Apenas Respire

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– É considerado o rei de Hollywood...

– Clark Gable!

– Ah, essa não valeu, soldado! Você nem me deixou terminar!

– Isso porque a sua charada era fácil demais.

– Você que é muito convencido!

Harry riu da birra que seu alemão fazia só por não ter ganhado um ponto naquele jogo tolo de adivinhação que faziam. Para provocar, trilhou beijos no pescoço do mesmo, na tentativa quase certa de fazê-lo desmanchar aquela cara emburrada. Com os lábios úmidos, desceu sua trilha até clavícula acentuada, passando, provocadoramente, sua língua no local e adorando ver os cantos dos lábios dele se repuxarem na vontade de proferir algum som.

– Vamos – sussurrou roucamente em seu ouvido, passando a mão em sua barriga desnuda. – Perdoe-me.

Louis não conseguiu mais resistir e, no momento em que o soldado encostou seus lábios nos dele, ele logo o puxou para um beijo desesperado.

Lá fora, o sol já estava a pino, provavelmente anunciando passar das dez da manhã, mas, dentro da pequenina casa da Rua Frieden, o soldado inglês e o alemão continuavam como se a noite não tivesse acabado. Estavam nus, enrolados precariamente em lençóis, deitados no chão frio de madeira do quarto do alemão. Intercalavam beijos a brincadeiras estúpidas e, não raramente, se entrelaçavam para se amarem novamente.


Os problemas haviam sido esquecidos e eles tentavam de tudo para que esses não mais entrassem pela porta. Deixariam tudo de ruim para ser resolvido no momento que deixassem a casa para encarar a realidade, porque, ali dentro, a única coisa que existia era o amor daqueles dois e sensação que eram invencíveis contra o mundo.

–Eu estava pensando... – Louis murmurou em meio aos beijos.

– Não pense – ele ronronou, ávido por beijá-lo sem nenhum pensamento envolvido.

– Deixe-me falar – ele pediu rindo, empurrando-o sem vontade. – Eu estava pensando que a gente podia sair hoje... Talvez tomar um sorvete...

– Eu aceito – ele respondeu prontamente, nem prestando atenção direito e já voltando a beijá-lo.

– Mas e a construção? – indagou ele, já correspondendo os beijos e lutando para não perder o fio do pensamento.

– Já está quase terminando, eu posso pedir uma folga – respondeu simplesmente.

E a conversa terminara ali. Logo o soldado já estava se projetando para deitá-los no chão, e os dois se amaram ali. Na madeira fria daquele quarto que fora testemunha da convalescência do soldado, do começo daquele história maluca e que nunca poderia dar certo. Eles se misturaram e se confundiram muitas e muitas vezes, de formas diferentes e iguais, gritando mudamente que estavam juntos e não tinha ninguém que fosse mudar isso, mesmo que tentassem e ameaçassem. Porque se amavam, pura e simplesmente e guerras nunca conseguiram fazer com esse tipo de sentimento se transformasse.

Sobreviveriam ao que quer que aconteça dali pra frente, pois sempre teriam um ao outro. Sobreviveriam à separação, à perseguição, à represarias... A tudo, pois se amavam. E isso bastava para que pudessem crer que ganhariam do mundo.

❀❀❀

Zayn ficou uma fera com a falta de Louis na floricultura, claro. Mas Louis não ligou muito para a bronca que o amigo lhe, afinal, levando em conta o movimento quase nulo da floricultura no último mês, ele tinha a certeza de que Zayn daria conta de tudo sozinho.

Ensina-me a Viver ❀ Larry VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora