Ashes to Ashes

Capítulo trinta e sete

LILLIA

EU EMPURRO a porta da piscina e a primeira coisa que noto é o silêncio. Como está estranhamente silencioso. Então eu solto um grito que rebate todas as paredes. O corpo de Reeve está flutuando no centro da piscina, virado para baixo.

Oh meu Deus, oh meu Deus, oh meu Deus.

"Socorro! Alguém me ajude!" Eu grito. Então eu pulo na piscina, nado até ele, e o arrasto para o lado.

Assim que o ar atinge o seu rosto, Reeve suga uma respiração borbulhante gutural. Sua pele está branca. Eu tento iça-lo para fora da água, mas ele é muito pesado, mais eu estou chorando tanto. Eu só estou segurando na borda da piscina, tentando manter-nos à tona.

Ele toma outro fôlego, e depois outro, e a cor em seu rosto retorna lentamente. Ele olha para mim e começa a tossir e respirar ofegante tentando conseguir ar em seus pulmões. Ele se lança em um ataque de tosse. Eu me empurro para fora da água e o arrasto para cima com todas as minhas forças. Ele ajuda a içar-se, mas ele quase não tem qualquer força. Ele fica curvado, as pernas balançando na água, tentando conseguir uma boa respiração.

Eu me forço sobre os meus pés e corro para as arquibancadas, pego sua toalha e amarro sobre os ombros. Ele está tremendo; ele não vai parar de tremer. "Estou bem, estou bem. Eu só preciso de um minuto para normalizar minha respiração".

Deixei escapar um soluço sufocado e afundo-me ao lado dele no chão. Eu pensei que ele estava morto. "Oh meu Deus", eu digo, e então eu estou chorando tanto, eu não consigo enxergar.

"Cho, não chore", ele implora. "Estou bem. Estou bem."

Através das minhas lágrimas que eu lhe pergunto: "O-o que aconteceu?"

Atordoado ele diz, "Eu não sei. E-Eu devo ter desmaiado na água."

Eu envolvo sua toalha mais apertada ao redor de seus ombros. O sonho da noite passada entra em foco. Lembro-me de Reeve na água. Mary.

Eu sonhei que isso iria acontecer.

Meus olhos arremessam em torno do local. Eu não consigo parar essa sensação de desconforto. Levanto-me; minhas pernas se sentem fracas e instáveis. "Consegue levantar?"

"Você está toda molhada", diz ele, tocando minha camiseta pesada.

Eu o ajudo a ficar de pé. Recolho meus sapatos, a bolsa de ginástica, minha toalha. Nós saímos para o estacionamento e subimos em seu caminhão, e Reeve olha para mim e diz: "Por que você não se trocar primeiro? Você está congelando. Você tem roupas secas?" Ele começa remexendo na parte de trás para a minha toalha.

"Reeve, estou bem! Você é o único que quase se afogou." Eu só quero sair daqui.

Reeve indica sua caminhonete. "Para onde estamos indo? Sua casa?"

De repente, minha casa, meu quarto, não me sinto exatamente segura. Eu pego o molho de chaves em seu console. "Leve-me para um dos alojamentos do seu pai", eu digo, e eu pegar sua mão e não a solto.

* * *

Nós dirigimos para o outro lado da ilha, a Canobie Bluffs. Está começando a chover, e Reeve está dirigindo com uma mão porque eu não vou deixar de segurar a outra mão. Eu continuo torcendo no meu lugar, olhando para trás, para o lado, todas as direções. Eu não sei o que eu estou procurando.

Sim eu sei. Mary. Eu continuo esperando para ver Mary, mesmo que eu saiba que ela não está aqui, e que era apenas um sonho, e não há nenhuma maneira que ela tenha algo a ver com o que aconteceu na piscina. Mas ainda assim. Estou com medo. Mais do que medo. Eu estou aterrorizada.