XV - Capítulo

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- Uau ! Nem a novela da tarde que eu assisto todos os dias tem tanto suspense assim. - Havíamos escolhido uma mesa que ficava embaixo de uma árvore e um pouco afastada da lanchonete. Eu,sentada em uma ponta da mesa e a Isadora sentada na outra ponta,cada uma com o seu lanche em mãos. Ao contrário dela,que praticamente devorava o próprio lanche,eu só balançava o canudo do meu refrigerante de um lado para o outro.

Depois de ter contado todo o acontecido a minha amiga acabei ficando sem fome,e como distração fiz montinhos de batata no meu prato - antes dela comer todas e me deixar somente com o refrigerante. Que por sinal,era meu senão,ela já teria tomado. - Vendo que eu não falava nada a algum tempo,ela resolveu dizer algo para poder quebrar o clima tenso.

- Desculpa ter falado isso,mas é que parece até mentira...

- Mas não é...- A voz falhou. - Eu queria que fosse,mas não é ! - Nessa hora as lágrimas já desciam soltas.

- Ah,amiga ! - Ela se levantou do banco e deu a volta na mesa vindo me abraçar. - Eu sinto muito ! Deve ser tão ruim isso o que você está sentindo. - disse enquanto acariciava o meu cabelo. Eu concordei com ela e voltei a chorar. - Mas você já tentou falar com ele ? Por email,por telefone,sei lá. Qualquer coisa.

- Não ! - Me soltei dela e sequei o rosto com o dorso da mão. - Não tentei e nunca vou tentar.

- E vai ficar assim ? Nesse estado ? Chorando pelos cantos por quanto tempo ?

- Não sei,até eu me decidir o que fazer da minha vida. - Falei antes que ela começasse com um sermão. - Eu já contei toda a minha história,agora eu quero saber da sua,como foram as suas férias. ?

- Nossa amiga,você nem vai acreditar ! Os meus avós me levaram para visitar uma chácara que fica no interior do estado... - Parou um pouco de falar e suspirou. - E foi tão bom...

- O que aconteceu de tão bom nessa viagem pra você ficar assim ? - Apontei para bochecha dela que estava toda vermelha.

- Bom,digamos que eu tenha conhecido alguém durante a viagem... - Falou misteriosa.

- Alguém ? - Indaguei curiosa. Enfatizando a palavra.

- Ele se chama Bernardo Cavalieri. Eu o conheci quando o meu primo me levou para ver ele e os amigos jogando futebol num campo perto da casa da minha avó.- Olhou para a frente,como se passasse na cabeça - Eu fiquei sentada na arquibancada com a namorada do meu primo. Você tem que ver,ela é tão simpática. - Voltou a me olhar. - Então o meu primo correu pro meio do campo pra poder cumprimentar o amigo. Foi nessa hora que eu vi ele... - Deixou a frase no ar.

- E o que aconteceu depois que você viu ele ? - Incentivei ela a continuar,não é porque as minhas férias foram um "desastre" que as dela tinham que ser também. Se aquela história fosse me acalmar,eu iria querer saber até o fim.

- Eu me lembro que ele usava a roupa do time e arrumava o cabelo,que vez ou outra,caia sobre a testa. - Sorriu envergonhada e a bochecha corou. - Durante o jogo ele ficou na posição de atacante. Mesmo não entendendo absolutamente nada de futebol,eu vi que aquele garoto incrivelmente lindo tinha talento pra coisa.

Depois que o jogo acabou,que por sinal eles ganharam por 3 x 1. O meu primo trouxe ele para me conhecer... - Isa suspirou e deitou na mesa. - Quando ele me olhou eu senti um negócio tão estranho na barriga....sei lá,eu nunca havia sentido nada parecido. O mais estranho,é que ao mesmo tempo em que foi estranho,foi tão bom. - Olhou para o céu todo azul no horizonte.

- Sabe qual é o nome disso ? - Ela me encarou. - O nome disso,é amor. E esse negócio estranho na barriga são as famosas borboletas no estômago.

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