Capítulo IX

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Depois do Gustav saber que Will era seu pai, ele foi correndo para casa. Não sabia o que fazer, não parava de chorar, não parava de pensar o porque dos seus avós não lhe contarem a verdade. Para ele seria muito melhor se Will cuidasse dele desde pequeno.
Quando chegou em casa, ele foi correndo para o quarto, pois queria ficar sozinho e não gostaria de ver o Will chegando logo em seguida. Alguns minutos depois, Gustav ouviu alguém batendo em sua porta.
- Gustav, você está aí? - Era Will, que pelo jeito estava preocupado.
- Não.
Gus ouviu a risada do pai por trás da porta.
- Então como você está me respondendo?
- Ish, verdade. Não pensei nisso.
- Deixa eu entrar, campeão? - Will praticamente implorava para entrar.
- Calma aí.
Gustav, descendo da cama, enxugou as lágrimas e abriu a porta. Will, percebendo que ele estivera chorando, pois seu rosto estava vermelho e inchado, o abraçou a eles ficaram assim por um tempo, sem falarem nada.
Quando Will viu que o Gus já estava mais calmo, ele sentou o filho na cama junto com ele, para conversarem.
- Por que você não me disse antes?
Gustav começou perguntando.
- Porque seus avós não deixavam.
- Então por quê você decidiu me contar hoje? Eles já deixaram, então?
- Não, eles não deixaram. Mas acontece que, quando eu fiquei sabendo que eles tinham te mandado para a Europa, eu percebi que eles fariam de tudo para eu não contar-lhe... e eu já não aguento mais ficar sem meu filho.
- Ah... e quem é a minha mãe?
- O nome dela é Isabel.
- Ela também é judia?
- Sim. Mas eu nunca mais a vi.
- Você acha que ela ainda mora aqui?
- Não sei. Por que? Você quer conhece-la?
- Eu... Eu não sei... talvez.
- Quando você estiver pronto, quem sabe.
- Tá.
- Mas agora você vai pro banho, pois iremos na casa dos seus avós para buscarmos o restante das suas coisas.
- Eu não quero ir pra lá.
- Mas se você for, quem sabe você pode falar pra eles que quer ficar aqui.
- Mas e se eles não deixarem?
- Agora que você sabe que eu sou seu pai, eu não deixarei mais ninguém dizer o que eu devo ou não fazer com você. Não vou te perder de novo, meu filho.
Will abraçou Gus e o menino não disse mais nada, deixando apenas o silêncio cair sobre eles.

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Quando Will e Gustav já haviam tomado banho e jantado, eles resolveram ir a casa dos pais do Will.
Chegando lá, Laís atendeu, alegando que os patrões haviam saído e que chegariam em pouco tempo. Sendo assim, Will e Gustav começaram a arrumar as roupas do Gustav numa mala e pediram para que Laís ajudasse eles empacotando os brinquedos e objetos.
- Senhor, eu sei que não é do meu interesse, mas... para onde o senhor levará as coisas do menino Gustav?
- Para minha casa. - Will disse, ainda dobrando algumas roupas que restavam.
- Mas... senhor? O menino Gustav irá morar lá?
- Sim, Laís.
- E o Senhor Jonas e a Senhora Rute já sabem?
- Não, Laís. Eles ainda não sabem.
Imediatamente, Laís parou de embrulhar os livros de Harry Potter do Gustav.
- Por que você parou?
- Porque meus senhores não concordaram. O menino Gustav é filho deles.
- Não é não. Eu sei o que estou fazendo, Laís. Então, por favor, continue.
Gustav, que ficou sentado na cama esse tempo todo, apenas afirmou com a cabeça quando Laís olhou para ele.
Quando tudo já estava embalado e as roupas dentro das três grandes malas, eles foram levando as coisas para baixo, onde um carro iria buscar no dia seguinte.
A porta da entrada se abriu, e Jonas e Rute entraram conversando animados.
- Will, meu filho. Que bom que está aqui.
- Oi, mãe. Pai. - disse ele, acenando com a cabeça. - Eu e o Gustav já estávamos de saída.
- Gustav?
- Sim. Eu o trouxe da Europa.
- O quê? Por que você fez isso, William? - disse Rute, ficando claro que estava muito brava.
- Porque aqui, com o pai, é o lugar dele.
- Oh - Rute colocou a mão na boca, assustada.
- Eu já sei de tudo, ma... vó.
- Sabe?
- Sim, mãe - disse Will - ele sabe.

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