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Bruna conferia sua roupa pelo espelho pela terceira vez dentro do elevador. Fazia quase uma semana desde que reencontrou Paulo e já estava morrendo de saudade. Não queria aparecer de qualquer jeito no pocket show dos meninos. Havia caprichado na produção.

A blusa preta decotada deixava parte da renda e das tiras do sutiã a mostra. O short também preto tinha brilhos de leve. Nos pés tinhas suas botas de salto bem alto. A maquiagem não era tão forte mas caprichou no batom cor de rosa. Os cachos do cabelo dourado caiam em cascata em seus ombros. E os vários acessórios dourados que usava completavam o look.

Ela dirigia para o local onde seria o show e seu coração parecia querer sair pela boca. Nunca havia sentido nada parecido por ninguém antes. Aquele sentimento era estranho para a garota. Ela sempre foi desapegada e se sentir tão dependente da presença de alguém era algo fora do normal. Passava o dia quase todo trocando mensagens com o loiro, mas mesmo assim não era suficiente para matar sua vontade de estar ao lado dele. Necessitava de sua presença. De seus beijos, de seus carinhos. Não via a hora de encontrar com ele e sentir o seu perfume.

Quando chegou no pequeno teatro e avistou o loiro ensaiando no palco, seu coração parecia saltar do peito. Já estava na frente dele, o observando cantar de olhos fechados. Era notável o seu amor pela música, podia ver como ele se entregava ao momento. Assim que avistou Bruna, o sorriso do garoto se abriu. A menina sentiu algo aquecendo seu peito. Era uma sensação boa mas desconhecida. Não podia mais negar. Estava apaixonada por Paulo. Tava escrito na sua cara, em letreiros de neon. E seus gestos também a entregavam.

Não perdeu tempo e enlaçou seus braços no pescoço dele. Os olhos da cor do mar do garoto hipnotizaram Bruna. Ela parou de encarar as duas bolas azuis apenas para acabar com a distância entre seus lábios. As mãos do loiro foram logo parar em sua cintura, apertando o seu corpo contra o dele. A sensação de ter os lábios de Paulo nos seus era impossível de ser descrita. Ondas de eletricidade percorriam todo o seu corpo e ela se sentia viva. Já havia beijado muitas bocas, mas nenhum beijo se comparava com os dele. Era como se os lábios de Paulo fosse desenhados para se encaixar perfeitamente nos de Bruna.

Após parar o beijo eles continuavam abraçados. Mas logo foram interrompidos por Caíque que praticamente arrastava uma garota com cabelos cor de mel na direção do casal. Ela parecia protestar e a distância já podiam ver suas bochechas pegando fogo. Mas Caíque mantinham um sorriso lindo no rosto.

- Loirinha!!!! Que saudade. - disse abraçando Bruna e tentando dar um giro com ela no ar.

- Também senti saudade, Cacá. - respondeu entre risadas.

- Porque você não avisou que ela vinha, mano? - ele parou pra pensar por um instante. - Você veio sozinha?

- Uhum - se limitou a dizer, sabendo onde aquele assunto iria dar.

- O tchuco vai pirar quando vê que ela tá aqui e que a mina dele não veio. Ele tá mal.

- Não vai apresentar a Let pra Bruna? - Paulo mudou de assunto.

- Esqueci. - Caíque falou fazendo uma careta ao ver a cara de brava da menina ao seu lado. - Bruna essa é a Letícia, minha namorada. Amor essa é a Bruna, a peguete do Paulo.

- Peguete? Me respeita, Caíque. - e depois se virou para cumprimentar a menina de cabelos cor de mel. - Prazer Letícia.

A garota apenas sorriu de volta. Parecia ser bastante tímida. Diferentemente de Caíque.

- Então quer dizer que você tá namorando? - Bruna perguntou.

Caíque começou a contar empolgado sobre sua história com Letícia e a garota começou a se soltar aos poucos. Caíque e Letícia haviam estudados juntos quando crianças. E coincidentemente a garota recentemente havia se mudado para o apartamento ao lado de Caíque. Eles haviam se esbarrado no elevador. Onde ficaram presos devido a uma falha do sistema. Ou ironia do destino, como Let gostava de dizer. Eles acabaram se reconhecendo e ficaram amigos. Só que o sentimento mudou. E logo depois de voltar da praia Caíque a pediu em namoro. Letícia parecia ser uma garota legal.

De frente para o marOnde histórias criam vida. Descubra agora