Ashes to Ashes

Trinta Capítulo

KAT

EU ESTOU NA CASA funerária com meu vestido preto, meias pretas, couro preto Mary Janes – a mesma roupa que eu usei no meu primeiro dia de escola na sexta série.

Papai coloca o braço em volta dos meus ombros. "Temos que ficar por mais uma hora, e então nós podemos ir para casa."

Confusa, eu olho em torno dele e vejo uma longa fila de pessoas esperando para prestar suas homenagens. Ao nosso lado, a portinhola de mogno polida do caixão é mantida aberta para os enlutados darem uma última olhada.

Há música tocando em algum lugar.

Isso não quer dizer

Eu não te amo

Eu amo, é para sempre

Eu limpo uma lágrima do meu olho. A canção é "Suite: Judy Blue Eyes". Minha mãe cantou essas linhas para mim mais e mais perto do fim da sua vida. Eu acho que a coisa que ela mais temia sobre a morte era que ela não seria capaz de nos amar uma vez que ela se foi. A música deu-lhe conforto.

Meu Deus. Este é o seu funeral.

Eu agarro minha cabeça, rápido. Eu não quero vê-la assim. Eu não quero ver o corpo de minha mãe.

Sra. Tabatsky avança e pega a mão de meu pai. Ela está chorando. "Oh, Patrick. Eu sinto muito." Reeve se inclina contra ela. Os outros meninos Tabatsky, juntamente com o pai de Reeve, ficam em silêncio atrás deles em seus ternos.

Eu percebo que não tenho visto muito Reeve desde que o Verão terminou e ele foi transferido para Montessori no continente para a sétima série. Antes de sair,

eu brinquei com ele sobre ir para uma escola de fantasia cheia de nerds e como ele iria se transformar em um baita geek. Ele agiu todo arrogante e me disse que quando ele fosse um milionário, talvez eu tivesse a sorte de consertar sua Lamborghini. Sempre foi divertido provocar Reeve, porque ele tinha tiradas tão boas quanto as minhas, e ambos poderiam alfinetar sobre o outro por horas.

Ele não faz contato visual comigo. Ele mantém os olhos para baixo em seus sapatos de igreja.

Espere um minuto. Isso é uma lembrança? Ou estou sonhando?

"É um sonho", confirma Rennie. Ela vem ao meu lado com um copo de água. "Este não é o vestido mais bonito?", Ela diz, e faz um giro. É rosa brilhante, sem mangas e curto. "Isso era o que eu queria usar ao funeral de sua mãe, mas você não me deixou."

Eu lembro.

Mais cedo naquela manhã, Rennie tinha me ligado para ver se ela realmente teria que usar preto. Ela tinha outra coisa em mente. Eu fiquei tão louca e disse: Claro que sim, estúpida, e então desliguei.

"Me desculpe ter gritado com você, mas vamos lá, Ren. Quem usa rosa brilhante para um funeral?" Eu pergunto a ela, rindo.

Rennie começa a rir também. "Certo, tudo bem. Mas sua mãe me disse uma vez que eu ficava muito bonita neste vestido, então eu pensei em usá-lo como um tributo a ela".

"Depois que eu desliguei, eu me preocupei que você não viesse," eu digo. "Mas você veio. Você e sua mãe foram as primeiras pessoas aqui, e você ficou comigo o dia inteiro. Eu lembro de você sempre se certificava de que estavam bloqueando a minha visão do caixão, porque eu não queria olhar. Eu não poderia lidar com a visão do cadáver dela, com uma composição que ela nunca teria usado, cercado por esse forro de seda feia no caixão. Judy não gostava de seda. Ela gostava de calças jeans." Eu começo a chorar.

Rennie sorri com ternura e me puxa para um abraço apertado. "Claro que eu iria aparecer, bobinha. Eu era a sua melhor amiga."

Rennie era uma boa amiga, de fato. E ela estava lá por mim quando realmente precisei. "Estou feliz que nós fizemos as pazes antes de você morrer," eu digo a ela, abraçando-a de volta.