Capítulo 11

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O Daniel abriu um sorriso extremamente lindo. Ainda não vi nada que não seja lindo nele.
É o seu cheiro que a cada momento que sinto que me faz ter arrepios, agora é o seu sorriso que me deixa boa. Acho que estou me apaixonando por ele. Eu apaixonei apenas uma vez na minha vida. Ele chamava-se Bruno. Era alto e moreno, olhos castanhos escuros. Sempre foi super fofo comigo. Só que teve que mudar de cidade por causa do trabalho dos pais, aí já viu né, terminamos o namoro de 1 ano e três mês. Foi muito difícil pra mim no começo mas acabei me acostumando e eu tinha a Ary sempre do meu lado me consolando e dizendo que eu ia encontrar alguém melhor e que iria me fazer feliz. Mas eu não amei mas ninguém depois dele. Porque ele me marcou muito. Ele era o meu porto seguro quando eu precisava desabafar os meus problemas e a minha luz do dia quando compartilhava as minhas alegrias. Também ele foi o meu primeiro amor, acho que isso influência um pouco também, sei lá.
Mas será que o Daniel é esse cara que a Ary sempre dizia que eu iria encontrar. O cara que sempre estaria do meu lado para o que deve e vier, não que o Bruno nunca esteve. Mas agora tudo o que eu menos queria era me apaixonar. Tinha outra coisa em foco. Encontrar o meu pai. E uma paixão agora acho que só iria atrapalhar.
- Hello! Dafny acorda! - falou a Ary tirando-me dos meus pensamentos.
- Desculpa gente. Estava meio aérea. - falei um pouco envergonhada pelos pensamentos que estavam passando na minha cabeça.
- Deu pra perceber. Mas agora você precisa é de ficar aqui. Bem junto da gente e curtindo o seu último dia de férias. Com os pés fincados no chão. Seja o que você esteja pensando esqueça só por agora, ok? - disse o Dany. Como ele consegue ser ainda mais lindo a cada minuto que vejo para ele. Só pode ser feitiçaria.
Mas agora queria me concentrar naquele momento, no agora, deixar o resto parar trás e seguir em frente, nem que seja só por algumas horas.
- Não se preocupe, agora só existe Deus e nós. E quero muito aproveitar cada momento.
- Imagine eu amiga. Acordar cedo não estava nos meus planos.
- Não estava no plano de ninguém amor. Mas se for pra gente ser alguém na vida vai ter que ser assim mesmo.
- Pô, fala sério. Não era pra existir essas porras todas não. - cara foi mesmo a Ariadny que falou isso? Ou será que estou delirando? Meu Deus do céu! Acho que a minha amiga foi abduzida. Ela nunca, tipo nunca mesmo ia falar assim do colégio. Muito pelo contrário, ela ama o colégio ou talvez amava. Ela sempre dizia que amava o colégio só pelo simples facto de não trabalhar e viver da mesada do pai. Essa não é literalmente a Ariadny que conheço.
- Ariadny, você tá com febre ou algo do género? - ela acabou rindo da minha pergunta.
- Óbvio que não sua louca. Só acho que as capacidades dos alunos não deveriam ser avaliadas a base de testes, só isso. O que eu posso ser ruim na teoria posso ser óptima na prática. - que belo discurso ela fez.
- Bom, sendo assim, eu concordo plenamente contigo. Eu sou um exemplo bem claro disso. Sem modestia, mas eu sou óptima nas disciplinas de química, física e ciências na prática. Adoro fazer experiências em laboratório e tal, agora nos testes teóricos tenho que me esforçar muito pra ter no mínimo 16. Mas quando chega as aulas práticas de educação física, cara, estaca zero pra mim. Mas me dá um teste teórico de qualquer modalidade desportiva, que eu tiro 18 de cara. - falei.
- É isso ai, eu sou completamente o oposto dela. Nos testes teóricos de química, física ou ciências mando bem pra caramba, mas chego nos laboratórios fico perdidinha. Mas nos testes teóricos de educação física a história é bem outra, fico que nem uma barata tonta, sem saber por onde começar. Mas nas aulas práticas sou maravilhosamente óptima. Adoro fazer exercícios físicos sabe, além de ser bom pra saúde da gente, ajuda a manter a silhueta em forma. Mas mesmo assim ainda eu continuo amando o colégio. - essa agora é a Ariadny que eu conheço.
- É... A gente se completa. E também é por isso que estudamos juntas pros testes e não só. - disse colocando a mão no ombro dela.
- Quando as aulas começarem não vamos ter tanto tempo pra curtir assim como nas férias, ou a gente tá ocupada pra fazer o dever de casa, ou estudando pra algum teste, sei lá mas a gente vai estar ocupada, pode apostar. - nossa a Ary não quer que as férias acabem mesmo.
