Capítulo V

42 2 2
                                    

Will ia caminhando em direção ao restaurante, não conseguia parar de pensar em Mary, e por isso tinha que vê-la. Sabia que ela trabalharia naquele domingo, e ainda não tinha tomado seu café da manhã, o que foi um pretexto para poder vê-la.

~~~~~~~~~~~~~~~

Quando Mary chegara no trabalho, Lett já foi logo lhe perguntando como foi o sábado. Lett sabia que Mary tinha encontrado com Will no parque, pois elas já haviam conversado ao telefone.
- Ah, ontem foi até legalzinho.
- Legalzinho? LEGALZINHO? Por favor né, Mary. Você mesmo disse que encontrou o garanhão do Sr. Will.
- É, encontrei mesmo.
- E???
- E o que?
- O que aconteceu?
- Nada demais. Conversamos, lanchamos juntos...
- VOCÊS COMERAM JUNTOS E NÃO ME FALOU NADA? - Lett gritou de tanta animação, dando pulinhos de alegria.
- Ei, ei, ei... não grita que os clientes vão ficar olhando - Mary disse, sorrindo e tentando manter Lett calma - Não foi nada demais. Apenas lanchamos e conversamos.
Mary viu que Lett o olhava com cara de quem tava querendo saber de algo a mais.
- Não rolou mais nada, juro. O George e o Gustav estavam lá.
- O Gustav? Aquele irmãozinho dele?
- Esse mesmo.
- Ele é um fofo, não é?! Sempre achei ele bem parecido com o Will.
- Claro que são parecidos, até porque o Will é...
Lett viu Will entrando no restaurante, e abafando o que Mary falava, ela disse:
- Olha lá, só falar nele que ele aparece.
Mary virou para trás e viu que, realmente, Will entrara no restaurante.
Will escolheu uma mesa, sentou-se e bateu a mão chamando-a.
- Estou arrumada? - perguntou ela à Lett.
- Está sim - Lett respondeu, sorrindo - sabia que eu tinha razão, você está caidinha por ele.
- Não estou, não.
- Claro que está. Agora vai lá atender seu príncipe - disse sorrindo e empurrando Mary.
Arrumando o cabelo, Mary foi até a mesa em que Will estava.
- Bom dia, Sr. Will.
- Bom dia, Mary. E pare de me chamar de senhor, pra você é só Will.
- Ok. - disse sorrindo e abaixando a cabeça. - O que você vai querer?
- Dois ovos, torradas e café.
- Mais alguma coisa?
- Sim. Seu número.
Mary não sabia o que dizer, então sorriu e, olhando para o chão, confirmou com a cabeça e saiu.

~~~~~~~~~~~~~~~

Mary se olhava no espelho, passando a mão toda hora pelo seu vestido. Fazia muito tempo que ela não tinha ido a um encontro e estava ansiosa. Lett, que estava sentada na cama atrás dela, disse:
- Eu já te falei, Mary. Você está linda, para de ficar se olhando no espelho porque isso está me deixando nervosa.
- Mas... e se ele não gostar? Se achar que eu estou feia?
- Mas você não está, você está maravilhosa.
George entrou no quarto e se jogou na cama.
- Você vai sair pra onde, mãe?
- Sua mãe vai sair com o garanhão do Will Wigth.
- O Will? Aquele Will do parque.
- Exatamente esse, George. E Lett cuidará de você até eu chegar.
- Obaa. - George adorava quando Lett cuidava dele, pois ela adorava uma bagunça e sabia que a noite seria ótima.
A campainha tocou e George foi atender.
- Oi, Will.
- Oi, George. Sua mãe está?
- Está sim. Espera aí que ela já vem. Você quer entrar?
- Não, não. Espero ela aqui mesmo.
Mary saiu do corredor indicando coisas a Lett.
- ... e não deixe ele dormir depois da 00:00, porque amanhã tem aula. Caso ele te implore, pode me ligar.
- Relaxa. E até parece que eu vou atrapalhar sua noite por causa de uma besteirinha dessas.
Já saindo na porta, Mary deu um beijo na testa de George e disse:
- Se comporte, viu mocinho.
- Viu. Boa noite. - e olhando para Will - cuida bem dela e não faça nada demais.
Will riu e disse: -Tá bom. Boa noite, pequeno. - e olhando pela porta - Tchau, Lett.
Com a porta já fechada, ele olhou Mary e falou:
- Você está linda.
- Obrigada. - agradeceu ela, ficando vermelha.
- Ah, trouxe essas rosas para você. - sorrindo, ele entregou-lhe o buquê.
- Obrigada. De novo.

~~~~~~~~~~~~~~~

Will havia feito uma reserva em um dos melhores e mais belos restaurantes da cidade. Quando chegaram lá eles foram levados até a mesa. Já sentados, o garçom veio para anotar os pedidos.
- Boa noite. O que vão pedir?
Olhando o cardápio, Mary falou:
- Vou querer uma lagosta.
- E você, senhor?
- Eu também. E, por favor, me traga o melhor vinho que a casa tiver.
- Sim, senhor. Com licença.
Quando o garçom já havia saído, Will olhou para Mary e falou.
- Eu já te disse que você tem o sorriso lindo?
Mary olhou para as suas mãos, com vergonha e sorriu.
- Então. Você ficou sabendo de mim e do Gustav... seria audácia da minha parte se eu te perguntar o porque você e seu ex-marido se separaram?
- Ãh... tudo bem. Bom, nós éramos muito felizes, saíamos muito, não vivíamos separados, até que o George nasceu. No começo ele ficou estranho mas logo se acostumou... Mas tudo começou quando o George fez cinco anos, algum tempo depois do seu aniversário, Laric começou a bater em mim. Claro que era em momentos que o George não estava, então eu só continuava com ele para o George não saber e não sofrer. Mas depois de quatro anos apanhando, ele começou a bater no George também, ele nos ameaçava dizendo que, se contassemos a alguém, ele nos mataria. - Mary começou a ficar com a voz embargada, e não percebia que saía lágrimas dos seus olhos.
- Se não quiser contar, tudo bem. Eu entendo. - Will disse pegando a mão de Mary.
- Não, tudo bem. Vou continuar.
" Eu e o meu filho ficamos com muito medo e suportamos isso por mais um ano. Depois não aguentamos mais, acabamos denunciando Laric para a polícia e ele foi preso, foi quando nos divorciamos. E sabe, até hoje eu tenho a marca em minhas costas da sua primeira violência."
- Sabe, você é uma ótima mãe. Sei que foi difícil pra você proteger o George, mas você fez tudo que podia.
Depois desse assunto delicado, eles conversaram sobre assuntos aleatórios para descontrairem e cinco minutos depois o jantar foi servido.

~~~~~~~~~~~~~~~~

Eles estavam em frente ao apartamento dela, pois estavam cansados e decidiram voltar cedo para casa.
- Me divertir muito essa noite. - Will disse sorrindo para ela.
- Eu também. - disse ela retribuindo o sorriso.
Will não conseguia parar de olha-la, ainda mais agora que sabia da sua verdadeira história, um fato que fez com que ele se apaixonasse mais.
- Então... Boa noite. - Disse ela dando-lhe um beijo na bochecha.
Então Will simplesmente virou o rosto e tocou seus lábios nos dela. O coração dele disparava, parecendo que ele havia corrido uma maratona. Ele sentiu os braços dela abraçando seu pescoço, sinal de que ela havia correspondido. Ele não queria parar, havia esperado muito tempo por aquilo. Os lábios macios dela se encaixavam perfeitamente nos seus, suas línguas se mexiam em sintonia uma com a outra. Ele colocou uma mão sobre o pescoço dela, puxando-a mais para perto. Queria poder sentir seu corpo, tocar-lhe com um desejo que jamais tocou em alguém. Seus pensamentos estavam a mil...
- Calma, calma. - Mary se afastou e juntou as suas testas, fazendo com que seus olhares se cruzassem. - Estamos indo rápido demais.
- Ok. Tudo bem, não me importo a velocidade, sendo que você seja só minha.
Ela se afastou completamente e disse:
- Vamos com mais calma, ok?
- Ok.
- Vamos nos conhecer melhor.
- Certo.
- E vamos ver no que isso dará.
- Tudo bem.
- Então... Boa noite, Will. - dando-lhe um selinho, ela saiu do carro.
- Boa noite. - murmurou ele, sorrindo.

~~~~~~~~~~~~~~~~

Quando Will chegou em casa, ele apena tirou a roupa e se jogou na cama, estava com muito sono. Mas não conseguia tirar da cabeça o beijo que tinha dado em Mary, havia muito tempo que não tinha beijado e ficou com medo de ter feito algo errado. Ela tinha lhe pedido para irem com calma. Será que ela não gostava dele? Não, era impossível, ela havia correspondido seu beijo. Will não conseguia achar motivos para ela pedir para irem com calma, mas sabia que valeria a pena. Com pensamentos positivos, ele deitou e dormiu sonhando com Mary.

Projetos do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora