ESTRÉIA DA HISTÓRIA - JUNHO DE 2016
Boa leitura!
Mexo-me na cama ao ouvir barulhinhos e resmungos vindos da babá eletrônica. Antônia deve ter acordado e com certeza quer o seu lanchinho da madrugada. Viro pra lado pra acordar Helena e vejo que seu lado da cama está vazio, passo a mão pelo lugar ocupado por ela e sinto que está frio. Rapidamente me levanto. Olho em volta do quarto e não vejo nada fora do normal. Mais barulhos chamam minha atenção e automaticamente me levanto da cama e sigo até o quarto de minha filha, quando entro espero encontrar Helena com Antônia no colo, mas me engano. O quarto está silencioso, a não ser pelos barulhinhos feito pelo bebê.
"Ei princesa, vem com o papai e logo iremos procurar a mamãe" Eu digo enquanto pego minha filha no colo e rapidamente ela se acalma. Helena costuma dizer que ela seria a filhinha do papai. Olho em sua fralda e vejo que está limpa. Menos mal.
Saio pelo corredor e vou até a cozinha para ver se tenho algum sinal de Helena, e a única coisa que eu encontro é a luz da bancada acessa e entre ela alguns papeis e um copo, fora isso, está tudo como sempre. Calmo.
Sinto a respiração de Antônia se normalizando, coloco-a no carrinho que está perto da bancada e deixo um beijo em sua testa. Eu a amo tanto que dói. Volto para bancada e entre a bagunça dos papeis, uma carta me chama atenção, e ela está endereçada a mim. Sinto meu estomago embrulhar, será que devo abrir? A minha curiosidade fala mais alto. Sento em um dos banquinhos e rapidamente abro a carta e parece que o meu mundo para ao ler as primeiras linhas. É a letra de Helena. Não pode ser.
"Daniel, eu antes de tudo preciso que você perdoe. Me perdoe por tudo o que eu um diz fiz a você. Me perdoe pelo que estou fazendo agora, mas é preciso. Eu não posso ser o que você quer no momento.
Eu amo a Antônia, mas eu não posso ser mãe. Não consigo, não estou preparada. Ela merece coisa melhor e eu sei que você será capaz de dar isso a ela.
Eu te amo, nunca duvide disso, mas eu não posso mais. Eu tentei por você, pela bebê e por mim, por nós, mas não consigo.
Sinto que cada dia que passa eu estou morrendo um pouco, eu nem mesmo posso ouvir o choro da minha filha que eu penso em coisas que nenhuma mãe deveria pensar. Eu tenho medo de fazer algo a ela e um dia me arrepender. Me perdoa por isso, mas eu sinto que estou preste a vacilar e eu não quero que isso aconteça. Você é incrível e será um maravilhoso pai, aliás, você já é. Mas eu? Eu não sou mãe.
Eu preciso ir embora para proteger vocês dois. Não procure por mim, eu vou deixar você seguir com a sua vida e vou tentar seguir com a minha.
Eu te amo Daniel. ME PERDOA."
Lágrimas quentes e grossas escorriam pelos meus olhos. Isso só poderia ser um pesadelo. Não posso acreditar que Helena, a mulher que eu amei a minha vida toda abandonou a mim e a nossa filha. Não, isso não é verdade. Peguei a carta, amassei e joguei no lixo. Peguei a minha filha no colo e por um momento a paz tomou conta de mim e percebi que eu não estava sozinho. Eu tinha uma vida que dependia de mim, e eu não tinha escolha. Eu daria a minha vida a essa criança e Helena seria apenas uma vaga lembrança em nossas vidas.
Recadinho.
Espero que gostem. Comentem e votem para eu saber o que estão achando.
Bjs! <3
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PERDAS E DANOS
RomanceAos 25 anos, Daniel é abandonado pela esposa, e se vê assumindo a responsabilidade de cuidar de sua filha de apenas 3 meses de idade. Aos poucos, sua vida vai entrando nos eixos, e no final, ele consegue se sair como o melhor pai de todos. Com o te...