Capítulo 1

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Há duas coisas que me irritam, segunda-feira e ir para escola na segunda-feira, ainda mais quando a noite anterior fora longa... Tive que pôr todas os meus episódios de Criminal Minds em dia.
O despertador toca sem dar nenhuma trégua, mas eu não me importo, só quero dormir mais cinco minutinhos.
- Querida, vai se atrasar!
- Já estou acordada, mãe.
Desci pelas escadas, ainda um pouco desorientada. Sinto-me indisposta para mais um dia de aula. Tudo que eu queria era voltar para meu quarto, meu refúgio. Ainda bem que já estava no último ano na escola.
- Bom dia, querida
- Bom dia, pai.
- Tudo bem ? - Minha mãe me questiona, mas já sabendo a resposta.
- Tudo, só estou um pouco indisposta.
- Ally, passa geléia na torrada pra mim, por favor. - Patrick disse.
- Tudo bem, pestinha.
Patrick era meu irmão, 6 anos, eu o chamava de pestinha, mas o amava demais. Quando descobri que não seria mais filha úncia, confesso, dei uma pirada, mas quando vi aquele rostinho pela primeira vez, morri de amores, tinha apenas 11 anos.
Há algum tempo atrás, fiz um papel constante de segunda mãe para Patrick, pois minha mãe, Ana Muller, estava muito doente, e precisava ser internada por diversas vezes. Meu pai, Paulo Muller, precisava trabalhar para sustentar a casa. Então, sobrava pra mim os afazeres doméstico e cuidar do meu irmão.
Mal tinha terminado meu café e o ônibus escolar chegou, buzinando incansavelmente.
- Tchau, meu amor. Comporte-se! - Minha mãe acenava da porta.
Eu e ela sempre tivemos um bom relacionamento, não brigavamos, como a maioria dos filhos adolescente com seus pais. Mas sentia que não tínhamos um grau tão grande de intimidade quanto ela gostaria, e o quanto eu evitava ter.
Chegando na escola, caminhei até meu armário para pegar meus livros. O primeiro tempo de aula seria de História, amava. Depois de pegar os livros, segui em direção a sala de aula.
- Lucas me convidou pra sair. - Disse Magda, minha melhor amiga, andando eufórica e apressada atrás de mim.
Diminuí o passo e a encarei. - E você recusou, né?
- Claro. Quer dizer. Não!
Nesse momento ela já tinha me alcançado. - Oi?! Você lembra que esse garoto tentou gravar sua primeira transa? Acho que se esqueceu.
- Eu sei, mas... Ah, ele veio conversar comigo, pediu desculpas. Disse que agiu como um idiota para poder ficar bem com os amigos, mas que estava arrependido.
- E você acreditou?
Antes que ela me respondesse, já estávamos em frente a nossa sala. Fitei-a com os olhos e entrei, ela logo em seguida veio atrás de mim.
A classe já estava cheia, mas nossos lugares vazios e reservados, ninguém ousava sentar ali, na terceira fileira, onde só sentavam os nerds estranhos que não falavam com ninguém. O professor ainda não havia chegado, então Magda aproveitou pra continuar o assunto. Ela sentava na carteira da frente, e se virou para trás para poder me encarar.
- Eu sei que ele fez merda antes, tá?! Mas o que custa dar uma segunda chance pro cara? Ele pareceu arrependido.
Olhei para ela firmemente e pensei nas melhores palavras para não magoá-la.
- Mag, ele pode estar arrependido sim, mas também pode ser mais uma brincadeira dele com os amigos. De qualquer forma, tome cuidado, não quero que se magoe outra vez.
Seus olhos brilharam. - Obrigada por se preocupar, vou me cuidar.
Magda era gordinha, cabelos cacheados e preto na altura dos ombros, olhos castanhos claros e uma pele bem macia de dar inveja em qualquer menina. Já eu, magra, com os cabelos longos e loiros, olhos verde escuro e um olhar solitário e distante.
