Obs: Capa feitas por Ankss_( A da multimídia acima) Vão dar olhada nos livros dela .ankss_
Dia 3 - Antes do apocalipse.
Eu, Lara e Cata, saímos de casa cedo, todas usando jaquetas e moletons, com bolsos fundos na parte de dentro.
Dia de "mão leve"... Aaaaa, vamos deixar para lá e dizer em bom português. Hoje é dia de roubar algumas carteiras!
Cada uma foi para um lado, prometendo nos reencontrarmos em casa, as 6 da tarde.
Segui para a 25 de março. A casa onde estávamos, foi abandonada em uma ótima localização, no centro de São Paulo.
A rua 25 de março, centro comercial paulista, paulistano e Brasileiro é também o lugar com maior muvuca, gritaria e confusão desse país( pelo menos é o que eu acho), e ainda, um dos melhores lugares para passar o rodo nas carteiras.
Então, fui até lá, entrando em diversas lojas e surrupiando varias carteiras na multidão.
Eu andava com as duas mãos indo de bolso em bolso, com a mente em outros lugares.
Pensei em como conheci minhas amigas. A Lara e a Catarina eram historias curiosas.
Lara estudava na minha antiga escola. Naquela época eu já era órfã de pai e mãe, e vivia em um orfanato.
Ela é minha melhor amiga desde a primeira vez que nos falamos.
O pai batia nela e era muito bravo. Chegou em um momento de raiva, fazer um corte profundo no braço da Lara e depois de sair do hospital, minha amiga pegou suas coisas e todo o dinheiro da conta bancaria do pai e fugiu, levando seu bem mais precioso, a foto da mãe, desaparecida depois de um sequestro. Ela tinha 14 anos quando fugiu.
E eu fui com ela. Fugi do orfanato, e saí por São Paulo com Lara.
Catarina é outra história um pouco triste.
Sua mãe desapareceu a muito, muito tempo, e ela vivia com o pai. Ele também desapareceu misteriosamente, quando estava perto do aniversario de 14 anos dela, depois de encontrar a casa revirada. Cata pegou suas coisas e saiu do apartamento, para nunca mais voltar.
A encontramos algumas semanas depois do ocorrido, e eu e Lara a acolhemos.
Eu e Lara saímos fugidas aos 14 anos, Cata saiu aos 13 quase 14, por isso é dois meses mais nova que a Lara e cinco meses mais nova que eu.
Pensei também, sobre minha vida antes dos meus pais morreram.
Minha mãe tem os mesmos olhos, e o mesmo cabelo que eu. Negros, bem escuros. Os olhos meio puxados, descendentes de indígenas.
Meu pai era um sujeito alto, de 1,86 de altura com os olhos mais azuis do mundo, e cabelos puxados para o ruivo.
Vivíamos no Rio de Janeiro, até papai precisar se mudar para São Paulo por causa de uma proposta de emprego. Eles morreram logo depois de chegarmos, em um acidente de carro. Um caminhão tombou em cima do nosso carro, e eu fui a unica que sobreviveu.
O síndico do prédio em que morávamos mandou consertar nosso carro, enquanto eu estava no hospital. Ele ficou com o carro e eu fui mandada para o orfanato.
Eu tinha uma vida boa no Rio, com uma casa grande, perto da praia.
Apanhei a carteira de uma moça e cheguei perto da bolsa de outra, saindo dos meus pensamentos se não eu ia chorar, bem no meio da rua. Seria fácil pegar o dinheiro, que estava praticamente exposto dentro da bolsa.
Coloquei a mão lá dentro, agarrando o dinheiro e puxando a mão de volta.
A mulher se mexeu, batendo com o cotovelo no meu braço.
Entrei em panico, a mulher arregalou os grandes olhos verdes ao me ver. Tinha uns 60 ou 70 anos, e era bem baixinha.
Acreditem ou não, a senhorinha me deu uma bengalada na minha cabeça. Serio, eu levei uma bengala na cabeça. E acho que foi puro reflexo dela.
