Capítulo 11

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Acordei mais cedo que o normal para um dia de sábado.
— Bom dia, querida. — Minha mãe disse.
— Bom dia.
Recebi uma mensagem de Bea.
"Estava pensando em fazer um cineminha aqui em casa hoje à noite com o pessoal da banda. Você e Petterson estão mais que convidados."
Liguei para Petterson, para saber se ele topava ir.
— Foi mal, Ally. Mas não vai dar, Caio chegou hoje. Faremos aqueles típicos programas familiares, já que é raro estarmos os três juntos.
— Tudo bem, entendo. Mande um beijo pro seu pai e para Caio.

Almoçamos fora, papai queria dar uma folga para mamãe, já que ela sempre estava no fogão cozinhando para todos.
Fomos à um restaurante italiano. Meu pai ficou contanto, pela milésima vez, que foi em um restaurante italiano que ele conhecera mamãe. Ele mostrava ter muito amor quando se referia à ela, e era lindo.

À tarde, Martin me mandou uma mensagem dizendo que iria me buscar às 20:00.
— Mãe?
Ela estava sentada na máquina de costura.
— Oi, querida.
— Bea me convidou para ir à sua casa hoje à noite. Posso?
— Sim. Só não volta sozinha.
— Tudo bem.
— Bea é aquela menina que estava aqui ontem? — Ela perguntou quando eu já tinha me virado.
— É sim. — Me virei novamente para ela.
— Hum. Ela me pareceu simpática.
— E é.

Deitei na cama na intenção de tirar um cochilo, já que acordara cedo. Mas o que consegui foi ter milhões de pensamentos, e a maioria deles envolvia Martin. Era incrível como minha vida mudara tanto em menos de um mês, vivi a saída de Mag da minha vida de uma forma tão fútil, mas também estava feliz pela chegada de Martin, Bea e até de Marco, que era mais calado mas mostrava ser uma boa pessoa e estava fazendo muito bem à Petterson. Estava me dando melhor com meus pais e com Patrick. E isso tudo aconteceu depois de conhecer Martin, de alguma forma, devia aquela mudança à ele.
Às 20:06 estava pronta, desci e vi Martin na sala conversando sobre carros com meu pai.
Eu vestia uma blusa de alça branca, jaqueta e bermuda jeans, e uma sandália de dedo preta. Martin estava de bermuda branca e blusa azul claro pólo, seu rosto como sempre corado e iluminado e seus cabelos penteados com capricho para o lado.

Na cobertura de Bea, estávamos apenas eu, ela, Martin e Kevin. Petterson aproveitou que seu irmão estava no país e convidou Marco para conhecer a família.
Era incrível como Bea era independente, morava sozinha, tinha seu próprio carro, próprio emprego e ainda era linda e simpática, me deixava até com um pouco de inveja.

Kevin era o único que eu não tinha tanta intimidade, não que ele não me parecesse ser uma boa pessoa, mas ele era tímido e não fazia muita questão de puxar assunto comigo, e eu também não. Ele era loiro, tinha os cabelos na altura da orelha, como um surfista, altura mediana e um corpo forte.
Kevin e Martin queriam ver filmes de aventura e superherói, mas Bea e eu decidimos que veríamos de ação.
— Vocês mulheres gostam de mandar, né? — Martin disse.
— Não, apenas mostramos que não somos o sexo frágil. — Bea piscou pra ele num gesto irônico.
A sala de Bea era grande e espaçosa, o carpete que cobria toda a sala era macio e fofo, então deitamos no chão.
Martin se encostou no sofá e eu me encostei nele. Era tão boa a sensação de tê-lo me abraçando.
Vimos um filme chamado Operação de Risco, demos uma pausa para comer uma pizza de marguerita e quatro queijo que Bea pediu, e depois voltamos a ver outro filme, Uma Noite de Crime.
Bea queria que víssemos mais um filme, mas já estava tarde e não queria demorar.
— Poxa. — Bea lamentou. — Da próxima vez venha para dormir, assim podemos passar a noite toda vendo filmes.
— Pode deixar. — Eu sorri.
Martin deixou Kevin em casa e depois me levou.
— Que horas eu passo aqui amanhã? — Martin perguntou quando paramos em frente à minha casa.
— Pra quê?
Ele me olhou e sorriu meio sem paciência.
— Pra almoçar na minha casa.
— Quê? Mas você não me avisou antes.
— Estou avisando agora. — Ele me encarou e riu. — Você achou o que? Que iria começar a namorar comigo sem dizer suas intenções pros meus pais? — Ele sacudiu a cabeça. — Claro que não.
— Martin! — Olhei feio para ele.
Ele riu. — Calma, meu bem. Eles só querem te conhecer.
— Eles já me conhecem.
— Não como minha namorada. — Seu rosto ficou um pouco mais sério. — Está arrependida?
— Não, não é isso. É só que... Sei lá. Fui pega de surpresa. — Sorri e fiz um máximo esforço para que meu sorriso parecesse sincero. — Mas eu vou.
— Hum. — Ele me analisou por um tempo. Ficou intrigado. — Às 11:00 eu te busco.
Não estava arrependida de ter aceitado namorar com Martin, estava apaixonada e ele me fazia bem. Mas a ideia de ter seus pais me questionando para saber se realmente eu seria uma boa namorada para seu filho me deixou um pouco desconfortável. Por mais que eles fossem agradáveis, queriam o melhor para o seu filho, e o medo de eles acharem que eu não seria a garota ideal tomou conta de mim.
Separei esses pensamentos da minha mente. Esperei dar um tempo até que Martin chegasse em casa e liguei para ele. Queria me explicar melhor, pois tinha certeza que no carro eu não tinha sido tão convincente.
— Oi.
— Martin... — Respirei fundo. — Não quero que pense que me arrependo do nosso namoro.
Ouvi sua respiração intensa do outro lado. Ele ficou um tempo em silêncio, me deixando nervosa.
— Tudo bem.
O tom da sua voz era indecifrável, não sabia se ele estava chateado ou não. Ele não deixara transparecer.
— Eu entendo se ficou chateado, mas...
— Meu bem, não fiquei chateado. Entendo o seu medo de não agradar meus pais. — Finalmente sua voz doce e rouca apareceu. — Fique tranquila.
Eu não entedia como Martin me conhecia tão bem, sabia meus pensamentos sem que eu precisasse dizer uma palavra.

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