capítulo 9

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Com relutância ela se afastou, mas sua tristeza foi evidente e lutou com um misto de raiva e ressentimento quando ele percorreu com a ponta dos  dedos o contorno de seu queixo.


- Química - ela apresentou como desculpa de sua alteração.


- Acha? - vanesa tomou as chaves da mão dela, desativou o alarme e abriu a porta do carro. Colocou a chave na ignição e ficou ao lado enquanto ela se sentava à direção.


- Sexta-feira, Yasmim .


Como se ela precisasse ser lembrada! Ligou o carro e partiu imediatamente.


Minutos mais tarde chegava a seu apartamento.


Não era tarde, alguns minutos depois das nove. Cedo demais para deitar-se e dormir. Pensou em telefonar para algumas amigas sugerindo que se encontrassem em algum lugar agradável. Porém concluiu que elas fariam perguntas, e preferia evitar perguntas no momento.


Em vez disso, despiu-se, vestiu uma camiseta folgada, removeu a maquiagem, acomodou-se numa poltrona confortável para assistir tevê.


Dormiu na poltrona e quando acordou sentia dor no pescoço e tinha uma perna adormecida. Bem depois da meia-noite.


Minutos mais tarde arrastou-se para a cama e ficou acordada, perseguida pela imagem de vanesa, sua a boca grudada na dela.

Escolher o que pretendia levar custou-lhe mínimo esforço. Algumas roupas de trabalho e várias toaletes para as raras ocasiões sociais.


Fechou as malas, lançou um último olhar ao apartamento, ligou o alarme e desceu de elevador para a garagem.


A distância entre Ipanema e Leblon era pequena, apenas alguns quilômetros, mas teve dificuldade em controlar sua tensão ao entrar na elegante rua onde vanesa morava.


Parou o carro, apertou o botão do controle remoto, esperou que o portão se abrisse e entrou. Havia uma série de residência na área, algumas antigas, outras modernas, dando um ar de riqueza ao condomínio.


O acesso ao pórtico de entrada da casa de vanesa se fazia através de portas duplas protegidas por um sofisticado sistema de alarme.


Um casal de empregados vinha a cada fim de semana cuidar da propriedade e dos jardins, mas devia ter saído havia horas, yasmim concluiu ao entrar no hall.


A casa estava silenciosa, e foi impossível a ela esquecer de que vivera lá durante algum tempo.


O chão era de mármore, o teto alto onde havia um suntuoso lustre. À direita ficava o salão e a sala de jantar, a esquerda o escritório e a sala íntima, uma sala de almoço e a cozinha.


No subsolo situava-se a sala de entretenimentos, a sauna, o ginásio. Havia também uma piscina aquecida com portas para o terraço e jardins. No andar de cima havia cinco dormitórios com magnífica vista para lagoa.


Pelo espaço de alguns meses aquele fora seu lar. Um lugar onde dividira com vanesa o amor, as risadas, e uma grande paixão.


Não vá lá, uma vozinha a preveniu.


A emoção a dominava. Tornara a entrar na casa de vanesa Lopes amedrontada com a tensão que imaginara iria sentir. Mas, que outra escolha tinha?


Nenhuma. Queria o controle da
Indústria  , Yasmim refletiu enquanto subia as escadas.


Teria vanesa ocupado o quarto principal, o que um dia dividira com ela? Ou mudara-se para um dos outros quartos?


Sim, ocupara o quarto principal, ela constatou ao abrir a porta. Suas roupas se encontravam lá e uma série de artigos masculinos de toalete sobre a cômoda de tampo de mármore.


Ela lançou um olhar para a enorme cama, e estremeceu. Como pudera ela ficar lá? Ocupar aquele quarto, aquela cama?

Uma Falsa traição ? Onde histórias criam vida. Descubra agora