CAPÍTULO 28

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Quando abri os olhos senti minha cabeça latejar e algo quente escorrer pela minha testa.
- Senhorita Mertiniss! O que houve com você? - Maxon demonstrava preocupação, mas também parecia irritado. - Por favor tirem ela dali e levem ela para os cuidados médicos, depois quero conversar com você Mertiniss!
- Sim majestade. - Os guardas falaram, se aproximaram de mim, me levantando devagar dessa vez eu tinha certeza que meus dias no Castelo estavam contados.
Fomos a uma parte do Castelo que eu ainda não tinha visto, o corredor era enorme com várias camas de hospitais, tudo bem limpo e organizado, os guardas me colocaram em uma das camas e logo depois uma mulher chegou.
- Senhorita Mertiniss não é isso? Você está bem? - Ela era alta, os cabelos estavam amarrados em um touca branca e suas roupas também eram brancas.
- Sim. Só me sinto um pouco tonta.
- Você está com um corte na testa, não deve ser nada grave, farei um curativo e você pode descansar por aqui.
Quando eu acordei me senti bem melhor, ouvi alguém conversando por perto e logo vi que Maxon estava se aproximando de mim.
- Como você está? - Maxon disse, ficando parado em minha frente.
- Estou bem. - Falei envergonhada.
- Por que fez isso?
Permaneci calada, e ele permaneceu me observando.
- O que achou que eu queria? - O príncipe perguntou.
Abaixei a cabeça e corei.
- Mertiniss, o que você achou que eu queria?
Sua voz soava irritada, ofendida. Obviamente ele advinhara meus pensamentos e não irá gostar nada deles.
- Em público? Você pensou? Meu Deus! Eu sou um cavalheiro.
Ele virou para sair, mas voltou.
- Por que quer me ajudar se me acha tão baixo? Jantará em seu quarto hoje. Cuido disso amanhã de manhã.
Eu sentia vergonha, mas também sentia muito medo. Não estava preparada para aquilo. Só havia ficado a sós com um único garoto, não sabia como dizer isso a Maxon.
Esperei um pouco até alguém aparecer.
- Você está melhor, e irá ficar bem, acho melhor descansar em seu quarto. Fique tranquila, ninguém soube desse incidente. Peça para suas criadas fazerem outro curativo antes de você dormir. - A enfermeira falou, buscando uma caixinha de primeiros socorros e me entregando.
- Obrigada.
Circulei pelo corredor antes de entrar no quarto. Anye, Mary e Lucy estavam uma ao lado da outra quando entrei. Elas não fizeram perguntas sobre meu corte e eu também não tive coragem de contar o que aconteceu.
Meu jantar já havia sido servido na mesa perto da sacada. Eu estava com tanta fome que consegui parar de pensar em como tinha sido ridícula. Havia uma caixa enorme na minha cama, implorando para ser aberta.
- Podemos ver? - Pediu Lucy.
- Lucy que falta de educação! - reprovou Anye.
- Deixaram aqui assim que a senhorita saiu. Desde então estamos curiosas. - exclamou Mary.
- Mary tenha modos! - reprovou Anye novamente.
- Não se preocupem meninas. Não tenho segredos.
Quando eu fosse embora na manhã seguinte, explicaria tudo a elas.
Desfiz o laço grande e vermelho da caixa, dentro havia duas calças jeans, uma preta e uma de um azul maravilhoso, sobre elas havia um cartão com o brasão das treze colônias.

Você pede coisas tão simples que sou incapaz de dizer não. Mas por mim, use apenas nos sábados.
Obrigada por sua companhia.
De seu amigo,
Maxon

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