capítulo 8

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- E a esposa de uma mulher quase tão rico/poderosa como meu pai - Yasmim terminou, com amargor.


- Sim.


- Eu odeio você.


- Pois bem, me odeie. Ao menos é uma emoção viva. - Ela tremia de ódio. - Mas, se for embora agora, vai apenas adiar o inevitável. - vanesa preveniu-a. - E provocar outro encontro.


- Não quero isso - ela falou com desusada veemência. - Nada disso.


- Mas quer a indústria o império


Era verdade. Yasmim reconheceu que não podia negar.


Morar com a esposa durante um ano resolveria mesmo seus problemas? Por quê? Claro que sim. Eram ambos adultos. Tinham obrigações diferentes no trabalho, interesses separados. Com um pouco de sorte, nem se veriam durante o dia todo.


Yasmim ergueu a cabeça e enxergou o envelope. Disse:


- Não dormirei no mesmo quarto com você.


- Não acredito lhe ter pedido isso.


A voz dela era fria, quase como gelo, mas provocou um tremor em sua espinha.


- Começaremos na sexta-feira. À noite - ela estabeleceu.


- Chegarei em casa tarde.


- Não vejo problema nisso - yasmim ergueu uma sobrancelha com desdém.


Vanesa fez sinal ao garçom para que trouxesse o café.


- Não para mim. - Ela queria sair de lá o mais depressa possível, ficar longe do homem que um dia tivera seu coração, seu mundo, nas mãos.


O que quer que tivesse de enfrentar, enfrentaria na sexta-feira. Mas, agora, desejava ficar o mais longe que pudesse de sua ex atual esposa vanesa Lopes


Levantou-se, apanhou a bolsa, suspirando ligeiramente quando vanesa segurou-lhe o pulso.


- O que pensa que vai fazer? - ela protestou.


- Eu diria, o óbvio.


O garçom apareceu, aceitou o pagamento, saudou-os com um sorriso ao ver a quantia da gorjeta. E Yasmim não teve outro remédio senão acompanhar vanesa até a saída.

Elas seguiram de mãos dados
como vanesa não lhe soltasse a mão, ela ameaçou:


- Se não largar minha mão, gritarei - sussurrou.


- Vá em frente, e grite. Mulheres histéricas despertam muita atenção, em geral.


- Você é a mulher mais impossível que conheci! Vá para o inferno!


- Não quer que a leve comigo para lá, quer? - vanesa ameaçou-a com uma doçura perigosa que lançou ondas de gelo ao longo de sua coluna.


- Não quero você... e chega!


- Trata-se de um desafio?


- Uma afirmação.


- Um ano, yasmim . Talvez possamos ter sorte. O que acha?


- Duvido que seja possível.


- Tente - ela sugeriu apenas.


Yasmim pegou a bolsa e tirou de dentro um molho de chaves.


- Do meu carro - informou.


- Está querendo provar alguma coisa, Yasmim? Sua independência?


- Sim.                  


- Talvez eu deva seguir seu exemplo. - Ela abraçou-a num movimento rápido.


Yasmim abriu a boca para protestar, mas nenhuma palavra escapou de sua garganta. Impossível. Apenas lembrou-se do que fora a vida entre elas duas, um dia.


Pelo espaço de alguns segundos sentiu-se voltando ao lar, reconhecendo sua necessidade.


A penetração da língua dela foi algo que a fez estremecer.


Santo Deus, como podia deixar-se afetar com tanta facilidade?, se questionou.

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