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Mais um dia se nascia em Paris, uma cidade de fato encantadora. Com o céu límpido e azul em contraste com a paisagem um tanto clássica por sua história. Uma bela manhã para se observar, e Marinette a fazia. Sentada em sua varanda, olhava atenta todas as pessoas que passavam pela rua e refletia comendo um croissant feito com tanta dedicação dos seus pais.

Até que ser filha dos donos da padaria mais famosa da capital parisiense tinha seus benefícios.

Por um milagre, ela acordou cedo num sábado sendo que geralmente se atrasava bastante para ir em seu colégio — ao lado de sua moradia aliás. Tikki ainda estava dormindo, então decidiu simplesmente sentar-se sozinha e pensar, levando seu café da manhã, algo que não fazia a tempos.

Em seus devaneios, percebeu um garoto loiro desconhecido atravessando sua avenida e automaticamente uma pessoa veio em sua mente. Sim, seu grande amor... era difícil não se lembrar dele à cada hora afinal. Seus olhos verdes estonteantes, personalidade dócil e gentil eram o que mais lhe atraía. Não importava se era rico, tampouco ser filho de Gabriel Agreste, seu estilista favorito. Estudavam na mesma escola, o que aumentava mais a sua vontade de ir. Por ele. Para ver seu rosto, e admirar o jeito delicado de falar com a mesma, nem que seja um simples "oi" matinal. Era o bastante para Marinette perder os sentidos e gaguejar vermelha de tanta timidez perto dele.

Suspirou lentamente voltando o foco para a vista à sua frente. Apesar do pouco frio que jazia pela cidade, sentia estar queimando pelo sol, portanto decidiu entrar para dentro de casa e chamar Alya para sair talvez. Não tinha nada melhor para fazer já que sua kwami provavelmente ainda dormia e seus pais trabalhavam na padaria. Cogitou a ideia.

Pegou os cookies que havia trazido consigo, deixou em cima de sua mesa para caso Tikki despertasse e ligou para a amiga chamando-a para sair, que aceitou prontamente.

Ainda eram nove da manhã e decidiu tomar um banho rápido pois sabia que Ayla era bem ágil por natureza. Ligou o chuveiro e aproveitou a água morna para relaxar as suspeitas de um novo akuma. Apenas queria que fosse um dia tranquilo como o anterior, mas precisaria se preparar de qualquer forma.

Quando estava terminando de amarrar seus cabelos azuis já devidamente vestida, escutou alguns barulhos vindos de seu quarto. Pensou ser Tikki mexendo no prato de cookies, porém era muito forte para seu tamanho tão pequeno. Desconfiada e sentindo seu coração bater mais rápido, pegou uma chapinha e abriu a porta bruscamente, encontrando apenas um gato negro em pé no cômodo.

— Uma chapinha? Sério Marinette? — Chat Noir perguntou irônico fazendo ela revirar os olhos.

— Foi a primeira coisa que vi. Não imaginava que iria ter companhia de um gaturno intrometido em plena manhã!

— Eu me preocupo tanto com você para acabar sendo intrometido? Puurf. — falou propositalmente triste abaixando as orelhas negras.

Mesmo fingindo raiva, aquela era uma cena muito fofa, embora mal feita, e isso a fez rir.

— Você não serve para ser ator Chat.

— Concordo. Prefiro ser um super herói de Paris, é mais emocionante. — se recompôs sorrindo.

— Ainda não me disse o motivo de estar aqui de manhã...

— Repito: me preocupo para ser intrometido depois? Só estava sozinho e com tédio, então vim ver minha princesa.

— Poderia ter avisado como pessoas normais. — cruzou os braços o olhando cínica.

— Não sou uma pessoa, sou um gato, e você sabe melhor que ninguém. Um gato... Único.

— E convencido. — riram em sincronia. Seu jeito lembrava tanto Adrien... — Mas monsieur "gato único maravilhoso", sinto lhe informar que irei sair. Minha amiga pode entrar aqui a qualquer momento e não quero dar explicações sobre isso.

O herói se sentou na cadeira resmungando. Marinette foi até o mesmo, dando uma vistoria rápida pelo quarto atrás de Tikki que deve estar escondida — um alívio —, e tocou seu sino. Gostava de fazer aquilo, ainda mais quando Chat ficava corado. Como agora.

— Oh, e posso saber para onde vão? — perguntou curioso.

— Talvez à Torre Eiffel ou no cinema, não sei ainda. E por quê a pergunta?

— Nada demais.

Havia segundas intenções e um plano por trás, mas não falaria. E como consequência ganhou um olhar desconfiado.

— Sei... Bom, é melhor ir embora de qualquer forma.

— Se é de seu desejo, princesa... — fez uma reverência de despedida beijando sua mão esquerda indo em direção à janela. — Ai revour! *

E logo sumiu. A azulada continuou sorrindo pela ousadia do amigo.

"Esse Chat não toma jeito."

Percebeu o prato vazio em cima da mesa, e começou a procurar pela kwami.

— Marinette!

— Tikki! Já estava acordada quando Chat Noir entrou aqui?

— Sim, você estava demorando muito no banho e eu comi os cookies. Até que ele entrou pela janela e me escondi.

— Tudo bem. Ago-... — foi interrompida por uma voz.

— Amiga! Tô subindo.

Alya, claro.

— Tikki, se esconda!

A criaturinha voou para dentro de seu casaco quando Alya abriu o alçapão.

— Oi Alya!

— Advinha quem está agora nesse momento no parque? — sorriu sugestiva vendo a amiga sorrir apaixonada.

Ele? Vamos logo! — e saiu puxando a morena para fora apressadamente.

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* Até a vista!

E aí? Razoável? :v.

Half of Person❌MiraculousOnde histórias criam vida. Descubra agora