- Nossa, é tão lindo o amor que vocês sentem uma pela outra. Parecem até irmãs. - disse o Tony.
- Somos mais que muitas irmãs que andam por ai viu. Pode não ser de sangue, mas se uma precisar dar pra outra não tem o menor problema. - oh, ela foi tão fofa agora. A Ary tá filosofando bonito hoje hein.
- Eu e o Dany somos muito parecidos com vocês.
- O Tony pra mim é que nem irmão. Quando eu precisar da ajuda dele, ele vai sempre estar disponível pra mim.
- Desde que eu me conheço por gente, esse cara foi sempre o meu melhor amigo, melhor dizendo, irmão. - nossa, é tão lindo ver ele falando da amizade deles. Dá pra perceber logo de cara que é verdadeira.
Fomos sentar um pouco mais a frente do quiosque.
Estendemos a nossa toalha de praia no chão e sentamos.
O Tony começou passando o protector solar na Ary, ou seja, tradução, logo, logo ia começar a safadeza.
Eu também comecei a passar protector solar em mim. Não sei se era impressão minha ou o se Dany não parava de me observar. Quando voltava a cara para ele ou estava obvervando o mar ou estava obvervando o céu. Deve ser coisa da minha cabeça, imagina o Dany me obvervando, oh, loucura minha. Em meio aos meus desvaneios acabo soltando uma leve gargalhada e sem querer chamando a atenção dele. - Posso saber o motivo desse lindo sorriso ou seria muito atrevimento da minha parte?
- Imagina... Não é nada demais. - eu podia jurar que já estava começando a ficar vermelha.
- Quer ajuda pra passar o protector? - podia notar claramente um pouco de malícia no tom de voz dele.
Mas não podia negar a ajuda dele assim, sem mais nem menos. Não tinha mal nenhum ele passar protector em mim, além do mais precisava de ajuda para passar nas costas. Que mal poderia haver? Nenhum, certo? Talvez, essa seja a pergunta errada.
- Pode ser. - disse entregando o protector pra ele.
Que mãos suaves, que toques delicados. Meus Deus do céu, o que será que está acontecendo comigo? De repente senti um calor, assim do nada e ao mesmo tempo uma calma. É como se eu tivesse a absoluta certeza que ao lado dele tudo poderia dar certo. Tudo era exacto, até mesmo o sentimento que era abstracto que poderia estar nascendo naquele preciso momento era correcto e muito mais do que certo a sua presença em mim. A cada toque seu uma vibração diferente, a sua atenção em mim é tão latente, que eu deixo a minha emoção tão evidente.
Apaixonar agora literalmente não era a prioridade, pois eu estava procurando a minha felicidade, que era a de encontrar o meu pai. Um homem que na minha memória permanecia sem rosto, mas no meu coração era totalmente o oposto. Tinha grande necessidade de conhece-lo, de vê-lo e toca-lo ao menos que seja só uma vez.
A falta dele em minha vida, é um vazio que precisa ser preenchido.
Eu não posso deixar essa parte oca dentro de mim, preciso prenche-la senão corro o risco de ficar completamente louca.
- Hurmhurm.... Terminei. - acordo para a realidade que estou presente, deixado os meus pensamentos cesarem.
Volto a cara para ele e os nossos olhares se encontram. Era tão penetrante que enchia o meu corpo todo de arrepios.
Ele desce o seu olhar para os meus lábios e a minha respiração fica ofegante. Era quase impossivel lembrar de respirar, era como se o tempo tivesse congelado ali. A minha intimidade começa a ganhar vida. Que grande merda! Ele morde o seu lábio inferior, golpe baixo esse viu! O meu olhar concentrava agora em sem peito, e que peito. Como ele poderia ser tão gostoso assim desse jeito?! Se beleza fosse crime, ele pegaria prisão perpetua sem a menor duvida.
- Pessoal, vamos pra água. - O Tony quebrou a tensão que se instalava ali. Engoli em seco.
- Querem ir com a gente? - perguntou a Ary, mas tinha quase a certeza que foi só para me provocar e que também já sabia a minha resposta.
- Não. Vou ficar aqui pra tomar um leve bronzeado. Quer ir Dany? - perguntei olhando bem no fundo dos olhos deles que permaneciam indecifravéis.
- Não. Vou ficar por aqui mesmo. - era impossivel decifrar algo nele.
- Então divirtam-se. - já um pouco longe gritou a Ary.
O que ela queria dizer com esse "Então divirtam-se."? Conhecendo a Ariadny do jeito que conheço posso imaginar que não seja coisa boa.

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