Ensina-me a Viver ❀ Larry Version

Epílogo

dezembro de 1945

– Talvez nós pudéssemos passar o resto de nossas vidas aqui - Louis suspirou, sorrindo enormemente e se recostando de forma melhor no peito de Harry.

O casal encontrava-se sentado no meio fio da calçada da casa de Louis, enrolados num cobertor, com xícaras de café fumegantes nas mãos, observando as estrelas no céu escurecido e límpido da noite alemã. Era a vida que pediram a Deus. Sossegados, sem a paranoia de não poderem aparecer em público, sem a sensação de que tudo poderia desmoronar em um mínimo sopro.

Trisha, Zayn e Liam ficaram mais do que estupefatos quando Harry os atendeu na porta da casa de Louis. Preocupados com a demora do alemão, os três apareceram na porta da casa da Rua Frieden e, quando viram Harry os atendendo, praticamente morreram de susto. Todavia, a incredulidade durou apenas alguns segundos, pois, passado o torpor do primeiro choque, a alegria que os três explodiram foi de contagiar qualquer um. Zayn gritou e, junto com um Liam mais do que contente, abraçaram o soldado como se fosse o aniversário dele ou algo do tipo.Quando Louis saiu da cozinha e se deparou com toda aquela comemoração, seu sorriso não foi contido e ele ficou a observar tudo com o coração aquecido. Finalmente a felicidade que tanto almejara.

– Passar o resto da vida aqui? – Harry indagou – na Alemanha?

Louis virou seu pescoço para encará-lo e esqueceu-se por um momento o que era respirar. Seu soldado ainda tinha pequenas cicatrizes por todo seu rosto, mas isso não fazia com que sua beleza de Adônis fosse diminuída, de forma alguma. Os olhos verdes eram cáusticos sobre si e ele sabia que nunca se cansaria de admirá-los.

– Onde mais? – ele indagou um pouco confuso. Subiu sua mão pelo pescoço dele e passou a acariciar a linha do maxilar rijo.

– Na Inglaterra – ele respondeu simplesmente, mostrando seus dentes alvos em um deslumbrante sorriso.

– Sério? – ele perguntou fitando-o nos olhos e vendo expectativa ali.

– Como um ataque cardíaco – ele garantiu, aumentando seu sorriso. – Eu não estou reclamando daqui, mas é que... Quero recomeçar. Não seria maravilhoso?

Louis permitiu que sua imaginação voasse longe. Em alguma cidade do interior inglês, longe das poeiras e escombros da Alemanha, em uma casa pequena com um jardim e um cachorro. A casa seria humilde, porém perfeita para aconchegar aos dois e ao amor enorme que nutriam. Futuramente, poderiam enchê-la de crianças de olhos verdes...

– E como faríamos isso? – ele indagou, porque, mesmo que fosse delirante pensar em algo assim, ele ainda era racional.

– Eu trabalhei como uma mula de carga na construção de Liam por mais de um ano, tenho dinheiro para uma casa humilde e...

– Poderíamos alugar essa casa – Louis disse, seu rosto iluminando-se com a ideia. – Teríamos dinheiro para nos manter. E eu vendo minha sociedade na floricultura para Zayn, e o dinheiro vai ser suficiente para comprarmos uma boa casa. Harry sorriu, seu coração batendo a mil ao ver a razão de sua vida fazendo tão animados planos para um futuro com ele. Logo ele, que sempre torcera o nariz para qualquer ideia que relacionasse o fato de sair de seu país.

O soldado – ou agora ex – beijou os lábios dele delicadamente.

– Diga que me ama... – ele demandou em meio aos beijos.

– Eu te amo – ele garantiu.

– Mais do que minha própria vida – ele arrebatou, abraçando-o fortemente, no compasso que os corações aceleravam no ritmo do amor ali existente. Louis fitou os adorados orbes verdes de seu amado, sorrindo e corando com a admiração que ali encontrou.