Instantes depois o professor entrou na sala, se chama Antônio. Alto, cabelos grisalhos, um sorriso amarelo que tira o fôlego de qualquer garota, mesmo aparentando ter mais idade.
A aula foi sobre a Guerra Fria, foi tão boa e passou tão rápido que nem me dei conta da troca de professor. No segundo tempo, naquela segunda, a aula era de português, uma matéria também que eu amava, porém não podia dizer o mesmo da professora. Mara Estella esbanjava arrogância por onde passava, era insuportável passar mais de dois minutos no mesmo ambiente que ela.
- Estão dizendo que vai entrar um novo rapaz em nossa classe no último tempo.
Petterson, meu melhor amigo, disse sussurrando para que nossa "querida" professora não escutasse. Ele estava sentado na carteira ao meu lado.
- Espero que seja gato. - Magda disse, mas não conseguiu falar baixo e atraiu a atenção da professora Mara.
Ela caminhou até nossa fileira, abaixou os óculos na altura do nariz e pôs as mãos na cintura.
- Eu espero que você esteja fazendo a lição, Magda. Ou terei que conversar com seus pais.
Magda deu de ombros, mas não respondeu. Então todos começaram a rir, e mais uma vez um de nós foi motivo de piada para a classe.
O sinal tocou e fomos liberados para o intervalo. Então Petterson pôde falar melhor sobre o assunto da chegada do tal novo aluno em nossa classe.
- Fiquei sabendo que ele é filho da diretora Lúcia.
- Não sabia que ela tinha filho da nossa idade. - Disse Magda.
- Mas não é, o cara tem 20 anos.
- E por que ele ainda tá estudando? - Perguntei, entrando no assunto.
- Ele foi expulso da melhor escola da cidade por espancar um aluno, e então perdeu o ano. Esse ano ele ainda começou a estudar em outra escola, mas nossa diretora achou melhor trazê-lo pra cá.
- Puxa, como sabe disso tudo ? - Magda perguntou.
Petterson abriu um sorriso de lado antes de responder. - Informações. Ah, qual é? Não posso ser um nerd informado das fofocas da rádio corredor?! - Caímos na gargalhada.
Pra mim não fazia diferença um aluno novo em minha classe, seria só mais um que não me enxergaria, ou, que eu não deixaria se aproximar.
O sinal tocou novamente, mas dessa vez informando que deveríamos voltar para a sala. O último tempo seria Física, uma matéria que eu odiava, mas gostava do professor, Joubert, careca, alto e de uma alegria contagiante.
Só me dei conta que o novo aluno já estava na classe quando o professor o apresentou para a turma.
Ele era alto, moreno, cabelo preto penteado para o lado, um olhar altamente sedutor e com as barbas por fazer. Ele aparentava ter bem mais que 20 anos, diria que uns 25.
Ele estava sentado na última fileira, com o grupo popular, já era de se esperar que o filho da diretora teria um lugar mais que reservado ali com eles. Procurei não encará-lo, pois sua beleza era realmente desconcertante.
- Meu Deus, que gato! É uma pena que somos os nerds excluídos e ele nunca irá nos enxergar. - Magda não conteve a empolgação.
"Que bom que ele não vai conseguir me enxergar". Pensei comigo mesma.
O último tempo de aula passou voando, como sempre. Quando o sinal tocou, quase todas as meninas da turma foram pra cima dele. Qual é ?! O cara era gato, mas não precisava disso tudo. Todas fazendo-lhe um monte de perguntas. Mas ele não parecia se divertir com a situação.
Arrumei meu material e fui em direção a porta com Mag e Petterson, mas antes de chegar até lá, esbarrei em uma das garotas que estava em cima do aluno novo, meus livros foram todos ao chão. Pra variar, os risinhos debochados se formaram entre a multidão de garotas. Mag e Petterson me ajudaram a pegar os livros e saímos de lá o mais rápido possível.
