sept

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Um capítulo grande pra vocês que fiquei escrevendo até agora... Às 6 da manhã. Mas enfim, boa leitura u.u.

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Aquela aula fora uma das mais torturantes da sua vida. E o mais incrível: não era por causa de conteúdos ou professores mórbidos. Para melhorar, foi assim no dia posterior, deixando uma incógnita para Alya que sentara sozinha. Marinette e Nathanael estavam apenas de murmúrios durante o período todo, sendo claramente perceptíveis meras risadas confidentes geradas principalmente por ela. A pedagoga, senhora Carraway com sua costumeira carranca pálida, chamou atenção dos dois no meio de uma breve revisão sobre Nietzsche e por ora eles obedeceram — porém o baixo barulho da conversa ainda insistia em chegar aos ouvidos de Adrien como irritantes zumbidos. Uma pena talvez, não conseguir decifrar as frases já que se perguntara constantemente sobre o que diabos tanto falavam nestes tempos.

Quando ouviu o sinal ecoar pelo local, agradeceu alegremente pela chegada do intervalo fazendo questão de arrumar seus materiais de forma lenta para tentar ganhar tempo, mas esse não era de fato seu dia. Era como um tiro no escuro enquanto o ruivo não saísse de perto dela. Bufou já fechando sua mochila perfeitamente organizada e saindo da sala se recusando a ver novamente Marinette afagando o cabelo de outro com uma expressão terna.

Andou pelo pátio escolar até Alya, destraída com uma revista em quadrinhos japonesa na escada verde. Sentou-se ao lado dela e encostou a cabeça em seu ombro suspirando, e a ruiva se encontrava assustada com o ocorrido repentino. Eram amigos, no entanto sem muita intimidade como essas, embora decidindo ignorar.

— Viu a Marinette? O sinal já tocou há cinco minutos... — quebrou o silêncio ajeitando o corpo para sustentá-lo no ombro direito.

— Ela estava lá com aquele Nathanael... — não conseguiu esconder a repulsa ao citar o nome. — Estão o dia todo assim!

Alya então começou seu esquema:

— Por que está assim tão cabisbaixo Adrien? — perguntou fingindo falsa inocência.

— Hm... uma coisa aí. Várias para ser honesto.

— E uma delas não teria algo a ver com aquilo? — apontou para os dois sentados numa mesa da mesma forma.

Não pôde deixar de escapar um grunhido notoriamente comovido pelo deja vú. Levou isso como resposta, mas queria ter certeza.

O silêncio reinou mais uma vez entre ambos, e percebendo que não teria palavras, foi acusadoramente direto ao ponto:

— Eu sei que você gosta da Marinette!

O loiro arregalou os olhos instintivamente recuando para trás. Era tão óbvio assim?

— O-o que? Nã-...

— Ah, qual é Adrien! Nos conhecemos há mais de três anos, não tente mentir para mim! — o garoto fechou os olhos abaixando a guarda e a permitindo continuidade. Sim, a garota era muito esperta, seria muita estupidez dele negar cegamente.

— Desconfia desde quando?

— Desde o ano passado, principalmente depois do aniversário dela. Você parecia meio perturbado no dia, e pelo jeito que a olhava, se percebia algo a mais. Posso precisar de óculos, mas não sou cega Agreste!

Oh, claro, ela estava certa. O seu aniversário de dezesseis anos. Aquele fatídico dia de outono em que descobrira tudo. No mínimo a notícia que o deixara perplexo por semanas, o fazendo encará-la de outro modo, infelizmente não apenas como no comentário proferido. Deveria ter se acostumado afinal, no entanto lembrar do momento ainda lhe causava certos arrepios.

Half of Person❌MiraculousOnde histórias criam vida. Descubra agora