Capítulo 13

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A cabana estava diferente. Tinha um novo sofá e um carpete. Apesar da mudança, a cabana continuava confortável e aconchegante. O lado de fora da cabana também mudara, as flores e plantas estavam mais floridas, o gramado mais verde e as árvores estavam maiores. Eu adorava estar naquele lugar com ele, lá nos desligávamos do mundo e de todos nossos problemas e vivíamos o melhor dos momentos à dois.

— Você nunca me contou como conseguiu esse lugar.
Estava sentada em seu colo no sofá. Ele sorriu de lado.
— Descobri essa cabana quando tinha dezessete anos, vinha pra cá sempre que estava com raiva e triste, e saía melhor. Minha mãe percebeu isso e descobriu que o dono do lugar era um antigo colega de classe, ele aceitou vender por um preço legal e quando fiz dezoito anos ela me deu esse lindo presente.
— Uau, que incrível! — Acariciei seu rosto. — Sua mãe faz tudo pra te ver feliz, né?
— Sim. — Ele ficou distante. — Pena que ela mesma não é feliz.
Me ajeitei em seu colo.
— Como não? Ela está sempre sorrindo, de bom humor...
— É. Mas a vida dela com meu pai não anda muito boa. Eles estão dormindo em quartos separados.
— Nossa. — Lamentei. — Com certeza é só uma fase ruim do casamento. Logo logo tudo volta ao normal.
— Espero. — Seu olhar ficou triste.
Beijei-o com carinho e leveza para tentar dissipar sua preocupação. Ele me abraçou e retribuiu o beijo com mais ferocidade. Minhas pernas estavam entre seu corpo, pude sentir sua ereção. Fiquei excitada. Ele levantou minha blusa enquanto dava leves mordidas no meu pescoço. Ele sabia como levar uma mulher à loucura. Eu acariciava sua barriga definida e rígida.
Meu telefone tocou, Martin não queria que atendesse, eu também não, mas não consegui deixa-lo tocar. Atendi. Era minha mãe.
— Allysson, venha para casa. — Sua voz estava seca.
— Mas por quê? — Protestei.
Martin sussurrou perguntando quem era, respondi da mesma forma que era minha mãe.
— Está tarde. Não viu que já escureceu faz horas?
— Mãe, eu estou com Martin. — Tentei argumentar.
Ela estava alterada, nunca havia falado comigo assim.
— Eu sei. Mas quero que venha embora. — Ela disse um pouco mais calma.
— Tudo bem, estou indo. — Virei o olho. — Mas saiba que eu tenho dezoito anos e se eu quisesse não iria embora.
Desliguei antes de ouvir sua resposta. Saí do colo de Martin e coloquei a blusa.
— O que houve, meu bem?
— Minha mãe. — Bufei.
Ele me analisou por um tempo.
— Ela falou pra você ir pra casa?
— Sim. — Sacudi a cabeça. — Não entendo. Antes ela era mais liberal, não se importava que eu saísse, só não gostava que eu voltasse sozinha. Agora está cheia de regras, horário pra voltar... — Eu estava irritada.
Martin respirou fundo, olhou pra mim e sorriu. Senti um arrepio dos pés a cabeça, seu sorriso acabava comigo.
— Ela só quer seu bem. — Ele chegou mais perto e acariciou meu ombro. — Vamos logo, antes que ela ligue de novo.
Virei o olho. Martin deveria achar aquilo um absurdo tanto quanto eu. Mas não, ele resolveu defendê-la.

Passei pela sala, minha mãe estava sentada no sofá com Patrick. Nem a encarei, fui direto para o quarto.
Papai não estava em casa, ou ele ainda não tinha chegado ou saiu de novo, o que era raro em um dia de domingo. Ele geralmente passava a tarde vendo filme com minha mãe ou brincando com Patrick. Já era a noite e nenhum sinal dele.
Fiquei pensando sobre o pedaço da conversa que ouvi da minha mãe com meu pai, eles falavam em fazer algo pro bem de uma pessoa, sabia que era mulher, mas quem? Não fazia ideia. Lembrei de Mag. Ela ficara me perturbando por meses, dizendo que sabia algo terrível sobre minha mãe, na época não levei à sério, imaginei que ela estivesse apenas querendo chamar atenção, mas dada as circunstâncias, talvez ela poderia saber de algo.

— Em que posso ajudá-la? — Sua voz era de grande ironia.
Respirei fundo.
— Magda, quero que me conte o que sabe sobre minha mãe.
Silêncio.
— Magda?!
— Por que o interesse agora?
— Não importa. — Dei uma pausa — Posso ir à sua casa amanhã para conversarmos?
Silêncio.
— Não sei se devo ainda tentar te alertar, mas tudo bem. Passe aqui amanhã à tarde.

Fases da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora