Capítulo XVIII - Parte 2

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Mais um dia se passara e nada do George melhorar. Os remédios cada dia estavam ficando mais fortes e Mary já não aguentava ver o filho sofrer.

Exatamente uma semana depois que Will se mudara para Londres, Mary descobriu que seu filho estava com Leucemia. Quando descobriram estava no começo, por esse motivo o salário dela ainda dava para sustentá-los e comprar os remédios, mas ela sabia que a cada dia que passava a doença piorava e isso significava que ele teria que fazer tratamento extensivo e que isso ela não iria conseguir pagar.

Tentara algumas vezes telefonar para Will, mas sempre que tentava caia na Caixa Postal e sempre que ele ligava ela nunca podia atender.
Isabel não saia do seu local de trabalho e já havia ameaçado ela de que, se tentasse qualquer contato com o Will, ela mataria seu filho. Coisa que ela não suportaria.

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Daniele estava mexendo no seu netbook enquanto esperava seu marido sair do banho. Teriam um jantar em comemoração ao novo projeto do Will e ela pesquisava na Internet como eram os jantares à qual ele sempre participava, não fazia ideia de como se comportaria, pois sabia que seria um jantal formal com muitos arquitetos importantes de todo o mundo.
Daniele começou a ouvir uma música baixa em algum lugar do quarto, percebendo que a calça do seu marido estava tremendo foi até lá e pegou o telefone.
- Alô.
- Ahm... oi. É o celular do Will?
- Sim. Quem gostaria?
- M-Mary. Com quem eu falo?
- Daniele Wright. Esposa dele.

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Foi como um murro na boca do estômago de Mary quando ela ouviu uma mulher dizer que era a esposa do Will. Do seu Will.
Ela ficou algum tempo sem dizer nada pensando em que momento deixara Will partir, em que momento ela fez algo de errado, algo que Will não havia perdoado. Pensava em como ele havia se casado em menos de um ano que ele tinha se partido.
- Oláá? Tem alguém aí?
- Ur... Sim, sim. Eu gostaria de falar com o Will.
- Ela está no banho neste momento. A senhorita é alguma de suas clientes? Gostaria de deixar algum recado?
- S-sim... Ahm... Avisa ao Sr. Will que sua cliente Mary odiou o projeto que ele fez e que eu não quero vê-lo nunca mais.
Ela desligou o telefone assim que terminou de dizer a última palavra e sentiu seu sangue ferver de raiva.

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Daniele achou estranho aquela ligação. Achava os projetos do Will incríveis, tanto é que as melhores empresas de Londres só contratavam seu marido.
Decidira que não iria preocupar Will com uma ligação sem importância como a daquela mulher. Quem ela achava que era para ligar e dizer uma coisa daquelas?

Eles estavam dentro do carro indo em direção ao melhor restaurante da cidade. Will percebeu o quanto sua mulher estava distante, não olhava em seus olhos e não parava de olhar pela janela do carro. Sabia que ela deveria ter privacidade para pensar no que é que fosse, mas não entendia o porquê ela tinha ficado estranha a partir do momento que ele saiu do banho.
- Ur... querida?
- Sim?
- O que aconteceu?
- O que aconteceu aonde?
- Você está distante.
- Estou bem aqui ao seu lado, seu bobo.
Ele deu um sorriso, sabia que ela estava apenas zombando dele.
- Muito engraçadinha você. Mas... o que está te preocupando?
- Não estou preocupada.
- Está. Eu te conheço, querida.
- Ok... acho que devemos voltar para casa... deixamos a Violet com a Jully e isso está me preocupando.
- Daniele, você está mentindo para mim? A Jully cuida da nossa filha desde que ela nasceu.
- Ur... É que... - ela olhava para suas mãos com vergonha de preocupa-lo por besteiras - uma moça ligou para você quando estava no banho... Eu não sei o porque de eu estar tão preocupada, mas sinto que ela não era apenas sua cliente... Olha, Will... Eu sei que nos casamos não por amor...
- Ei, não diga isso.
- Você sabe que é verdade, Will. E eu acho que você tinha alguém que estava te esperando em Nova York, e eu sei que você deve amar muito essa mulher... então eu só quero que me diga a verdade... tem alguém, não tem?
- Ur... Bem, você tem razão. Tem sim alguém, tem uma mulher ao qual eu amo. Me desculpe, ok?
- Will, não é só você. Não estou fazendo isso por você, assim como você estou fazendo isso por nossa filha. Mas, me diga... qual o nome dela?
- Mary. Mary Tanner.
- Will...
- Sim?
- Foi ela que ligou. Foi Mary.

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Lá fora chovia e Mary sabia que não iria ter previsões para esse trio acabar. Sentia seus pés gelados, mesmo embaixo do edredom quente e marcio. George vivia dormindo, estava delicado como uma rosa. Não sentia mais vontade de comer, a quando comia colocava tudo para fora. A casa dia que passava ele ia piorando, a isso estava matando Mary por dentro. Ela não podia demonstrar fraqueza. Não na frente do seu filho. Ela tinha que ser forte, não só para ela, mas para ele também. Tinha que ser forte pelos dois.