Ninguém nunca percebia a gente, exceto nos momentos em que fazíamos algo que para eles era motivo de risada e piadinhas. Nós não ligávamos. Sempre ficávamos juntos, não tínhamos mais nenhum contato com os outros alunos, exceto Petterson, que fazia teatro e falava com algumas pessoas que faziam as aulas com ele, inclusive a rádio corredor da escola. Por isso ele sempre estava atualizado das novidades que acontecia. Petterson era loiro, cabelo liso, usava óculos e era bem magro.
Quando já estávamos no corredor, escutei alguém nos chamar.
- Ei! - Olhamos para trás para poder ver quem era, e tivemos uma surpresa, era o tal aluno novo que ainda nem sabíamos o nome.
- Vi que vocês saíram da sala sem se apresentarem, a turma toda veio falar comigo, menos vocês. - Ele disse com um sorriso calmo no rosto, e veio caminhando em nossa direção.
- Prazer, me chamo Martin.
- Meu nome é Magda, do meu amigo é Petterson e da minha amiga é Allysson. E o prazer é todo nosso. - Magda disse, eufórica até demais. Petterson sorriu e apertou sua mão, Magda também. Então todos me olharam esperando que eu fizesse o mesmo, mas fiquei paralisada por um instante, observando o quão gato ele era. Consegui disfarçar antes que percebessem que estava estonteada com a beleza de Martin. E finalmente apertei sua mão. Ele continuou me encarando mesmo depois de já ter largado sua mão, o que me deixou ainda mais desconfortável. Então saí andando, Petterson me seguiu. Mag trocou mais algumas palavras com ele e logo depois nos alcançou.
- Ally, estávamos no maior papo com o cara e você simplesmente sai andando ? - Magda parecia revoltada.
- Queria sair dali ué. Ele deve fazer isso com todas as garotas.
- Que seja. Mas ele nos convidou para uma festa que ele vai dar em sua casa.
- Esse cara ainda não percebeu que somos os nerds excluídos. - Petterson riu.
- Eu disse a ele. Mas ele insistiu para que fôssemos.
- Não vou.
Não suportava a ideia de estar no meio de tantas pessoas descoladas, dançando e bebendo. Eu preferia mil vezes meu refúgio.
- Ally, por tanto tempo ninguém nunca nos enxergou, agora que temos a oportunidade de nos socializar você vai cair fora?
Mag estava decidida a me convencer. Petterson não ousou dar nenhuma opinião, ele entendia meu lado, sabia que não gostava de sair para festas.
Nesse momento já estávamos ao lado de fora da escola aguardando o ônibus escolar. Mag e Petterson moravam perto da escola e não precisavam pegar o ônibus, mas sempre esperavam comigo e depois iam embora.
- Olha, eu sei o quanto isso é importante pra vocês, se socializarem. Mas pra mim não. Eu não quero e nem tenho vontade. Podem ir.
- Mas nós sempre estamos juntos, se um não for, nenhum vai. - Petterson finalmente se pronunciou.
- Não é justo. - Rebati.
- Ally, o cara é um gato, não posso perder essa oportunidade.
Antes que pudesse dar uma resposta que Mag com certeza não iria gostar, o ônibus escolar chegou.
- Vamos em sua casa mais tarde, eu e Petterson. Acho melhor ir pensando numa roupa, pois a social é quarta.
Virei o olho e pensei em responder mais uma vez que não iria, mas seria inútil, ela não me ouviria. Como ela iria mais tarde à minha casa, seria melhor para conversarmos. Me despedi e entrei no ônibus.
Em casa, encontrei meu irmão sentado na mesa da sala pintando e minha mãe preparando o almoço. Meu pai estava trabalhando, ele era advogado.
Passei pela sala e fui até a cozinha, pegar uma fruta, pois estava com muita fome e o almoço ainda não estava pronto.
- Como foi a aula?
- Normal. - respondi enquanto mordia uma maçã.
Minha mãe sempre fazia a mesma pergunta, e eu sempre tinha a mesma resposta. Nossa relação era assim, estável e monótona.
- Me chame quando o almoço tiver pronto, por favor.
Subi as escadas, tomei um banho e deitei. Estiquei a mão para pegar meu celular em cima da cômoda. Tinha uma mensagem de Mag, dizendo que viria às 17:00. Fora a mensagem dela, não tinha mais nada. Então guardei o celular novamente e liguei a TV para assistir minha série preferida, Criminal Minds.
Vinte minutos depois minha mãe bateu na porta avisando que o almoço estava pronto. Enquanto descia a escada, ouvi a voz do meu pai, ele sempre vinha almoçar em casa.
Almoçamos todos a mesa. Éramos uma família unida, meus pais se amavam e faziam questão de sempre demonstrarem isso. Meu irmão era uma criança incrível e inteligente. Mas eu sempre me sentia um peixe fora d'água. Meu pai sempre percebia como me sentia desconfortável quando estavam todos reunidos. Eu preferia almoçar no quarto, sei que minha mãe deixaria, mas não queria desapontá-la, sabia o quanto ela achava importante estar todos juntos nas refeições, meu pai também achava, por isso sempre vinha almoçar em casa, ou talvez só vinha para não decepcionar minha mãe. Ela era loira, olhos verdes escuros como os meus, alta e sempre tinha um sorriso amoroso no rosto. Me parecia muito com ela, não com meu pai. Ele era um pouco mais alto que minha mãe, tinha os cabelos castanhos escuros, olhos também castanhos escuros e uma aparência calma e serena. Quem parecia com ele era Patrick, também tinha o cabelo castanho escuro, mas tinha os olhos iguais o meu e o da mamãe, tinha sardinhas em volta das bochechas. Ele era muito inteligente e amoroso. Tinha uma felicidade que contagiava todos, e sempre que eu estava mal, ele percebia e tentava me acalmar de alguma forma. Faria o que fosse preciso para sempre mantê-lo feliz.
Depois do almoço fiz algumas lições escolares e fui para o meu quarto.
Patrick entrou no meu quarto sem bateria na porta, já ia brigar com ele quando percebi que ele estava com o rosto assustado.
- O que houve ?
- Mamãe está chorando.
- Onde ? Por quê?
- Na varanda. Eu não sei. Será que ela está machucada?
- Eu vou lá ver. - Me levantei e abaixei para ficar da sua altura. - Vá para o seu quarto ver um pouco de desenho. Está tudo bem, tá bom ?
Fui ver o que podia ter acontecido para que minha mãe estivesse chorando. Ela era uma mulher forte e alegre, era praticamente impossível imaginá-la chorando.
Encontrei-a sentada na cadeira de balanço na varanda, segurando alguns papéis. Ela não estava mais chorando, mas dava pra perceber seu semblante triste.
- Mãe, está tudo bem?
Ela deu um pulo da cadeira, tomou um susto ao me ver. Percebi que ela tentou esconder os papéis enquanto passava apressada para a cozinha.
- Está, me senti mal mas já passou.
- Mãe, o que a senhora sentiu ? Quer que eu ligue para o papai ?
Meu coração apertou, pois há um tempo atrás ela tinha vencido um câncer de mama. Temi que algo pudesse estar acontecendo novamente.
- Não, querida. Obrigada, já está tudo bem.
Percebi no olhar dela que não estava, mas preferi não insistir.
Fui até o quarto de Patrick para acalmá-lo, pois sabia que tinha ficado assustado ao ver a mamãe chorando, provavelmente era a primeira vez.
A porta do quarto estava aberta, e ele estava fazendo o que pedi, vendo desenho. Estava deitado, mas quando me viu, sentou-se rapidamente.
- A mamãe está bem?
Sentei na beira da cama e acariciei seu cabelo castanho e liso.
- Está sim. Foi só um mal estar, mas já resolvemos. - Dei um beijo em sua testa e fui para o meu quarto.
Meu telefone tocou, era Petterson.
- Oi.
- Oi, daqui a pouco eu e Mag vamos aí. O motorista do meu pai vai nos levar.
- Tudo bem.
- Eu te liguei porque sei que ficou incomodada com o convite pra social de Martin.
- Petterson, eu não vou. Não gosto, você sabe, aliás, vocês sabem.
- Sabemos, Ally. Pra mim não faz diferença ir ou não. Só que precisamos resolver essa questão. Por que você não quer ir, mas Mag quer muito.
- Não tem questão pra ser resolvida. Você vai com Mag.
- Ally, sabe que não iríamos sem você.
- Não sei porquê.
- Você sabe que sempre estamos juntos, se um não for, o outro também não vai.
Aquela conversa estava me fazendo sentir culpada. Se eu batesse o pé e dissesse que não iria, Mag aceitaria, mas ela também não iria e sei que ficaria chateada. Nós nunca éramos convidados para nenhuma festa do pessoal da escola, e sabia o quanto era importante para ela ir na única que fomos chamados, ainda mais de quem se tratava ser a festa. Isso me fez repensar um pouco no meu medo de estar perto de muitas pessoas. Petterson percebeu no meu silêncio que eu estava indecisa.
- Ally, você sabe que respeito a sua vontade de não sair por medo de se sentir isolada das outras pessoas. Mas não acha que já está na hora de vencer um pouco seus traumas? A gente não precisa demorar e nem ficar perto de muita gente. Só ir, marcar uma presença e depois a gente vem embora.
- Eu não sei Petterson. E se formos motivos de piada?
- Não vamos ser, nós fomos convidados. Não vão poder dizer nada. - Ele ficou esperando que eu dissesse algo mais, mas não consegui. Então ele continuou. - Faça isso por você.
- Tudo bem, eu vou. Mas não vamos demorar. - Ouvi seu suspiro de alívio.
Petterson sempre era o pacificador. De vez em quando Mag e eu entrávamos em atrito, Petterson era o que acalmava os ânimos. Ele não escolhia um lado pra ficar, mas nos fazia refletir que estávamos erradas, sempre precisar dizer isso diretamente.
- Ok, não vamos demorar.
Desliguei e fiquei pensando na nossa conversa. Petterson tinha razão, desde que me decepcionei com Bernardo, me fechei para tudo e todos. Não tinha vontade de sair, de me divertir e muito menos de me relacionar com outro rapaz.
Sofri demais quando descobri que o meu namorado tinha engravidado minha melhor amiga. Passei dias sem sair do quarto, eu tinha apenas 14 anos, ele tinha 17. Na época foi um escândalo, pois todos eram menor de idade, Ellen, que naquele tempo era minha melhor amiga, tinha 15 anos. Ela viera perder a criança, pois seu útero ainda não estava adequadamente preparado para receber um bebê.
Fiquei me perguntando por muito tempo o porquê de meu namorado me traír com minha melhor amiga, e por que ela aceitou aquilo. Mas depois decidi esquecer e me fechar para qualquer pessoa que tentasse se aproximar.
Antes disso acontecer, eu era uma menina alegre, cheia de vida. Tinha amigos, mas com o ocorrido, nunca mais fui a mesma. Os que que se diziam ser meus amigos, me abandonaram, me deixando sozinha para suportar minha decepção.
Nunca mais vi Bernardo, ele teve que sair da cidade pois o pai de Ellen era delegado e ameaçou matá-lo, e Ellen foi morar com a avó em outro bairro, também não a vi mais.
Os únicos que ousaram se aproximar de mim foram Mag e Petterson, tentei resistir, mas eles me faziam tão bem. Me ajudaram muito, e ainda me ajudam.

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