Capítulo 6

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Usei uma das roupas que compramos no shopping. Uma bermuda branca com detalhes dourados e uma regata amarela, que era propositalmente transparente.
— Gostei da blusa. — Martin disse enquanto abria a porta do carro pra mim.
Eu estava com um sutiã sem alça preto, e mesmo assim a transparência da blusa chamava atenção.
— Pra onde vamos?
— Você vai ver.
Andamos uns dez minutos até pegarmos uma estrada. Chegamos à uma cabana, cercada por árvores e um lago bem no centro. Era um lugar lindo.
— Nossa. Isso é um paraíso.
Ele me levou à uma ponte que dava do outro lado do lago. Sentamos no gramado. O cheiro daquele lugar era maravilhoso, uma mistura de todas as plantas possíveis.
— Você costuma vir sempre aqui?
— Esse lugar é o meu refúgio. Sempre venho pra cá quando estou muito triste ou muito feliz.
— E hoje você está como?
Ele chegou mais perto, deitou-me no gramado e me beijou. A forma suave que seus lábios beijava os meus, era apaixonante.
— Espero que tenha respondido sua pergunta.
Ele voltou a me beijar, cada vez com mais vontade. Sua boca percorria meu pescoço, enquanto suas mãos passeavam na minha barriga.
O anoitecer naquele lugar era mágico e lindo, fazendo aumentar o clima romântico entre nós.
Ele me levou para dentro da cabana. Ali havia um sofá, uma lareira e um violão, apenas. Ele acendeu a lareira, pegou o violão e começou a tocar. Eu ficaria alí horas e horas só o observando tocar. A forma que ele me olhava fazia-me arrepiar da cabeça aos pés.
— Por que parou? — Protestei quando ele colocou o violão ao lado do sofá.
— Quero te falar algo.
— Fala.
— Eu me apaixonei por você no primeiro dia em que te vi.
Meu coração começou a disparar, meu corpo ficou trêmulo. Ele chegou mais perto, colocou o dedo nos meus lábios quando ameaçei dizer algo.
— Shh. Sei que vai dizer que não acredita. — Ele acariciou meu rosto. — Você veio para me completar, Ally.
Minha boca estava seca. Não acreditava nessa história de amor à primeira vista. Mas Martin não parecia mentir. Além de dizer, ele demonstrava. Fazia-me sentir única, fazia questão de estar comigo e de me proteger. Ele ficara me vigiando a noite toda em frente a minha casa para que nada acontecesse comigo quando passei a noite sozinha, e ainda me defendeu de Mag quando ela veio para cima de mim. Suas atitudes estavam me dando confiança, então decidi não desconfiar mais de suas palavras.
No caminho de volta para casa meu telefone tocou, era minha mãe.
— Oi, mãe.
— Oi, querida. Está tudo bem?
— Sim. E com vocês?
— Estamos bem, Patrick se divertiu bastante.
— Que bom.
— Filha, está onde? Estou ouvindo barulho de trânsito.
Olhei para Martin, não sabia o que responder. Falava a verdade ou mentia? Martin imaginou o que eu estava pensando e me lançou um olhar, me encorajando a dizer a verdade.
— Martin me convidou para sair.
— O filho da diretora?
— Sim.
— Olha só você. Finalmente arrumou outro pretendente. — Ela pareceu feliz.
— Somos só amigos, mãe.
— Também era amiga do seu pai.
Mudei de assunto, perguntei quando eles voltariam, mas sabia que seria no outro dia à tarde.
— Você mentiu para sua mãe. — Martin disse calmamente, depois que desliguei o telefone.
— Não menti.
— Amigos não se beijam. — Ele riu de lado e me lançou um olhar, que me deu vontade de fazê-lo parar o carro e o agarrar no meio da estrada.
Ele me deixou na porta da casa de Petterson e foi embora.
O pai dele já tinha voltado de viagem, estava sentado no sofá da sala lendo jornal.
— Boa noite, senhor Marcelo.
— Ah, mocinha, já lhe disse para não me chamar de senhor, estou jovem ainda. — Ele riu.
Ele era jovem mesmo. Não parecia que tinha dois filhos já crescidos. Ele era alto e loiro, igual  Petterson, mas tinha o corpo mais musculoso.
Sentei ali com ele para batermos um papo, ele era muito legal.
— The Splinters já está aqui na cidade, hospedados em um hotel.
— Oba! Não vejo a hora de chegar sábado.
— Acredita que também estou animado? Eles têm muitos fãs aqui, os ingressos já estão esgotados. Vai ser um show daqueles!
Fui até o quarto e encontrei Petterson trocando mensagens no celular, ele sorria sem parar.
— Posso saber o motivo dessa felicidade toda?
— Estou conversando com Marco.
Marco era um dos amigos de Martin, também era um amor de pessoa.
— Que legal, novas amizades.
— Eu acho que vai rolar mais que isso.
Petterson me mostrou as conversas. Marco disse a ele que também curtia rapazes e o convidou para sair. Fiquei muito feliz pelo meu amigo. Petterson não conseguia se firmar com ninguém, teve diversos relacionamentos mas nenhum deram certo. Mas ele nunca desistia de tentar de novo, sempre o admirei por isso.
O pai de Petterson dispensou a Sandra mais cedo e ele mesmo preparou o jantar. Fez macarrão ao alho e óleo com almôndegas, estava uma delícia.
Antes de dormir, mandei uma mensagem para Martin, dizendo para ele não faltar aula no dia seguinte.

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