim.
- E eu como uma irmã. Então esquece esse assunto que estou morrendo de fome. Sério mãe, esse cheiro está me matando. - rimos as duas. Não queria discutir agora. Não agora.
Apesar de ser um tanto desafiador discutir com a minha mãe mas a fome era maior. Bem maior para falar a verdade.
Mas o que ela queria dizer com o "Só não quero que sofras meu bem. Nem você nem a Ariadny."
Será que ela se referia ao meu pai? O que será que deve ter acontecido com ele.
Desfiz dos meus pensamentos e comecei a preparar o sumo de pêra.
O almoço já estava pronto e eu mais pronta ainda para ataca-lo.
Sentamos na mesa e minha mãe começou a me servir enquanto eu enchia os nossos copos de sumo.
- Então filha? Preparada para o regresso das aulas?
- Não vou dizer que estou super empolgada porque não estou. Mas tenho saudades dos meus amigos e colegas. Daquele ambiente, sabe? É agradável, como uma segunda casa ou melhor terceira, porque a minha segunda casa é a da Ariadny.
- Eu te entendo meu amor. Mas foco nos estudos, que eles são muito importantes.
- Claro mãe, sempre.
- E nada de arranjar confusões filha, estou falando sério. Senão isso eu pode te prejudicar.
- Já sei disso tudo mãe. Só que agora vão entrar novos alunos porque o colégio foi expandido.
- Por isso mesmo que estou te alertando. Nunca se sabe.
- Ok mãe, ok.
Terminamos de almoçar e eu me ofereci para arrumar a cozinha ao menos.
Depois de tudo limpo fui para sala ver TV. Minha mãe já tinha ido para o seu quarto.
Não encontrei nenhum programa que realmente me interessasse e subi para o meu quarto. Deitei na cama imaginando os novos alunos que iriam chegar no colégio amanhã.
Era um colégio particular e caro. Muito caro mesmo. A minha mãe achou por bem me matricular ali, mas por mim não tinha nenhum problema em estudar numa escola pública. Apesar de conhecer bastante amigos ali e tal. Mas sendo decisão de minha mãe não tinha nada a fazer. Minha mãe era engenheira civil e ganhava bem, o suficiente para termos uma vida confortável e feliz.
Ariadny também estudava comigo no mesmo colégio e na mesma classe. Seu pai era empresário. Ela era muito mimada pelo pai.
Algo me retirou dos meus pensamentos. Era o meu celular que estava tocando. Quando vi o número na tela do meu celular não queria acreditar. Era o Dany.
Depois de alguns segundos atendi.

Ténèbres Lady (Em Revisão) Onde histórias criam vida. Descubra agora