Dia 24- Depois do apocalipse
Ontem o dia passou mais ou menos normal, a unica coisa diferente(contando que estamos no apocalipse) foi um pequeno ataque de zumbis.
Eu estava exausta de dirigir, e dormi o dia e a noite inteiras.
Hoje de manhã, eu acordei com o Sol batendo no meu rosto e Dara me lambendo.
Levantei, me sentando no colchonete. Lá fora, o cheiro de água salgada vinha com força total.
Estávamos no final da serra, indo para o Rio de Janeiro, dava para ver o mar ali em baixo, e a neblina nas montanhas acima._ Bom dia dorminhoca!_ André me cumprimentou, ele estava no volante._ Acordou ladrazinha?
_ To falando não é mesmo?_ Respondi. Saí do cobertor, pegando um suquinho e abrindo. Dei um beijo na bochecha dele cumprimentando-o. André corou e eu ri._ Vocês só dormem?
Eu apontei para o povo adormecido ao meu lado, e atrás de mim.
Lara tinha trocado de lugar com André, que desde que esteve com a gente, ficava quase sempre calado e sentado no banco do passageiro. Ela estava dormindo.
_ C-como você sabia que eu gosto de tomar Machiatos?_ Ele me perguntou, sem tirar os olhos da estrada.
_ Foi mais um chute. É bom saber mais de você._ Ele sorriu e eu também._ Na próxima parada eu dirijo.
Voltei para trás, colocando a caixinha do suco, dentro de uma sacola de plastico, que chamávamos de lixo.
Estávamos quase chegando. Eu reconhecia algumas das lojas da estrada. Costumava ir em uma lanchonete na serra, de tempos em tempos.
As outras acordaram, uma de cada vês. Eu estava começando a ficar preocupada com a Catarina.
Minha amiga nunca tinha ficado mais de uma hora quieta, nem mesmo dormindo. Cata falava dormindo, durante os sonhos, ou mesmo pesadelos.
Esses dias, ela passava praticamente o dia todo coberta, lendo Game of Thrones. Só parava para comer, ou ir ao banheiro em algum posto.
Eu suspeitava que ela estava doente bem antes de começar a espirrar e tossir, como aconteceu ontem a noite, durante o jantar
Agora, nós iriamos parar em uma farmácia, para ver se tem algum remédio para gripe.
André estacionou na porta de uma farmácia, perto da praia, e todos descemos.
_ Cuidado, o Rio de Janeiro, de acordo com os jornais locais, tem muitos mais zumbis que São Paulo, e muito menos sobreviventes também._ André nos alertou.
A porta de vidro da farmácia, estava coberta com tábuas, mas dava para ver lá dentro. As prateleiras brancas estavam quase vazias.
_ Se afastem._ Eu disse, pegando uma placa de transito jogada no chão, e atirando no vidro. O vidro se estilhaçou, abrindo uma passagem grande o suficiente para passarmos._ Vamos, entrem.
Nós entramos devagar, tentando não fazer ainda mais barulho.
Cada uma foi para um canto, observando as prateleiras quase vazias.
Eu fui para os fundos, em busca de algum remédio, junto com Clara.
_ Aaaaaaaa!!!!_ Clara deu um grito.
Um zumbi pegou na blusa da garota, que apontou a arma para a cabeça careca do infeliz e atirou, abrindo um rombo no olho dele.
_ Maldito zumbi..._ Clara continuou a andar, passando por cima do zumbi.
Meu deus, agora eu realmente estava com medo da frieza de Ana Clara.
Fui para o fundo da loja, onde tinha mais remédios.
_ Cata, achei alguns analgésicos e outras coisas aqui._ Peguei Benegripe e nelsaldina, colocando em uma cesta meio ensanguentada, que estava no chão. Na verdade, coloquei tudo o que estava na prateleira(o que não era muito) dentro da cesta.
_ Isso... Atchim! É muito bom... Cof, cof, cof, cof, a-atchim..._ Ela tentou responder entre espirros e tosses.
_ Shiiiiiiiiiiiiiiu... Não fala nada amore, só vai piorar!_ Lara deu um abraço na Cata, calando ela.
Voltamos para a estrada, Luana dando os remédios para Catarina e eu dirigindo, diretamente para a minha antiga casa.
Seguíamos pela avenida da praia, vendo zumbis passearem pelo calçadão de copacabana. Parecíamos celebridades, todos olhando para o nosso carro(esse todos quer fizer os zumbis), e tentando nos seguir, grunindo e gemendo.
Clara ria a todo momento ao olhar para a praia. Bruna nos disse que a irmã nunca tinha visto a praia. Era bom eu estar divertindo alguém.
Avistei a viradinha que ia para a minha casa, que eu sempre pegava um atalho de casa até minha escola. A casa continuava do mesmo jeito.
As paredes brancas, a garagem quase sempre aberta, as orquídeas crescendo nas paredes da casa... Eu amava tudo aquilo.
Estacionei na garagem, que como sempre estava aberta, saindo primeiro.
Subi as escadas da casa, olhando a vista para o mar dali de cima. Os outros me acompanharam, mas eu estava anestesiada. Tudo estava como eu me lembrava...
Será... Como eu pensava! As chaves da porta da frente, estavam no vaso de flores ao lado da porta. Igualzinho...
Abri a porta, entrando no comodo grande, a sala da minha antiga casa. O sofá, a mesinha de centro, o sofá, o hack, o armarinho de canto... Tudo ainda estava ali.
A cozinha, os quartos, até o banheiro! Tudo estava do jeitinho que eu lembrava.
Entrei no meu antigo quarto, uma suite com closet, o maior da casa. Lá estava a minha cama, minha escrivaninha, meu banheiro, as coisas que eu mais amava em todo o universo
Sentei na cama, ainda com o cobertor velho que mamão tinha me dado. Abri as gavetas da minha escrivaninha, tirando de dentro, cartas e mais cartas escritas para crushs antigos meus, mas que eu nunca entreguei. Isso me fez lembrar de como a minha vida era fácil, bem fácil, antes do caminhoneiro derrubar seu caminhão encima da minha família, encima da minha vida.
Os médicos diziam que eu sou um milagre. Meus pais e o caminhoneiro morreram no acidente, enquanto eu, saí sem nenhuma fratura grave(tipo, ficar paraplégica).Mas eu sofri a pior das perdas... Estar sozinha, se sentir sozinha. É a pior sensação que alguém pode ter.
Sem perceber, eu comecei a chorar. Senti as lagrimas rolarem, e eu não consegui mais segurar. Comecei a chorar alto. Aquele lugar me trouxe tantas lembranças, que eu tinha lutado por anos, para ignorar.
Senti duas pessoas me abraçando. Lara e Catarina. Elas sempre estiveram ali, sempre estão...
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Oi pipoquinhos! Tudo bem com vocês?
O que será que vai acontecer agora? A viagem da nossa trupe está apenas começando...
Like e comente. Espero qur gostem. Tia Jujuba. ;-)
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Hanna Contra O Apocalipse Zumbi.( Concluído e EM REVISAO)
Science FictionLivro 1 da saga apocalipse. Hanna é uma adolescente de 17 anos, moradora das ruas e casas abandonadas de São Paulo. Órfã e fugitiva de um orfanato, ela e suas duas melhores amigas, Lara e Catarina sobrevivem nas ruas de vender balas no sinal e come...