Lett tentava ajudar eles de uma forma ou outra, mas ainda estava de luto por seus pais. Vivia na casa deles quando não estava no emprego e ajudava sua amiga indo à algumas consultas com George.
Ela havia parado de ir a escola à algum tempo, não queria seus amigos tirando sarro por ele estar careca ou muito branco.

Mary não queria que Will soubesse, que ele ficasse preocupado. E as ameaças da Isabel estavam ajudando ela nisso, mas sabia que em algum momento teria que contar a ele. E esse momento havia chegado.
Ela não queria precisar dele, mas estava precisando de uma ajuda financeira, pelo menos para George começar os tratamentos.

- Eai? Ligou para ele?
- Liguei.
Mary queria fugir do assunto, só de pensar em Will casado com outra mulher seu coração apertava de dor.
- Ele vai ajudar?
- Não sei.
- Uai, menina. Você não acabou de dizer que ligou?
- Eu disse que liguei, não disse que falei com ele.
- Eita, menina. Hoje você tá com a macaca, né.
- Ele casou. - Mary balbuciou.
- O-oi? Repete que não ouvi.
- E.L.E. C.A.S.O.U - Mary praticamente gritou soletrando para ver se sua amiga escutava.
- Oh, meu Deus. William casou? E não foi com minha amiga aqui? Ah, mas esse homem vai ouvir poucas e boas hoje mesmo.
- O-o quê? quê que você vai fazer, Lett?
- Defender minha melhor amiga, né.

Lett sentia o sangue ferver e a adrenalina passar pela suas veias. Não acreditava que Will havia feito isso com sua amiga.
Assim que chegou em casa ela pegou seu celular e ligou para ele.
- Alô.
Assim que ela ouviu aquela voz a sua fúria aumentou fazendo com que ela falasse tudo o que tinha vontade. E direito.
- Olha aqui senhor William, se você acha que pode brincar assim com os sentimentos dos outros você está muitíssimo enganado. Não sabe o quanto Mary sofreu quando soube que estava casado. E olha que isso não ajudou muito, pois ela tem estado muito ocupada e preocupada com a doença do pequeno George. Ela ligou para você ontem para ter sua ajuda e seu apoio e quem atende é uma mulherzinha que diz sua esposa. Se você acha que brincar com os sentimentos das pessoas é legal, então procure outra porque eu não vou deixar você nunca mais magoar a minha melhor amiga.
- Le-Lett? É você.
- Claro, Will. Quem mais seria? Ou por acaso tem outras pobres moças a quais você magoou?
- Não. Não tem. O que o George tem?
- Ele está com leucemia.
- O quê? Como assim? Por que não me avisaram?
- Bom... porque não podemos.
- E por quê?
- Porque Isa... ah, por causa de algumas coisas que tem acontecido aqui. Mas, enfim... por que você fez isso com Mary?
- Não estou casado porque quero. Estou porque preciso. Eu ainda a amo, nunca quis magoa-la.
- Tem que ter alguma expllicação.
- E tem.
Will contou tudo que havia acontecido desde o momento em que ele chegara em Londres. Contou da sua nova vida e do seu novo amor, Violet.
Lett começou a entender o seu lado e prometeu-lhe que falaria com Mary.
- Vou mandar uma boa quantia em dinheiro para Mary começar o tratamento do George. Avise a ela, por favor.
- Certo. Então... tchau.
- Tchau. E manda um beijo para ela.

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Lett entrou na casa da Mary e foi direto ao banheiro da sua amiga, que estava tomando banho.
- Quem está aí?
-Sou eu, baby.
- Lett. Você quase me mata de susto.
- Desculpa, menina. Eu preciso te contar... falei com o Will.
- O QUÊ? - Imediatamente, Lett ouviu o chuveiro ser desligado e vou o rosto da sua amiga aparecer por detrás da cortina.
- Eu falei com Will.
- Ai meu Deus, Lett. O que você falou?
- Tentei explicar do porque você não atendia o telefone quando ele ligava. - percebendo a cara de assustada da amiga, ela falou - calma, calma... não falei a verdade. Só disse que está acontecendo coisas que estão o deixando ocupada, e falei também do George.
- Não acredito, Lett.
- Sim. Falei mesmo, eu sei que você não quer ajuda de ninguém em questão financeira, Mary... mas você precisa, e você sabe disso. E ele disse que vai lhe ajudar... acho que até já mandou o dinheiro, ele disse que você pode começar o quanto antes o tratamento do seu filho.
Mary sentiu seus olhos embargarem, e logo em seguida sentiu as lágrimas descerem. Estava com raiva da sua amiga, pois não queria que ela contasse a ele. Mas também estava muito feliz, pois George começaria o tratamento e poderia aumentar a expectativa de vida do seu filho.

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Acontecerá uma grande reviravolta, vcs vão gostar... pelo menos, eu acho.

Bjos no core <3

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