Se passara um mês desde à noite em que Will contara sobre Mary a seus pais. Ele não entrara em contato para saber se os pais haviam pensado sobre o assunto, e seus pais fizeram o mesmo. Parecia que um evitava o outro.
Na manhã de sexta, Will planejara pegar o Gustav para irem ao cinema mais tarde, ele chamaria Mary e George também. Seria como um passeio em família.
Assim que chegou na empresa, pediu Diana para que ligasse aos seus pais avisando que passaria às 19:00 para pegar o Gus.
Estava olhando algo no computador, quando Diana bateu na porta.
- Entre.
- Senhor? Os seus pais mandaram avisar que o Gustav não está mais aqui.
Will, levantando da sua cadeira, perguntou:
- Como assim não está mais aqui?
- A Sra. Rute disse que ele foi mandado para um internato para garotos. Na Europa, senhor.
O mundo de Will desabou. Ele não sabia o que fazer.
- Certo, Diana. Pode ir. Obrigado.
Assim que Diana fechou a porta atrás de si, ele pegou o celular e ligou para a casa dos seus pais.
- Bom dia.
- Laís, minha mãe está?
- Ah, olá Sr. Will. Está sim, espera um momento que eu vou chama-la.
- Fala que é urgente.
- Certo. Com licença.
Will esperava nervosamente com seu celular no ouvido, andando de um lado pro outro, nervoso.
- Will? Aconteceu alguma coisa, meu filho?
- Se aconteceu alguma coisa? É CLARO QUE ACONTECEU. VOCÊ MANDOU O MEU FILHO PARA A EUROPA.
- Calma, Will. Vamos conversar civilizadamente.
- Você manda o meu filho para fora sem minha autorização e ainda quer conversar?
- Em primeiro lugar: eu sou sua mãe, então me chama de senhora e não de você. Em segundo lugar: sendo sua mãe eu sei o que é melhor para você e para o meu neto.
- Não sabe, não. Eu já sou um adulto e EU sei o que é melhor para mim e para o MEU filho. E VOCÊ perdeu meu respeito a partir do momento que expulsou eu e minha namorada da sua casa.
- Ei, eu não expulsei você de minha casa, Will. E sim a sua namorada. Você saiu porque quis.
- Você está tentando fugir do assunto. Eu quero saber o nome do Colégio pra onde vocês mandaram o meu filho.
- Tudo bem. Você é pai do garoto e tem o direito de saber para onde ele foi. Mas não vai tira-lo de lá. Lá é o melhor lugar para ele, não aqui em meio a essa confusão que o pai dele se meteu.
- Eu não me meti em nenhuma confusão. Você fala isso pelo motivo de eu estar feliz com uma mulher que não é Judia?
- Sim.
- Pois saiba que eu não trocarei meu sentimento por uma mulher só pelo fato de ela ser da mesma religião ou ser de boa família.
- Me diz, Will. O que faz esse mulher ao qual você se apaixonou?
- Ela é garçonete, por que?
- Garçonete? Meu filho, não o criei para ficar com uma garçonete. Olha a Sarah... ela é uma bela mulher, e além de vim de uma boa e tradicional família judaica ela ainda é Advogada.
- Eu não me interesso pelo que ela faz da vida, mãe. Eu me interesso pelo o que ela é, o jeito que ela trata eu e meu filho, o que ela sente por mim. Me desculpa, mas eu não mudarei minha concepção de ver o mundo só porque você e o pai querem.
- Tudo bem, Will. Não avisarei mais nada, fique com quem quiser. Mas ela ainda não é bem vinda aqui.
- Certo. Agora me passa o nome do Colégio que o Gus está. - disse ele, impaciente.
- Internato para Garotos West... Will, só não faça nenhuma besteira.
- Tá. Tchau.
- Tchau.~~~~~~~~~~~~~~~
- Vou para Europa.
- O quê? - Mary disse, assustada - Vai fazer o que lá?
- Vou ir buscar meu filho. E contar a ele que eu sou seu pai.
- Peraí... o Gustav? Mas o que ele está fazendo na Europa?
- Meus pais.
Não entendendo nada, Mary disse:
- Seus pais o que? Estão viajando com ele?
- Não, Mary. Meus pais o mandara pra lá... para um Instituto de garotos lá.
- Mas... eles não podem fazer isso... e sem a sua permissão?
- Sim, fiquei sabendo disso hoje mais cedo.
- E você sabe o porquê mandaram?
- Por causa de você... quer dizer, de nós.
- Espera um minuto... Deixa eu raciocinar - depois de um bons minutos sem falar nada, ela continuou - Você está me dizendo que seus pais mandaram seu filho para Europa por causa da nossa relação?!
- Sim. É exatamente isso que eu estou dizendo.
- Mas eu não entendo...
- Eu também não, Mary. Mas não deixarei meus pais se meterem em minha vida. Não depois de terem mandado meu filho para longe de mim.
Mary não sabia mais o que falar. Se Will queria assim, seria assim. Ela não se intrometeria na vida dele e do seu filho.
Não sabendo mais o que fazer, ela apenas o abraçou e disse a ele que tudo ficaria bem.~~~~~~~~~~~~~~~
Will ficara boa parte da noite acordado pensando o que falaria para o Gus quando chegasse lá. Não sabia se ficaria alguns dias até o momento certo ou se falaria com ele assim que se encontrassem.
Na manhã seguinte suas malas já estavam prontas. Ele tinha resolvido que ficaria lá o final de semana todo e que na segunda voltaria, e se tudo desde certo, com seu filho. Decidiu o que falaria com o Gustav, e como falaria... Ele não podia, simplesmente, jogar tudo nas costas do menino, ainda mais que ele era uma criança de oito anos.
~~~~~~~~~~~~~~
Quando Will chegou no hotel era 12:00, ele fez o check-in, verificou seu quarto, tomou um banho frio, almoçou e depois de um longo tempo pensando, ele resolveu ligar para o Internato.
- Internato West, ala masculina. Boa tarde.
- Boa tarde. Com quem eu falo?
- Julian, secretário geral do Colégio. E com quem eu falo?
- Wright, William.
- O que o senhor deseja?
- Gostaria de saber se o Instituto tem horários próprios de visitas.
- Sim, senhor. O Sr. gostaria de vir hoje mesmo?
- Sim.
- Hoje o horário de visitas vai de 14:00 às 17:00. Quem o senhor gostaria de ver?
- Gustav Wright.
- É seu filho, senhor?
- Sim.
- Um minuto. - Will percebeu que Julian fazia algo, pois dava para ouvir pelo telefone - Senhor?
- Sim?
- Na ficha do Senhor Gustav consta que Jonas Wright é o pai do menino.
- Jonas é o meu pai, avô do garoto.
- Mas aqui não diz isso, senhor.
- É uma história complicada. Se você quiser ligar para o meu pai para verificar, pode ficar a vontade.
- Certo. Hum... vamos fazer o seguinte, o Sr. pode vim, mas dirá que seu nome é Jonas... assim deixarão o senhor entrar.
- Certo. Obrigado, Julian.
- Por nada, Sr. Wright.Às 14:00 em ponto Will estava na frente do Colégio. O Instituto ficava em um grande prédio, dava para visualizar aonde se localizava os dormitórios e as quadras de esporte. Realmente era uma escola muito bonita. Will lembrou-se que quando fizera cinco anos seus pais tentaram coloca-lo lá, mas ele chorou tanto quando chegou ali, que os pais acabou por desistirem.
Respirando fundo, Will bateu no portão de ferro. O portão se abriu e dele saiu um homem muito musculoso e alto, vestindo uniforme de segurança.
- Sim?
- Ur... oi. Meu nome é Jonas Wright e eu vim visitar o meu filho.
- Espere um minuto, senhor. Irei verificar os nomes aqui e já volto.
O homem entrou e fechou o portão. Will ficou esperando algum tempo até que o mesmo homem voltou e deixou ele entrar.
Assim que Will entrou, o homem, ao qual descobriu se chamar Bill, lhe falou aonde ficava a recepção para visitas. Will foi até lá e se identificou, o recepcionista mandou-o esperar que ele iria chamar o Gustav, Will acentiu e ficou esperando.
Minutos depois apareceu um garotinho correndo em sua direção com seus cabelos castanhos caindo nos olhos, Gustav.
- Will. Que bom que você veio.
Will agachou para pega-lo no colo e abraçou como se não existisse mais nada naquele momento. Apenas ele e o filho.Eles não falaram nada até chegarem ao Jardim, onde acharam um banco e se sentaram.
- Eai, Campeão. Está gostando da escola?
- Não muito.
- E por que não?
- Porque eu sou pequeno, e tem muitos menino grandes que me batem aqui.
- Eles estão te batendo?
- Só alguns garotos.
- Quantos?
- Três.
- Três menino grandes estão batendo no meu pirralho?
- Sim.
- Me fale, Gus. Quais são os seus nomes?
- Eu não sei. Mas eles não gostam de mim porque eu sou baixinho.
- Você não é baixinho. Você é uma criança de oito anos e você é grandão para sua idade.
Gus não falou nada, só ficou olhando para o chão, com vergonha.
- Olha, eu vou falar com o diretor, tá bem?
- Tá.
Eles não falaram nada por um bom tempo, então Will percebeu que era o momento certo para começar a falar sobre o seu assunto.
- Gustav, o que você acharia de ter outro pai?
- Outro pai?
- Sim.
- Não sei. Eu gosto do papai.
- E se esse outro pai fosse eu?
- Você? Não tem como, Will. Você é meu irmão, esqueceu? - sorrindo ele bateu no braço do Will.
- Eu sei, Gus. Mas e se você fosse morar comigo. Sabe... me chamar de pai e outras coisas.
- Will, você tá ficando louco? O pai não vai me tirar daqui, e além do mais, como eu vou te chamar de pai se você é meu irmão.
Will percebeu que não seria nada fácil dizer ao Gustav que ele era seu filho.
- Tá. Mas o que você acha de morar comigo?
- Eu acharia bem legal. Eu gostaria muito de ir... Não quero mais ficar aqui.
- Você quer voltar pra Nova York comigo segunda?
- Quero.
- Então você vai voltar... e vai morar comigo.
- Meu pai não vai d...
- Deixa que com o pai eu resolvo.
- Tá.
- Você vai comer aqui comigo?
- Pode ser.
- Então vamos porque eu estou mortinho de fome.
Will riu e, levantando, pegou a mão do Gustav para irem para dentro do Colégio.
- Vamos, campeão. Vamos comer, porque eu também estou mortinho de fome.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Projetos do Amor
RomansaWilliam Wigth é um jovem arquiteto de 26 anos que vive sozinho em uma bela casa, filho de pais ricos. Sempre teve tudo o que sonhou. Até que um dia uma linda mulher entra em sua vida e faz ela mudar radicalmente. Lutando para esse romance dar certo...