Quinze

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Dia 29- Depois do apocalipse.

De manhã, Marina veio no nosso quarto, nos acordar as sete da manhã.

_ Aqui nós temos várias regras, e a primeira delas é acordar cedo. A segunda, é que cada um precisa de sua tarefa._ Mari andava lado a lado com a gente._ Eu vou mostrar as tarefas de vocês.

_ É onde vamos ter essas tarefas?_ Perguntei.

_ Por todo o Galpão! Temos trabalho na cozinha, no galinheiro, nas plantações, e em praticamente tudo aqui!_ Ela continuou.

Marina nos levou lá pra fora, onde tinham outras pessoas nos esperando.

Mauro, o namorado da Mari, veio e lhe deu um beijo. As bochechas dela coraram.

_ Luana, Clara, Bruna, sigam a Vanessa e a Agnes, elas vão mostrar a tarefa de vocês._ Marina disse. As três irmãs seguiram as garotas Galpão a dentro._ Lara, Catarina, André e Hanna, vão com a Andressa, o Mauro e o Felipe. Eu preciso ajudar minha mãe em algumas coisas. Nos vemos depois Han!

Marina deu um tchauzinho que eu retribuí, e voltou para dentro do Galpão.

_ Venham por aqui._Mauro, com seu vozeirão, nos disse, e foi andando por um caminho de pedras na parte de trás.

A parte de trás do Galpão era bem grande. Macieiras carregadas enfeitavam a parte de trás, perto da cerca viva que separava aquele lugar, dos zumbis do mundo. Plantações de pimentão, cebola e outros temperos vinham logo depois. Encaixado na parede do Galpão, uma construção de madeira, que presumi ser o galinheiro. Algumas redes também estavam postas ali, junto com uma mesa com poltronas vermelhas, em um jardim de inverno. Em uma garagem, duas grandes peruas escolares paradas. Provavelmente não estavam sendo usadas a um tempo, pois o pó e um gato enfeitava o teto. O gato, reconheci como sendo a Dará, e chamei a atenção do André.

_ Dará! Saia de cima desse carro._ A gata obedeceu, enroscando no pescoço do dono.

_ Hugh! Se essa gata comer alguma das galinhas..._ Mauro começou.

_ Ela não vai. Dará é muito bem treinada, e só come ração._ André o interrompeu.

_ Que pena, não temos ração pra gato aqui._ Mauro sorriu.

_ Tenho no carro. Depois irei pegar, Dará deve estar com fome daqui a pouco.

_ Que bom. Se uma galinha sumir, essa gata vai pra rua.

_ Se ela for eu vou também._ André trincou os dentes.

_ Até que não é uma má ideia..._ A treta estava lançada...

_ Parem, por favor!_ Eu disse._ A Dará é educada, garanto._ Olhei para Mauro.

_ Esperamos... Hugh... Odeio gatos.


Eles deram a mim, Lara e Catarina, a missão de cuidar da orta e do pomar. Para o André, cuidar da limpeza da parte de fora. O André é como um jardineiro agora.

Passamos boa parte da manhã cuidando daquele lugar. Até que foi divertido, porque estávamos só nós quatro, contando histórias de vida.

Quando acabamos, sentamos na mesa do jardim de inverno, contando casos.

_ Teve uma vês, que meu pai foi entregar uma encomenda grande demais para dar aos seus subordinados, em uma cidadezinha na divisa com o Paraguai._ André começou._ Ele me pediu para ir com ele no caminhão, que eu ia aprender como fazer aquilo, e ia retirar todas as suspeitas de nós. Eu concordei, tinha uns 8 anos de idade naquela época.

Enquanto ele contava, levantou as pernas para coloca-las e cima da mesa de centro, recostando-se na poltrona. O vento quente de meio dia, começava a bater no nosso rosto. Tirei o casaco.

_ Passamos pela divisa, com duas identidades falsas. Eu ainda não entendia bem o que estava acontecendo. Fiquei no caminhão enquanto meu pai descarregava, lendo um livro que meu ele tinha me dado._ Ele disse._ Na volta, a estrada estava fechada, e tivemos que passar por outra. Estava tudo bem e então, olhei pela janela e estávamos passando por uma blitz policial. Pararam o meu pai, e eu lembro que fiquei com medo. Revistaram o caminhão inteiro, que por sorte, estava vazio. Perguntaram porque ele estava transportando ar. Papai disse que já tinha feito a entrega e então nos deixaram ir. A viagem inteira, ouvi meu pai dizer como éramos sortudos de não terem descoberto nada. Naquela época eu não entendi o que estava acontecendo, e demorei anos para começar a entender. Papai escondia muito bem seus planos.

_ As minhas histórias de vida são bem mais macabras._ Lara disse._ Eu tinha cinco anos quando meu pai começou a me agredir. Tudo começou com um não a arrumar minha bagunça. Eu era uma criança muito ativa, adorava brincar e sempre fazia bagunça no meu quarto no apartamento da minha família. Um dia, eu me recusei a arrumar a bagunça antes de ir para a minha avó, e meu pai ficou possesso. Ele me bateu várias vezes e me atirou na parede. Essa primeira vez, eu fui parar no hospital. Minha mãe ainda não tinha sido sequestrada na época, e estava na casa de uma amiga no dia. Meu pai justificou a agressão dizendo que eu tinha rolado 5 andares abaixo da escada. Essa história convenceu minha mãe, já que eu tinha medo de elevador na época. Dês daí, as agressões se tornaram mais frequentes, e por motivos cada vês menores. Cada coisinha que eu fizesse de errado, ele me batia. Aí a minha mãe foi sequestrada, e foi aí que meu pai ficou ainda mais agressivo. Ele usava facas pra me bater, e eu tinha cada vês mais cortes pelo corpo. Até que um dia eu parei de ser trouxa e fugi de casa, limpando a conta bancária do meu pai. Ele mereceu cada centavo tirado da conta.

_ Pior que é verdade._ Catarina disse._ Aquele homem mereceu mesmo.

_ Eu ainda tenho muitas cicatrizes..._ Ela nos mostrou seu braço, eu já tinha visto a gigantesca cicatriz Branca que ela tinha no braço. André se espantou, olhando a cicatriz._ Essa aqui foi o motivo de eu ter fugido de casa.

_ Estava bem feia na época._ Eu disse._ Ainda estava vermelha, e tinha vezes que coçava e voltava a sangrar. Perdi a conta de quantas vezes já roubei gazes e algodão para limpar o sangue do braço dela.

_ Agora eu sei porque vocês são tão fortes.

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Oieee pipocos! Td bem com vcs? Mais um Cap para vocês, contando mais da história de vida deles. Like e comente. Espero que gostem. Tia Jujuba. ;-)

Hanna Contra O Apocalipse Zumbi.( Concluído e EM REVISAO)Onde histórias criam vida. Descubra agora