São Paulo era uma grande cidade, espaçosas ruas com três faixas de trânsito, bondes elétricos e clima frio.
Yasmim visitara a cidade havia dois anos e nada mudara, ela notou, enquanto seguiam de táxi pela familiar estrada do aeroporto.
Entraram no hotel, construção moderna, situado numa colina com vista panorâmica da cidade. Após alguns minutos passados na recepção, Yasmim e vanesa entraram no elevador com paredes de vidro.
O apartamento, como não podia deixar de ser, tinha uma vista magnífica, mas, enquanto constava dele uma saleta com duas poltronas confortáveis, uma mesinha, uma escrivaninha com telefone, fax, não havia duas suítes, apenas uma, e esta com uma cama de casal.
- Se acha que vou dividir essa cama com você, está redondamente enganada - yasmim declarou enquanto vanesa colocava a bagagem de mão numa cadeira.
- Dividimos uma casa - vanesa protestou, lançando um olhar
- Mas não um quarto. Em especial, não uma cama.
- Medo de mim ou de si mesma?
- Essa pergunta nem merece resposta.
Ela pendurou duas camisas no guarda-roupa e levou a maleta com os artigos de toalete ao banheiro. Yasmim observava-a Pendurou no guarda-roupa o vestido que pretendia usar no jantar.
Jurou a sim mesma que não dormiria naquela cama. Uma das poltronas da sala seria suficiente para ela. Melhor ainda, poderia pôr as duas juntas e fazer uma cama com um cobertor e um travesseiro.
A par da irritação por causa da cama ela se perturbava emocionalmente por ter que dormir no mesmo quarto que sua esposa
Lembrou-se de que estavam ali para negócios, acima de tudo. Almoçariam, assistiriam a uma reunião, voltariam ao hotel para se trocar e jantariam com o primo de vanesa , Suede e sua esposa maria .
O almoço foi agradável, a comida excelente, e Yasmim começou a relaxar um pouco.
Ela e vanesa não demoraram muito no café. Tomaram um táxi e foram ver o local que os interessava.
- Eles vão demolir tudo - Yasmim informou, observando dois velhos chalés que deviam ter sido construídos havia um século. Pareciam desocupados.
Renato iniciara negociações com os últimos dez chalés, planejando remodelá-los transformando-os em butiques, assim preservando a área ao redor. Mas uma grande multinacional oferecera a Renato uma quantia exorbitante pela área já pertencente à brunets
- Respeito a visão de Renato - ela comentou. - Porém essas monstruosidade de vidro aprovada pela prefeitura não se mesclaria bem com a área.
- Decidiu então desistir do negócio? - vanesa perguntou.
- Eles já adquiriram a maior parte da área construída, e se eu conservar nossa pequena parte mais sofisticada que as demais, ela perderá o valor. Venderemos, mas por um bom preço. Eles pagarão, porque lhes convém. Imagino que conseguiremos duzentos e cinquenta mil.
- Renato ficaria orgulhoso de você, ouvindo isso - vanesa comentou, colocando a mão no ombro dela.
Yasmim esperava que sim. Desesperadamente estabelecer o próprio crédito no setor de vendas de seu pai. Por ser mulher, sabia que não seria fácil. Por esse motivo, não podia errar.
- Certo, vamos agora inspecionar a outra área.
Ela voltou para o táxi consciente de que vanesa segurava-lhe a mão com força. Achou que deveria se livrar daquele aperto de mão, mas cedeu a seu desejo por alguns segundo e usufruiu o prazer do toque, do claro. Contudo, logo pôs em dúvida sua sanidade mental.
Que era um subúrbio exclusivo, um misto de velho e novo dinheiro, com elegantes residências, avenidas com três pistas, e uma rua só de butiques e de pequenos restaurantes.
- Acho interessante ficarmos com isto e restaurar tudo. - Virando-se para vanesa , perguntou: - O que você acha?
- Talvez Luiza goste de estabelecer uma filial aqui.
Vanesa era bom, muito bom, em ler seu pensamento, Yasmim pensou.
- Temos hora marcada com a agência às quatro horas. E fica perto.
Yasmim levou uma hora nas negociações, mas saiu do escritório do advogado triunfante.
- Fechamos negócio - ela disse a sua esposa que a precedera no andar térreo.
Seus olhos brilhavam e o sorriso refletia orgulho.
- Você fechou negócio. Conseguiu tudo - vanesa corrigiu-a. - Eu apenas fiquei sentado observando-a negociar.
E foi verdade, mas a presença dela tornara tudo bem mais fácil, uma retaguarda que ela muito apreciara. Yasmim sabia agir em negócios, com Renato ao lado, pois nem todos os homens consideravam as mulheres em pé de igualdade na arena de negociações, e ela não tinha a menor dúvida de que as coisas seriam bem mais difíceis se tivesse ido sozinha.
- Obrigada - disse.
- Pelo quê?
- Por estar aqui comigo.
- Foi meu o prazer.
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Uma Falsa traição ?
FanficSeria possível perdoar a traição da pessoa que seria o amor pra sua vida ?! Tudo o que Yasmim queria era esquecer que ainda estava casada com a Lopes . Bom pelo menos no papel .. Agora, com o pai doente, ela precisava assumir o controle das empresa...