Bruna caminhava a passos largos, e não escondia de ninguém a carranca em sua face. Parou na frente de uma vitrine observando os sapatos e logo Paulo a alcançou. Parando do seu lado e abraçando a garota.
- Eu falei que não seria uma boa ideia.
A loira se soltou do garoto e continuou andando pelo shopping, sem dizer uma palavra. Paulo teve que se apressar para não perdê-la de vista outra vez. Ele parou na frente da loira e segurou seus braços com delicadeza, mas impedindo que ela continuasse andando. Bruna apenas encarava os olhos azuis do rapaz.
- Bru, faz parte do meu trabalho.
Ela bateu os pés no chão em descontentamento. Sabia que ele estava certo. Aquilo era consequência da fama, ela deveria estar feliz por ele estar sendo reconhecido, era sinal de que seu trabalho estava dando certo. Bruna fez bico e falou manhosa:
- Eu não gosto dessas garotas todas em cima de você.
Ele riu e fez carinho no rosto da menina.
- Você precisa aprender a me dividir com as flyers.
Ela deu uma risada irônica:
- Querido, você não me conhece. Meu nível de ciúmes consegue ultrapassar o do Thomas.
- Então admite que está com ciúmes bobo? - falou arqueando as sobrancelhas.
- Eu só queria um momento a sós com você.
Ele riu e a beijou. Mas logo foi interrompido por um burburinho de adolescentes falando empolgadas. Bruna interrompeu o beijo bruscamente e fuzilou com o olhar as garotas que os observavam eufóricas. Ela cruzou os braços e foi se sentar em um banco que estava próximo. Aquela cena já havia se repetido várias vezes e eles não estavam no shopping nem por uma hora completa. Ela se sentou bufando e observou o loiro tatuado atendendo as fãs.
As garotas logo se dispersaram e outras duas bem mais velhas vieram falar com o tatuado. Elas deviam ter seus 20 anos e se mostravam bastante ousadas na sua abordagem. Uma das garotas foi dar um beijo no rosto do loiro e quase encostou nos lábios dele. Bruna teve que conter o impulso de se levantar e arrancar fio por fio dos cabelos daquela oxigenada. A outra garota espremia tanto o decote enquanto falava com Paulo, que parecia que a qualquer momento seus peitos iriam explodir. Bruna fechou os olhos e respirou fundo.
Ela não iria agir igual a Thomas e arranjar um escândalo. Ainda mais em um shopping. Quando abriu novamente seus olhos, a oxigenada abraçava Paulo e ia deslizando as mãos pelas costas do garoto. Aquilo já era demais. Bruna levantou num pulo e foi marchando em direção à eles. O que viu a seguir fez seu peito queimar de raiva. Sua face também queimava e podia sentir que estava mais vermelha que o vestido justo que a menina usava. A garota não satisfeita em deslizar suas mãos asquerosas pelas costas do loiro de Bruna, ainda teve a cara de pau de apertar a bunda do garoto antes de se retirar. E Paulo não esboçou nenhuma reação em momento algum. Continuava estático e como estava de costas, Bruna não podia ver a expressão em seu rosto.
As duas iam começar se afastar quando Bruna chegou. Ela fez questão de esbarrar na loira oxigenada quando passou por ela, a menina quase caiu e Bruna não fez nem menção de se desculpar. Ela apontou o dedo na face do rapaz e vociferou:
- Eu tô indo embora.
- Mas Bru, e os ingressos do cinema?
- Eu vou embora sozinha, você ainda pode ir no cinema. Tchau, Paulo Augusto. - falou se retirando.
- Amor, espera. - ele disse manhoso, segurando a menina pelo braço.
- Por favor, me solta. Não quero ficar nem mais um minuto perto de você.
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De frente para o mar
FanfictionUma cidade do litoral de São Paulo resolve promover um Festival de música. Três dias de festa na praia com shows de diversos artistas locais, e para o encerramento show com a banda Fly. Micaela, estagiária de uma agência de publicidade recebe a mi...