XIIII - Capítulo

82 3 0
                                    

- Filha ! - Ouvi uma voz bem distante me chamar,e essa voz era igualzinha a da minha mãe. - Filha,acorda ! - Senti uma mão me balançar bem de leve. Mas não abri os olhos. - Olha,se você não acordar eu vou jogar um balde de água na sua cabeça ! - A voz esbravejou. Agora eu tenho certeza,a minha mãe está tentando me acordar.
Suspirei pesado e abri lentamente os olhos. Demorou um pouco,mas eu consegui focar meus olhos na minha mãe agachados no sofá e toda arrumada ao meu lado,e o meu pai,impaciente olhando no relógio.

- Porque vocês estão todos arrumados ? - Passei rapidamente os olhos pela sala e notei que a minha irmã não se encontrava ali. - E cadê a Fernanda ?

- Ela está deitada no quarto ouvindo música. E respondendo a sua outra pergunta,nós vamos conhecer os novos vizinhos... - Eu acho que ouvi errado. - Eu até fiz aquele bolo que eu falei. - Apontou para a mesa,onde se encontrava um bolo todo cortado em uma bacia transparente com tampa roxa.

- Se a senhora vai ver os novos vizinhos,pra que me chamou ? - Tentei me sentar no sofá. O meu corpo pesava,não é pra menos,três dias sem dormir pensando em vocês sabem quem.

- Porque você vai com a gente ! - Anunciou ficando em pé.

- Pra que ? - Meu pai não parecia nada feliz em conhecer os novos vizinhos. Ele balançava o pé agitado e olhava o relógio dourado no pulso esquerdo a cada quinze segundos.

- Porque eu já estou cansada de te ver trancada dentro de casa,você precisa sair um pouco,conhecer pessoas novas. Sei lá,viver. - Sair de casa e conhecer pessoas novas eu até posso fazer,mas viver,eu já não sei.

- Ok,eu vou ! - Me levantei do sofá arrumando o cabelo. - Me esperem que eu já volto.

Coloquei um vestido vermelho que chegava na altura do joelho. Até a cintura ele era colado,mas depois,ele se abria como uma saia. Calcei uma sapatilha. Fiz um coque bem bagunçado no cabelo e coloquei um grampo para que não soltasse. E finalizei com um lápis de olho e um brilho labial. Eu nunca gostei de passar horas me arrumando,pra mim,o básico já me bastava.

- Perfume,feito. Maquiagem,feito. Colar ? - Olhei na minha gaveta ao lado da cama,e vi as cartas e a correntinha que o Diego havia me mandado. - Não,o colar não precisa. - Fechei a gaveta e sai do quarto.

###

Chegamos na porta dos vizinhos e tocamos a campainha. Quem atendeu foi o mesmo homem que havia me entregado a carta do meu amigo Max a alguns dias atrás.

- Pois não ? - Perguntou assim que abriu a porta.

- Boa noite,eu me chamo Márcia,e esse é o meu marido Eduardo e a minha filha Camila... - Nos apresentou,meu pai apertou a mão do homem e eu sorri tímida. - Nós somos os moradores do prédio de cima,viemos desejar boas vindas. - Minha mãe lhe entregou o bolo.

- Obrigado,não precisava ! - Aceitou de bom grado. - Entrem ! - Abriu a porta para que nós entrassemos.

- Quem é amor ? - Uma mulher de olhos verdes,com cabelos longos na altura da cintura. Usando um avental,que cobria a calça jeans e a camiseta azul . Apareceu na sala secando a mão com um pano. - Oh,me desculpem,eu não sabia que tínhamos visitas ! - Sorriu animada.

- Me desculpe aparecer a essa hora. - minha mãe comprimentou a mulher com dois beijinhos no rosto. - Eu me chamo Márcia e esse é o meu marido Eduardo e a minha filha Camila. Somos vizinhos do apartamento de cima.

- Que bom conhece-los ! Chegamos a alguns dias e não conhecemos ninguém do prédio. Sentem -se. - Sentei no sofá preto como ela havia pedido.Chegamos a pouco tempo. Mas eu não via a hora de voltar para casa.- Eu me chamo Mariane e esse é o meu marido Douglas. - Se apresentou. - Tenho um filho,mas ele está no quarto descansando da viagem. - Percebi que ela desviou o olhar quando citou o filho.

Me diga - ( EM ANDAMENTO) Onde histórias criam vida. Descubra agora