Estávamos sentados, bem longe da porta e da luz, Peeta acariciava meus cabelos, então lembrei do pedaço de torta.
- Trouxe algo pra você.
- Sabe que não precisa trazer nada pra mim.
- Cale a boca, tenho certeza que você vai amar.
Peguei o prato e lhe entreguei, seus olhos brilhavam, eu sorri. Sabia que Peeta tinha uma condição muito ruim, ele era um seis, um distrito a mais da minha família, éramos um cinco.
Uma mulher dificilmente casava com alguém de um distrito mais baixo. Um homem de um distrito inferior podia até pedir sua mão, mas raramente recebia um "sim" como resposta. E quando pessoas de distritos diferentes se casavam, tinham que preencher várias papeladas e esperar uns cinqüenta dias para poder tomar outra medidas legais necessárias.
Já ouvi várias pessoas dizer que essa burocracia pretendia dar ao casal a chance de mudar de ideia. Assim, essa intimidade bem depois do toque de recolher dos Estados Unidos, poderia nos meter em um problema sério, isso sem falar no quanto minha mãe me infernizaria se soubesse.
Mas eu já amava Peeta, e com ele ali, alisando meu cabelo, eu era incapaz de pensar em participar da Seleção, já estava apaixonada.
Peeta me olhava pensativo.
- Peeta?
- Sim?
- No que está pensando?
- Na hipótese de você participar da seleção.
- Oque??
Me afastei dele bufando, como assim? Era ele que eu amava e não o iria deixar por outro que nem conheço.
- Escute, seria bom para você e sua família, eu só quero seu melhor. - Sua voz era calma e sentia a dor em seus olhos, Peeta sofria muito, se alimentação lá em casa não era das melhores, a dele era uma tragédia, trabalhava duro desde que o pai morreu, cuida de seus irmãos e sua mãe, e sofreu quando seu irmão mais novo foi chicoteado em praça pública, pobre Michael, sofreu por roubar uma maçã, aquilo me doía muito.
- Escute, é você que eu amo...
- Mas quero me casar com você, e não tenho boas condições, como vamos criar nossos filhos? Como vou poder te dar uma vida melhor?
- Eu trabalharia, sabe que sei caçar, atirar flechas, ajudaria na nossa alimentação.
- Não vou deixar a mulher da minha vida trabalhar tão duro assim, quero te dar uma vida melhor, te mimar.
Sorri.
- Por favor, tente pensar em se inscrever nessa seleção, seria o melhor pra você, por favor, pense.
Acenti com a cabeça. Mas não estava em minhas condições participar dessa seleção, eu não iria de jeito nenhum.
Abracei Peeta forte, tentando fazer que aquele momento não acabaria, ele colocou sua mão em minha cintura e me beijou.
Peeta sabia como me conquistar.
- Quando irá voltar? - Ele perguntou ancioso.
- Próximo sábado, farei de tudo para voltar, amo você.
- Amo você.
Saí da casa da árvore, segurando o prato vazio e corri até a janela, vi peeta descendo, o perdi de vista.
Voltei ao quarto e desci silenciosamente à cozinha, lavei o prato e guardei.
Subi e deitei na cama, pensando em Peeta e na seleção.
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A Seleção Voraz
FanfictionMertiniss, uma garota normal, com uma vida simples, sem muito luxo e privilégios, achava que sua vida só se basearia nisso, casava e teria filhos, mas tudo mudou, quando o rei Snow, decidiu, formar uma Seleção Voraz, para apaziguar as coisas entre a...