XII - Capítulo

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O voo foi cansativo. Meu corpo inteiro doía. Não é de menos,aquelas cadeiras eram horríveis pra dormir. Sai do avião e senti o vento gelado nos meus braços. Minhas blusas ficaram todas na mala. A única coisa que eu carregava era o meu celular.

Eu usava ele pra poder escrever meus textos ou desabafar quando precisava.
Conversava muito pouco pelas redes sociais. Só usava quando realmente precisa,ou seja,quase nunca.

Meus pais pediram um táxi pra voltarmos. Ficamos todos quietos durante a viajem. Cada um em seu mundinho particular,sem trocar uma palavra,a não ser,um olhar rápido.

Chegamos pela tarde no nosso apartamento. Minha irmã correu pro quarto dela pra contar as novidades aos amigos. Minha mãe foi direto tomar um banho,reclamava que se sentia cansada e que não existia nada melhor que um banho pra poder acalmar. Meu pai foi atrás dela,mas pelo seu cansaço,podia ver que ele deitaria na cama e dormiria até amanhecer. Eu não fui diferente,tomei um banho e deitei na cama. Nem me preocupei se havia mala pra arrumar,tinha coisas que exigiam a minha mais bela atenção,que nesse caso,era o meu sono. Que eu considerava,a oitava maravilha do mundo.

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Comida. Essa foi a primeira coisa que me veio a cabeça quando eu acordei. Parecia que tinha um batalhão de pessoas no meu estômago gritando "Queremos comida ! Queremos comida !".

Não fiz questão de tirar o meu pijama. Coloquei um pedaço de lasanha e um copo de refrigerante na minha frente e devorei sem a menor preocupação. Não sei se a comida estava realmente deliciosa ou se era a fome que era maior.

Minha família já se encontrava acordada,na televisão passava a novela. Meus pais se abraçavam deitados no sofá,e minha irmã,estava deitada na poltrona.

As vezes,eu queria ter um romance com alguém,igual ao dos meus pais. Mesmo com tantos anos de casados,eles ainda se amavam.

Mamãe contava que os meus avós não aceitavam o meu pai,falavam que ele era muito irresponsável,e que se ela se relacionasse com ele,acabaria indo para o mal caminho. Eles começaram a se encontrar escondidos dos meus avós,mas quando foram descobertos,assumiram sem medo nenhum do castigo.

Mas os meus avós não castigaram eles,ao contrário,pediram que fizessem uma aposta. E que se eles conseguissem ficar sem contato nenhum durante um mês,eles teriam a permissão para o namoro.
Não demorou uma semana,meu pai apareceu na casa da minha mãe com o anel de noivado,tremendo de nervoso,dizendo que não conseguia ficar longe dela.

Eu já tentei imaginar a cena da minha mãe quando viu o meu pai parado ali,na frente dela. Quais as sensações que ela teve,e o nervosismo. Mas mesmo que eu criasse histórias hipotéticas,e imaginasse cada cena,nada seria tão verdadeiro quanto a realidade.

Sorri e voltei ao meu quarto. Comecei a arrumar as minhas coisas. E quando peguei a mala pra guardar num canto do quarto,um pacote caiu.

Eu conhecia aquela letra. Eu conhecia o responsável por aquilo. E o pior de tudo,eu conhecia o motivo.

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Eu não queria abrir aquele pacote,porque o medo de saber o que tinha ali dentro,era maior que eu. Eu assumo,estava com medo.Porque assim que eu rasgasse aquele envelope de cor parda,a minha vida iria mudar. Mas eu não sabia se era para melhor ou pra pior.
Eu tinha medo de abrir e depois me arrepender,e querer jogar no lixo. Ou talvez,jogar fora antes de abrir e depois ficar me coroendo de curiosidade. As duas possibilidades martelavam na minha cabeça. E eu,fiquei sem saber o que fazer.

Com todo o cuidado rasguei um lado do pacote. Tirei uma folha dobrada em dois pedaços e abri com todo o cuidado possível.
Respirei fundo e comecei a ler.

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Querida Camila,

Primeiro eu queria te pedir desculpas. Eu te magoei muito e te fiz sofrer. Você não sabe como me doía ver você chorar e saber que a culpa foi minha. Depois daquele dia,eu sai do parque mas não consegui parar de pensar em você. Tudo o que eu via me lembrava dos nossos momentos juntos,a sorveteria,o clube e até onde o show aconteceu. Lugares dos quais eu nunca vou me esquecer,porque durante esses dias,eu fui muito feliz.
Eu nunca pensei que eu iria me apaixonar. Pra mim, era só mais um mês de férias,um mês que eu planejava em fazer nada. Mas acontece,que você apareceu na minha vida,e colocou tudo de cabeça pra baixo. Você foi ao mesmo tempo a minha namorada,amiga e o grande amor da minha vida.
Eu ainda sinto saudade de tudo o que passamos. Depois que foi embora,eu escrevi um poema.Eu sei que não sou o melhor escritor que existe,mas eu tentei colocar em pequenos versos,os meus sentimentos. Espero que entenda.

Durante anos da minha vida,
Eu não sabia o que era amar.
Foi olhar pra você,
Que eu fui logo me apaixonar.

Você me ensinou o amor
Me ensinou a amizade
Mas me mostrou também
Que eu te amo de verdade.

Te magoei,te fiz sofrer.
Te fiz chorar,te fiz ver.
O quanto te amo e peço por favor
Não me esqueça meu amor.

Eu te amo,e espero um dia poder ter você de volta. Enquanto isso,eu vou sonhar acordado com nosso beijos,nossas carícias,e principalmente o nosso amor. Que nem o tempo e nem a distância irá me fazer esquecer.

Te amo, com amor Diego
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As lágrimas já desciam soltas pelos meus olhos. O papel que antes era branco,agora estava todo manchado,com várias gotas de água. Encostei na cama e deixei que o meu coração colocasse pra fora toda a dor,pra quem sabe assim,diminuísse a minha angústia.

Minha mãe me chamou na porta,mas eu não abri,pedi que me deixasse sozinha e voltei a chorar.Eu não queria falar com ninguém,só queria ficar sozinha no meu mundinho. Porque voltar pra realidade,doía. E eu não estava pronta para enfrentar tal feito.

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Lá vai mais um capítulo pessoal. Não sei quando eu vou escrever de novo,mas espero que seja breve. (Dependendo dos meus professores vai demorar muito). Mas eu vou tentar escrever.

Beijos e até mais 😘😘

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