— Sua mãe não te deu educação não garota?— Ela disse.
Escondi o dinheiro, ela não tinha percebido que o peguei.
— Sou órfã.— Respondi me virando para ir embora antes que ela dissesse mais alguma coisa.
— Órfã!— A senhorinha arregalou os olhos de novo.— Sou assistente social, posso ajudar você!
-— Não, obrigada.— Eu comecei a andar mais rápido no meio da multidão. Tudo o que eu menos precisava agora era de uma assistente social metida a me jogar de novo no sistema de adoção...
— Ei! Volte aqui!— A velhinha me seguiu mais rápido do que eu gostaria.
Eu comecei a correr, na tentativa de despista-la, mas aquela velhinha é rápida pra caramba! Nem precisava da bengala, sei nem porque usava!
Me escondi em uma loja, entre varias prateleiras enquanto fingia que olhava unhas postiças, e vi a senhora passar e não me ver.
Dei um suspiro de alivio. Assistentes sociais, se soubessem realmente como é o sistema de adoção, não jogariam crianças lá como se aquilo fosse o melhor pra ela. Ainda mais, que eu não era mais uma criança.
Como já eram 3 da tarde, decidi tomar um café na padaria, deixando meu trabalho de batedora de carteiras de lado.
Voltei para as ruas, depois de me esconder no banheiro da padaria e passar todo o dinheiro das carteiras para apenas uma. Deixei uma das carteiras vazias no banheiro, e outra na porta da padaria, com os documentos e cartões das pessoas.
Espalhar as carteiras roubadas em lugares aleatórios é um dos melhores jeitos de despistar a policia! Eu não tinha passagens, muito menos um RG novo, não teriam minhas digitais para confirmar quem eu era, e me prender. Nem sequer se dariam ao trabalho
Continuei por mais duas horas, e depois, decidi que era hora de voltar para casa. Estava cansada, e estava anoitecendo.
A região é perigosa, por causa de ladrõezinhos como eu, e alguns outros mais perigosos. Em geral, ladrão respeita ladrão, e não rouba um ao outro. Mas só porque pensei isso, tive que ser contrariada pelo universo.
— Ei garota. Passa tudo, agora!— Um cara de uns 20 anos, mascarado, chegou em mim. Os olhos tinham um tom de cinza, impossível de entender.
— Cara, acabei de voltar da 25 de março, peguei algumas carteiras. Moro na rua, não me rouba não.— Eu disse, revirando um pouco os olhos.
— Ladrazinha... Ok então. Me dá dez reais pra passagem de ônibus e um refri, e fechou.— Tirei uma das carteiras do bolso e fiz o que ele pediu.— Se cuida ladrazinha, porque pode topar com gente mais perigosa do que eu...
Eram quase seis horas, e o céu começava a escurecer quando entrei em casa. Sentei na cama, abrindo as carteiras para contar o que havia conseguido.
1,500 reais, uma ótima quantia até.
Junto com o que Catarina e Lara conseguiram pegar, acho que teríamos um bom dinheiro. Deitei na cama, olhando o colchão da parte de cima do beliche, e observando as madeiras. Estava mega cansada, por isso, virei para o lado e adormeci, sem esperar ninguém chegar.
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Uhuuuuu, capítulo novinho para vocês milhos pra pipoca! Estou gostando bastante de escrever essa nova história.
E aí, botem nos comentários o que acharam da história da Hanna da Lara e da Catarina.
Botem também nos comentários, o que vocês fariam em um apocalipse zumbi. Coloquem com detalhes por favor.Espero que gostem. ;-)
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Hanna Contra O Apocalipse Zumbi.( Concluído e EM REVISAO)
Science FictionLivro 1 da saga apocalipse. Hanna é uma adolescente de 17 anos, moradora das ruas e casas abandonadas de São Paulo. Órfã e fugitiva de um orfanato, ela e suas duas melhores amigas, Lara e Catarina sobrevivem nas ruas de vender balas no sinal e come...