Dois meses depois...
Foram dois longos meses, onde Arizona deve que passar por muitas situações difíceis. Sua recuperação não foi nada fácil, muitos dias de fisioterapia e sempre se esforçando para conseguir se adaptar com a sua nova vida, mas o apoio de todos foi essencial para que conseguisse. Callie não saiu de seu lado nem por um minuto, tentava acompanhar todas as suas sessões de fisioterapia e ajudava com exercícios em casa, a loira não podia estar mais agradecida por tê-la em sua vida.
Por conta de sua dedicação, a recuperação acabou sendo mais rápida do que imaginavam. Agora só precisava ir à fisioterapia uma vez à cada quinze dias e já estava se acostumando perfeitamente com a prótese, usava uma bengala apenas para ajudar no equilíbrio. Apesar de tudo que passou até o momento, todas as dores e sofrimento, Arizona não podia estar mais feliz e orgulhosa de si mesma.
***
Sexta feira à tarde, Arizona havia acabado de chegar de um passeio no parque com sua mãe e estava sentada em seu quarto. Seus olhos captavam cada detalhe, o quarto não parecia nada com o que foi um dia. Aquela cama de hospital, os remédios espalhados, sua cadeira de rodas e muletas, cada milímetro lhe fazia lembrar do acidente e uma sensação ruim tomava todo o seu corpo. Mesmo com as cortinas abertas e a luz fraca do sol iluminando o quarto, continuava sendo um lugar triste e assustador, sem nem um pingo de alegria.
Parar um minuto para ver tudo aquilo, a fez pensar que não precisava mais ser assim, ela só queria acabar com todas as coisas que fizessem lembrar daquele maldito acidente e seguir em frente. Então, decidiu que tentaria mudar o máximo que conseguisse, começando pelo seu quarto. Pegou o celular no criado mudo ao lado da cama e foi direto para a lista de contatos, onde procurou pelo nome do Mark, uma vez que encontrou o contato, iniciou a ligação.
— Você está de plantão? — disse no momento que o amigo atendeu, sem nem mesmo dizer "oi". — Preciso de sua ajuda com uma coisa.
— Boa tarde para você também, Robbins. — Mark respondeu em um tom irônico. — Não estou de plantão hoje, do que você precisa ?
— Primeiro, preciso ir ao shopping para comprar uma cama nova. E depois, eu te explico o resto.
— Tudo bem. — o homem concordou sem nem questionar; o que quer que Arizona estivesse aprontando, ele sabia que era algo bom. — Te vejo em trinta minutos.
— Obrigada, Mark. Até daqui a pouco.
— Tchau, Robbins.
Vinte e cinco minutos após finalizar a ligação, Arizona já estava pronta. Havia tomado um banho rápido de banheira e agora estava vestida em um de seus looks habituais: calça jeans, uma camisa simples e sapato fechado sem salto. Pegou as coisas que precisaria e colocou em uma pequena bolsa preta, e caminhou para fora do quarto com a ajuda da bengala.
— Mãe, vou ir ao shopping com o Mark. — avisou à mulher mais velha, que estava sentada no sofá lendo um jornal.
— Tudo bem.
— E eu preciso de um tempo sozinha amanhã à noite, então eu fiz uma reserva em um dos melhores restaurantes de Seattle para vocês. — disse num tom natural, olhando também para seu pai no outro lado do cômodo.
— Mas por quê você quer ficar sozinha em casa?
— Robbins. — a loira ouviu a voz de Mark vindo da varanda e começou a caminhar em direção à porta sem responder a pergunta de sua mãe.
— Tchau, amo vocês. — fechou a porta sem nem esperar a resposta e sorriu para o homem, que lhe encarava sem entender nada. — Vamos, Mark?
— Não sabe mais cumprimentar?
***
O shopping não estava tão cheio, então por conta disso, não foi difícil encontrar uma vaga para estacionar. Durante a caminhada em direção à entrada do local, Arizona explicou ao amigo o que estava querendo fazer.
— Você acha que ela prefere ficar em casa ou sair para jantar em um restaurante chique?
— Ficar em casa, com certeza. - Mark respondeu, sem nem cogitar a outra opção. — Nos últimos dias, a Callie não pára de dizer o quanto ela quer passar um tempo com você, apenas vocês duas.
