Capítulo VI

28 1 0
                                    

Havia se passado duas semanas desde o encontro de Will com Mary. Porém todos os dias eles se viam, pois Will sempre arrumava uma desculpa para vê-la no trabalho.
Will estava dentro do seu escritório, terminando alguns projetos quando ouviu alguém batendo na porta.
- Entre.
- Senhor, seu pai está aí e gostaria de vê-lo.
- Pode deixar ele entrar.
Jonas entrou a sentou-se, antes mesmo do seu filho convida-lo.
- Bom dia, pai. O que fazes aqui?
- Não posso mais vim aqui para conversar com meu filhote, não? - disse ele abrindo o pote que estava em sua frente sobre a mesa e pegando um biscoito.
- O senhor aceita um café, meu pai?
- Sim, já que é a única coisa que você faz pelo seu velho aqui.
Will pegou o telefone e discou um número que iria dar na recepção.
- Diana, traga duas xícaras de café, por favor.
- Sim, senhor.
Desligando o telefone, Will olhou para o seu pai, e perguntou novamente:
- O que o traz, realmente, aqui?
- Certo, certo... é o seguinte, eu e sua mãe encontramos a mulher certa para você. Uma moça jovem e bonita, de boa família... Sarah, o seu nome.
- Desculpe, pai. Mas a minha vida amorosa não é do interesse do senhor e da mãe.
- É claro que é, William. - disse ele se levantando e olhando sério para ele.
- Não, não é. - falou Will, não prestando atenção em seu pai, pois continuava fixo em seu trabalho. - E se o senhor veio aqui falar apenas sobre isso, acho que já terminamos.
- Olha o respeito comigo, mocinho. Eu te eduquei e lhe dei tudo o que tem até hoje. Então me respeite e faça o que eu mandar.
Will parou de escrever e levantando falou:
- O senhor pode sim ter me dado tudo, porém me roubou a coisa mais preciosa que eu tinha, o meu filho. O senhor e a mamãe me tiraram o que eu tenho de mais importante, não deixarei que me tirem até o meu sentimento, só porque a mulher que escolheram é da mesma religião.
- Você está dizendo que tem outra em sua vida?
- Sim, pai. É exatamente isso que estou dizendo.
Seu pai parou e olhou incrédulo para ele. Estava com cara de quem não sabia mais o que falar, mas isso foi só imaginação do Will, pois seu pai olhou nos olhos e falou:
- Não me interessa quem seja essa mulher. O que me interessa mesmo é que, você querendo ou não, irá hoje à noite para o jantar para escolhermos imediatamente a data do seu casório.
Dito isso, Jonas virou-lhe as costas e saiu sem mais uma palavra.

~~~~~~~~~~~~~~~

- Mary, eu quero que você conheça os meus pais.
Em seu horário do almoço, Will foi ao restaurante aonde Mary trabalhava. Sabia que o que estava fazendo poderia prejudicar a reputação de sua família na frente dos pais da tal Sarah. Sabia também que seus pais ficariam muito zangados, mas tinha que fazer isso. Ele não suportava a ideia de se casar com outra mulher, tinha que ser Mary. Ia ser Mary.
- O-o quê? Will, você está ficando maluco? Conhecer seus pais? Está cedo demais para isso, nós combinamos que iríamos devagar.
- Eu sei, anjo. Mas acontece que meu pai foi em minha empresa e disse que eu iria me casar com uma mulher que ele e a mãe escolheram. Então eu preciso mostrar para eles que a única mulher que eu quero em minha vida é você. - Passando a mão pelo rosto de Mary, ele puxou-lhe mais para perto e lhe deu um beijo.

~~~~~~~~~~~~~~~

- E você simplesmente aceitou?
Lett estava sentada no sofá sa sala de Mary comendo cereais.
- Sim. Ou você acharia melhor dar ele de bandeja a outra mulher? - disse Mary que não parava de andar de um lado para o outro, nervosa.
- Aí meu Deus. Você sabe que está se arriscando né? Quer dizer, vocês estão se conhecendo agora, não sabem no que isso realmente vai dar... tem certeza que quer ir?
- Tenho. Já dei minha resposta à ele, não posso simplesmente desistir e decepsiona-lo.
- Tudo bem. Já que você quer isso, não digo mais nada. - disse Lett passando a mão pela boca, como se estivesse fechando um zíper.

~~~~~~~~~~~~~~~

Às 20:00 em ponto, Will buzinava em frente ao prédio de Mary. Ele estava nervoso, pois não sabia como os pais reagiriam. Pelos seus cálculos ele chegaria mais cedo que Sarah na casa dos pais, contaria aos seus pais que amava Mary e que estava junto com ela. Se desse certo, ele conversaria com Sarah, dizendo-lhe que ele não tinha concordado com aquilo e que tudo fora invenção dos seus pais e, se seguisse o plano que ele criara em sua cabeça, Sarah entenderia.
Mary entrou no carro e lhe deu um beijo.
- Você está gelada. Está nervosa?
- Um pouco.
- Não fique, eu estou aqui com você. Vai dar tudo certo.
- E se não der?
- Não pense no pior. - disse ele, segurando sua mão.

~~~~~~~~~~~~~~~

Quando Will estacionou o carro na garagem da casa do seu pai, Mary estava mais nervosa do que nunca. Mary havia pedido para eles desistirem, para eles voltarem para casa e fingir que nada tinha acontecido. Mas Will dizia que não e insistia que fossem até o fim.
Quando sua mãe atendeu a porta, ela perguntou quem era a mulher que estava com ele, e entrando, ele disse:
- O nome dela é Mary, e é a mulher ao qual eu quero que fique comigo.
- Eu não acredito que você fez isso comigo e com seu pai, Will. Logo hoje que você vai conhecer a Sarah?!
- Eu não o culpo por ficar brava, mãe. Mas vocês não podem querer mandar na minha vida pessoal... vocês já mandam até demais em mim, não acha?
- Não. E por favor, retire essa moça daqui.
- Não, enquanto eu estiver aqui, ela também ficará.
- Will - Gustav veio correndo e pulou em seu colo, abraçando-o - a mamãe disse que você viria hoje. Mas eu não sabia que você ia trazer a Mary.
- Oi, Gustav. - disse Mary, acenando.
- Oi, Mary. Quer conhecer meu quarto?
Gustav não dando tempo para Mary responder-lhe, ele desceu do colo do Will e começava a puxar Mary para leva-la ao quarto.
- Vem conhecer meu quarto, por favor.
Rute, vendo a cena, soltou Gustav de Mary e disse:
- Ela não vai a lugar algum. Ela não é bem-vinda aqui na minha casa. Por favor, se retire.
Mary ficou abismada com o que tinha ouvido, mas saiu, pois não queria briga com a família do Will.
Will saiu logo atrás, mas antes ele virou-se para sua mãe olhando-a com o olhar de mágoa e foi em direção ao seu carro.

Projetos do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora