Desenove

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Mauro estava paralisado. Um brutamontes de quase dois metros, musculoso e com cara de mal, foi paralisado por ter levado um fora. Era até engraçado.

_ ISSO É TUDO CULPA SUA!_ Ele gritou para mim, e eu tive mais medo do que achava engraçado._ SUA PUTA! VOCÊ DESTRUIU A MINHA VIDA, É AGORA VAI PAGAR!

Mauro me empurrou com toda a força na vidraça da lojinha de conveniência, fazendo meu peso quebrar o vidro.

Eu sentia a dor dos ferimentos. Os estilhaços entraram nos meus braços e pernas, mas principalmente nas costas. A dor era tão forte, que uma lágrima solitária escorreu pela minha bochecha.

Meus olhos estavam desfocados. Olhei para frente, com a cabeça girando, e o que eu vi me fez ter vontade de ir bater no Mauro eu mesma. André tinha aparecido para me defender, e dava socos e mais socos no rosto de Mauro. Infelizmente, ele revidava, dando pontapés mal mirados e socos na bochecha do meu namorado.

Eu tentei me levantar, mas minhas pernas fraquejaram e eu só não cai de novo por que fui segurada por três pessoas.

Elas me carregaram de volta para a perua, e eu só consegui ouvir o tiro ecoando antes de apagar.


Onde eu estava? O que tinha acontecido? O que foi aquele tiro? Essas perguntas acoavam na minha mente.

_ O-oque...

_ Shhhhhhh... Você ainda não se recuperou, precisa descansar._ Lara brincou com meu cabelo

_ O que aconteceu...?

_ Durma mais um pouco, quando acordar nós vamos te contar tudo.

Sem querer, eu apaguei de novo.


A luz do fim da tarde bateu nos meus olhos. Meu corpo estava todo dolorido, e só respirar já me deixava com dores.

_ O que aconteceu?_ Eu perguntei.

_ Você foi atirada na vidraça, e quebrou. Marina e Luana fizeram um bom trabalho tirando os cacos de vidro da suas costas, sem deixar infeccionar._ André me deu um beijo leve, mas doeu um pouco o meu maxilar.

_ O... o tiro...

_ Ah... Aquele tiro veio da minha arma._ Marina disse, se sentando perto de mim._ Aquele não era o Mauro que eu conheci. Agressivo, idiota. Ele quis te matar, então matei ele primeiro. Você é minha irmã, e ele não era mais meu namorado.

_ Você foi muito corajosa Mari._ Eu disse.

_ Laços de sangue não podem ser quebrados._ Ela sorriu e eu agradeci com o olhar

Olhei para baixo, tentando me sentar. Minha barriga e minhas costas estavam cheias de ataduras, igual às minhas pernas, que, onde eu olhava, estavam roxas e com curativos. Meu braço estava envolvido em uma tipoia.

_ O braço não foi nada grave, só uma distenssão no músculo._ Luana retirou uma das ataduras da perna, para desinfetar.

Tinha um corte bem grande na minha perna, que com certeza ia deixar cicatriz. Luana limpou ele, que estava começando a sangrar, e colocou a faixa de novo.

Clara me deu uma sopa para comer, dizendo que eu estava meio desnutrida. Engoli a sopa o mais rápido que consegui, quase me engasgando.

_ Devagar!_ Mari e pediu, mas eu estava morrendo de fome.

_ Obrigado por me salvarem._ Agradeci.

_ Não foi nada, se não fosse pela Bruna, pela Lara e pela Catarina, você estaria morta agora. Foram elas que te trouxeram de volta._ Clara me olhou nos olhos enquanto explicava.

_ Onde elas estão? Quero agradecer._ Meus olhos vasculharam a perua, tentando encontrar minhas melhores amigas.

Lara estava dirijindo, com Catarina ao seu lado, e Bruna estava cozinhando alguma coisa.

_ Obrigada!_ Disse o mais alto que consegui sem que minhas costelas doecem.

Ouvi risadinhas. Era bom estar junto deles, das pessoas que eu mais amava nesse mundo.


Dia 40- Depois do apocalipse.


A Colômbia era realmente linda. Pastos e montanhas verdes por todos os lados, vacas pela estrada... Tivemos até que parar para esperar um boi sair da estrada. Isso demorou uma hora e meia.

A vida humana estava mais presente ali. Acho que isso iria acontecer, quanto mais formos para longe das cidades de onde as bombas tinham estourado, menos conseguiríamos ver os sinais de zumbis.

É claro que ainda dava para ver zumbis andando pelas montanhas. A Primavera no hemisfério Norte, mesmo que fosse no comecinho dele, deixava as paisagens coloridas.

Nas montanhas mais altas, que ficavam escondidas pelas nuvens, dava para ver neve, mas ainda assim era bem pouca.

Nativos andando com burros, nos deram pulseiras e colares quando dizemos que viemos do Brasil. Eles eram realmente muito amistosos.

Meus machucados melhoraram bastante nessa última semana. Eu já não precisava da tipoia, nem de alguns dos curativos nas pernas. O maior ferimento que ficava na minha perna, já não precisava mais de curativo, e tinha deixado uma cicatriz branca na minha cocha. Minhas costas ainda estavam totalmente enfaixadas, mas os cortes não sangravam nem se abriam mais. Eu estava melhorando mais a cada dia, e enquanto isso, aproveitava para namorar o André ( que estava me tratando como uma boneca de porcelana), e conversar com todos. Melhorei minha relação com a Bruna, e Luana resolveu que precisava me ensinar a cozinhar.

Marina também estava mil vezes melhor! Ela dizia que Mauro ficava enchendo a cabeça dela de problemas, e assim, deixava a minha irmã triste. Sem aquele atraso de vida, ela sentia a "energia positiva" da nossa perua, e conseguia se alegrar. Marina nem ficou brava de termos pegado boa parte do estoque de alimentos, e grande parte da água do poço do Galpão. Ninguém mais morava lá, e não precisariam de tudo aquilo.

Durante nossas longas conversas, Marina me contava de histórias engraçadas e tristes da sua vida, e como seus pais nunca esconderam que ela era adotada( afinal, a diferença na aparência deles denunciava bastante. Os pais da Mari era pardos, com os cabelos bem escuros, mais escuros que os meus, enquanto ela era pálida, com os cabelos loiros, parecidos com os de meu pai adotivo.), e eu contava como era a minha vida nas ruas de São Paulo. Isso distraía um pouco a cabeça de nós duas, e me livrava de ficar pensando nas minhas dores pelo corpo.

Nem mesmo Mauro era citado. Ele era como uma pedra no sapato, que agora que foi retirado, ninguém sentia falta.

Mesmo parecendo impossível, a vida começava começava voltar ao normal.

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Oieee meus pipoquinhos!!!! Td bem aí? A vida aqui está ótima. 

O que acharam do final do Mauro? Ele merecia o que aconteceu com ele? Me digam aí nos comentários.

Like e comente. Espero que gostem. Tia Jujuba. ;-)

Hanna Contra O Apocalipse Zumbi.( Concluído e EM REVISAO)Onde histórias criam vida. Descubra agora