— Ótimo. Então, eu vou fazer algo parecido com a primeira noite que passamos juntas. Foi uma noite incrível...
— Tudo bem, não preciso de mais detalhes. — Mark interrompeu a amiga, que parecia viajar nas lembranças. — Por que você precisa de uma cama nova mesmo?
— Meus pais doaram a minha, ou algo do tipo. E eu não posso convidar a Callie para passar a noite naquela cama de hospital.
— Tudo bem. Vamos comprar uma cama nova, então.
— Ah, eu preciso que você me ajude com mais uma coisa. — Arizona carregava um brilho diferente no olhar, como se aquela fosse a melhor coisa que poderia fazer.
— Com o que?
— Uma surpresa, Mark.
O resto do caminho foi resumido basicamente em silêncio, Mark e Arizona apenas trocavam algumas palavras para decidirem qual era a melhor opção, etc. A loira acabou comprando um cama box king-size com uma cabeceira branca separada, e teve que pagar uma taxa para que o móvel fosse entregue no dia seguinte antes do meio dia. Uma vez que já haviam comprado as coisas que Arizona precisava, os dois estavam no carro prontos para ir embora.
— Você sabe que horas a Callie sai hoje? — perguntou, olhando as horas em seu relógio de puls. — Estou pensando em ir até o hospital para falar com ela.
— É bem provável que ela ainda esteja lá. Quer arriscar?
— Sim, vamos lá.
A noite já havia caído e algumas estrelas brilhavam naquele seu azul escuro, quase negro. Arizona observava o caminho atentamente, com o vento fraco batendo em sua face, ela se sentia mais viva do que nunca; sentia que essa acidente não tinha acabado com a sua vida, mas sim dado início à uma bem melhor que ela passaria ao lado da melhor pessoa que já conheceu. Viu que estavam se aproximando do Seattle Grace e uma alegria indescritível tomou todo o seu corpo, ela estava feliz apenas pelo fato de ver Callie em poucos minutos; era como se não visse a latina à semanas, porém elas haviam se encontrado no dia anterior.
Já dentro do hospital, muitas pessoas iam de encontro com Arizona para dizer o quanto sentiam a falta dela por lá e perguntar quando ela voltaria ao trabalho; porém a loira não sabia quando poderia trabalhar novamente, isso dependia de sua recuperação, mas mesmo assim ela não via a hora de voltar. Quando finalmente conseguiram chegar à recepção, perguntaram pela latina e a moça disse que ela havia acabado de sair de uma cirurgia, sendo assim, os dois se dirigiram ao andar da ortopedia.
Callie não sabia como ficava linda quando estava concentrada em algo do trabalho, a loira não conseguir conter o sorriso quando viu a imagem da mulher olhando atentamente para um prontuário, prendendo o lábio inferior entre os dentes sem nem perceber. Uma moça morena com cabelos cacheados, que estava sentada atrás do balcão, cutucou o braço da médica e apontou na direção de Arizona. Assim que viu a mulher, um sorriso largo brotou nos lábios de Callie e ela esperou que Arizona fosse até ela.
— Olá, Dra. Torres. — Arizona falou em tom de brincadeira, selando seus lábios rapidamente. — Eu gostaria de falar com você, é rápido.
— Tudo bem, vamos até a minha sala.
— Então, talvez isso seja um pouco infantil ou algo do tipo, mas eu não consegui pensar em algo melhor. — a loira mal esperou Callie fechar a porta da sala para começar a falar. — Eu queria saber se você quer passar o final de semana comigo, em casa.
— Você veio até aqui para pedir para eu passar o final de semana com você em sua casa?
— No momento eu não consigo fazer muitas coisas por conta da prótese e eu não consegui pensar em outro jeito de passar um tempo com você, mas tudo bem se tiver algo melhor para fazer. — disse Arizona, arrependida de ter feito o convite..
— Arizona... — Callie sussurrou, com um sorriso sincero nos lábios. — Ao seu lado, é o melhor lugar em que eu posso estar.
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I THINK YOU'LL KNOW
FanfictionJá parou para pensar no quão rápido a sua vida pode mudar ? Em um minuto, você é apenas a nova médica ou a médica que acabou de voltar ao trabalho. E em outro, você encontra o amor da sua vida. A vida de Callie teve uma mudança drástica após a che...