O domingo chegou com um céu cinza e ameaça iminente de chuva. Yasmim levantou-se cedo, vestiu camiseta, bermuda, e desceu para a cozinha. Preparou um copo de suco de laranja, bebeu, e desceu a escada em espiral para ir ao ginásio.
A casa estava silenciosa e ela entrou na enorme sala equipada com vários objetos da prática de esportes. Deu um soco no saco de areia para treino de pugilista. Machucou um pouco a junta dos dedos, mas sentiu enorme satisfação.
- Se vai repetir isso, sugiro que use luvas - lhe disse vanesa ao entrar na sala. - Ou talvez prefira quebrar uma telha para dar vazão a sua ira?
Teria ela seguindo seus passos? Sem dúvida, não, pois fazia parte da rotina de vanesa passar algum tempo pela manhã entregue a exercícios físicos.
- Não me tente a quebrar qualquer coisa - yasmim respondeu.
Yasmim parecia ter dezessete anos, devido à falta de maquiagem e aos cabelos presos num rabo-de-cavalo. Seus olhos brilhavam, os lábios polpudos eram convidativos. Vanesa teve vontade de atravessar a sala e apoderar-se daquela boca, mas concluiu que as consequências não seriam boas.
Yasmim foi para perto da bicicleta mecânica e começou a se exercitar.
Observava vanesa disfarçadamente. Com uma toalha em volta de pescoço, ela fazia todo tipo de exercícios, tinha um físico invejável. Isso lhe trouxe lembranças que procurava esquecer.
Ódio e dor eram dois sentimentos que se misturavam nela. O primeiro Yasmim aceitava, o segundo, condenava.
Como podia sentir qualquer coisa por essa mulher depois de tudo que ela fez com ela
Por Deus
Havia pensamentos conflitantes perseguindo-lhe a mente, e com um sacudir de ombros decidiu entrar na sauna e depois na piscina. Mas... teria de se despir e não desejava ficar nua na presença de sua ex/atual esposa .
Na realidade, precisava separar-se dela . Por isso, saiu da sala de ginástica. Tomaria seu café da manhã, depois o banho, e depois se vestiria para sair.
Iria a qualquer lugar a fim de ficar longe da casa e da indomável mulher que a possuía.
Vinte minutos mais tarde desceu as escadas a caminho da garagem e encontrou vanesa no corredor. Ela a viu com uma bolsa no ombro, as chaves do carro na mão e perguntou:
- Vai sair?
- Você se opõe?
- Não. Por que deveria?
- Não espere por mim. Aonde irei e a que horas voltarei... seria difícil lhe dizer, pois não tenho planos definidos.
- Exceto fugir de mim.
Yasmim irritou-se por ela conhecê-la tão bem.
- É - respondeu.
Vanesa deixou-a ir, e minutos mais tarde ela saiu com o carro na direção de uma praia ao norte da cidade.
Yasmim poderia ter telefonado a uma amiga a fim de passar o dia com ela, mas preferiu a solidão e um bom livro.
Escolhendo uma praia relativamente isolada, estendeu uma toalha na areia, pegou o celular e abriu o livro escrito por um de seus autores preferidos.
O almoço consistiu num sanduíche comprado numa barraca da redondeza e numa garrafa de água. Leu por algumas horas e depois foi à cidade onde percorreu várias lojas.
Admirou uma pulseira de prata exposta na vitrina de uma joalheria. Ia entrar quando ouviu uma voz familiar:
- Passeando, querida?
Yasmim enxergou então diante de si uma atraente loura, muito bem maquiada.
- Paula! - yasmim reconheceu sua irmã por afinidade.
-Tentado ser incógnita, Yasmim ? Ou essa sua vestimenta é o que chamamos de "new look"? - indagou Paula, apontando para a bermuda e camiseta com um nó na cintura.
- É o que chamamos de informa l- yasmim respondeu.
- E por onde anda a fabulosa vanesa ?
- Deixei- em casa. - Até certo ponto, verdade. Mas quanto tempo ficara ela lá, era outra coisa.
- Apesar de reconciliados há tão pouco tempo?! Embora todos saibam que isso foi só para cumprir as últimas vontades do querido Renato.
- Todos?
- Sim, minha cara. Você é a líder do grupo social. - Paula começava a afiar as garras.
- Realmente?
- Naturalmente você sabe que Cássio pretende contestar o testamento, não sabe?
- Sei. Como você também sabe e espera conseguir alguma coisa.
- Oh! não, querida. Sei que é uma causa perdida. Como se sente sendo uma herdeira rica? Sempre foi o orgulho e a alegria do papai. Até casou-se com um príncipe só para descobrir que ele tinha pés de barro. Interessante a coincidência de a amante dele estar de volta à cidade. Oh, querida, você não sabia?
- Não. E devo-lhe agradecer pela notícia?
- Foi um prazer para mim ajudá-la.
- Adeus, Paula.
- Quando vamos nos ver de novo? - Paula perguntou.
Ver de novo Paula era algo que Yasmim preferia evitar.
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Uma Falsa traição ?
FanfictionSeria possível perdoar a traição da pessoa que seria o amor pra sua vida ?! Tudo o que Yasmim queria era esquecer que ainda estava casada com a Lopes . Bom pelo menos no papel .. Agora, com o pai doente, ela precisava assumir o controle das empresa...