Emprego

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- Louis, você sabe quando que o senhor Marks vai vir buscar aquelas flores...? - a voz de Zayn Malik ia sumindo dos ouvidos de Louis.

Naquela segunda, ele tentava a todo custo, se concentrar em alguma coisa na sua floricultura, mas era um trabalho árduo.

As lembranças do dia anterior ainda estavam mais vívidas do que ele queria. Era como se, toda vez que pensasse no soldado, a avalanche de memórias a afligisse, fazendo tremores estranhamente bem vindos passarem por seu corpo.

Depois daquele episódio embaraçoso na calçada, Louis entrara em casa como um furacão, com vergonha até de pensar em encarar o soldado. Tudo bem que ainda tinha o fator de que fora ele mesmo que começara a palhaçada de beijá-lo, mas, ainda assim, tudo era novo demais para ele conseguir digerir.

As sensações, os pensamentos e tudo que sentira naquele simples roçar de lábios estavam além de alguma maldita explicação que ele pudesse encontrar. Não fora uma explosão de sentimentos, mas fora intenso demais para sua própria sanidade mental.

Jesus! Ele não podia ter deixado aquele homem ter tamanha intimidade com ele!

O por quê? Bem, talvez fosse simples: ele era inglês. Ele estava tentando matá-lo no primeiro momento. Ele nem devia estar dentro da sua casa. Ele iria trazer complicações para sua vida.

Mas que inferno! Desde quando ele se tornara tão imoral a ponto de deixar um homem fazer tal coisa com ele? E se alguém tivesse visto? O que ele iria inventar? Sim, porque, se alguém tivesse visto os dois, ele não teria coragem de dizer que o inglês era primo de sua mãe. Sua situação ficaria ainda mais embaraçosa.

Oh, meu Deus! Ele iria pro inferno se continuasse a agir daquele jeito.

Ainda tinha a questão má resolvida das 'aulas de alemão'. Com que cara ele iria encará-la depois daquilo?

O soldado não parecia ter se incomodado tanto quanto ele. Porque ele entrara na casa com a expressão mais animada que fosse possível. Os olhos esmeraldinos e brilhantes dele estavam mais claros do que nunca, e aquele sombra preta que habitava os mesmos orbes parecia ter desaparecido.

Louis, contudo, adorava vê-lo sorrindo. Ele já era um pecado de homem e quando sua face assumia um tom brincalhão - quase malicioso - aqueles lábios vermelhos se curvavam num bonito sorriso ele ficava simplesmente... Irresistível.

- Louis! - um grito estridente perfurou-lhe os ouvidos, fazendo-o praticamente pular de susto.

- Por Deus! - Louis arfou, com as mãos no coração, sentindo o bater frenético do mesmo.

- Quer me matar? - Completou com indignação desviando o rosto e encarando a balcão enquanto normalizava a respiração.

- Pelo amor de Deus, Louis! - Zayn reclamou jogando as mãos para o ar, num sinal claro de exasperação. - Aonde é que você estava? - Louis já ia abrir a boca pra dar uma resposta engraçadinha, quando Zayn levantou um dedo, pedindo para que o amigo se calasse. Um sorriso nos lábios já indicando que sairia besteira. - Eu acho que você estava a quatro quadras daqui, na Rua Frieden... Mas especificamente em sua casa, e mais especificamente dentro do seu quarto com certo inglês...

- Zayn! - Louis ralhou corando de imediato.

- O que foi? - Zayn perguntou inocentemente, mas Louis ainda via a sombra maliciosa no rosto dele.

- Você fala desse jeito e me deixa parecendo uma pessoa baixa. - Louis explanou, fitando os olhos do amigo.

- Louis, eu não falei pensando nisso! - O jovem Malik falou, numa indignação muito bem fingida. - Jesus, eu estava me referindo a sua evidente preocupação com o soldado! - Louis se limitou apenas em assentir, mas ainda sem esconder o sorriso de divertimento.

Ensina-me a Viver ❀ Larry VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora