Capítulo 15

3.2K 217 18
                                    

Callie e Arizona acabaram decidindo que era melhor manter o relacionamento em segredo, pelo menos por mais um tempo. E apesar de não terem confirmado nada até então, todo o hospital já estava comentando sobre o envolvimento das duas pelos corredores; pois muitas vezes iam embora juntas e no dia seguinte acabavam chegando no mesmo horário, e durante as refeições ou até mesmo em uma conversa, era possível notar o quanto elas se gostavam, mesmo que tentassem disfarçar e evitar a troca de carinhos.

***

Arizona acordou primeiro que a latina e arrumou-se para o trabalho, tentando fazer o mínimo de barulho para não acordar Callie, mas era desnecessário, já que a mesma tinha um sono muito pesado e acordá-la com barulhos era uma missão quase impossível. Uma vez que já estava pronta, a loira foi para a cozinha na intensão de pegar uma xícara de café antes de ir para o hospital, mas quando estava à caminho ouviu Sofia resmungando no quarto; estranhou, pois a garota sempre acordava junto com a mãe e o dia nem havia raiado ainda, sendo assim, foi ao até o quarto da garota parar ver o que estava acontecendo e permitir que Callie dormisse até mais tarde, já que era seu dia de folga.

— Ei, Sofia. — sussurrou ao aproximar-se do berço. — Está tudo bem, é só um sonho ruim.

Arizona sempre foi muito boa com crianças, mesmo que nunca tenha pensado em ter filhos, e com o passar dos anos foi melhorando cada vez mais por conta da sua profissão. Conseguia identificar facilmente o que uma criança estava sentindo, e Sofia estava apenas tendo um pesadelo.

Um sorriso bobo formou-se nos lábios de Arizona quando viu que a garota parecia acalmar-se, apenas ouvindo a sua voz. Depositou um beijo leve no topo da cabeça de Sofia e quando estava para sair do quarto, a garota voltou a resmungar; sendo assim, a loira foi até o berço e pegou Sofia, levando-a até a sala para tentar acalmá-la em seus braços.

***

Callie não lembrava a última vez que conseguiu acordar tarde, nesse caso, às nove horas da manhã. Mesmo após entrar em licença maternidade, mal conseguia dormir por conta dos enjoos matinais e é claro, aquela barriga enorme. E após o nascimento de Sofia, sua mãe ficou em Seattle por um tempo, mas mesmo assim, ela sempre tinha que amamentar e a garota só acalmava-se quando estava em seus braços.

Sabia que Arizona já estava no hospital àquela hora, mas automaticamente passou a mão pela cama para envolve-lá em seus braços, como sempre fazia de manhã, mas dessa vez encontrou a cama vazia. Parou por um segundo e reparou que o apartamento estava muito quieto, um silêncio anormal, já que sempre acordava com Sofia chorando ou resmungando e naquela manhã, a única coisa que ouvia eram os pássaros cantando do lado de fora.

Levantou da cama num pulo e correu para fora do cômodo, indo até o quarto ao lado, onde encontrou o berço de Sofia vazio. Ficou paralisada olhando para o lugar onde a garota dormia, olhou em volta e não tinha nenhum sinal de que alguém havia entrado ali, o quarto estava exatamente do mesmo jeito que deixou antes de ir se deitar.

O desespero começou a tomar conta de seu corpo, não era possível alguém ter entrar no apartamento e ela não escutar. Correu novamente para o seu quarto e pegou o celular, ligando para Mark e Arizona múltiplas vezes, mas todas as chamadas caíam na caixa postal. Já não sabia mais o que fazer, então decidiu ir perguntar para o segurança se alguma pessoa suspeita havia entrado no prédio nas últimas doze horas. Suas mãos já estavam na maçaneta para abrir a porta azul, quando cena fez com que ela parasse.

Arizona dormia no sofá com Sofia em seus braços, numa posição que, com certeza, traria muitas dores mais tarde. Por mais que a posição não fosse uma das mais confortáveis, o jeito que ambas dormiam fazia parecer que aquele sofá era o lugar mais aconchegante do universo. Um suspiro de alívio escapou dos lábios de Callie e um sorriso largo formou-se entre as lágrimas que rolavam em seu rosto; ver a filha dormir era uma coisa tão linda e encantadora, mas ver Sofia dormir nos braços da loira, era simplesmente mágico.

I THINK YOU'LL KNOWOnde histórias criam vida. Descubra agora