quatorze

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Demorei outra vez, e sinto muito dizer que provavelmente será assim daqui pra frente :/. Maaas, já está chegando próximo ao clímax.

E gente, 4K de views e mais de 400 votos, como assim? Muito muito muito obrigada a vocês szszsz.

Boa leitura sz.

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Dizem que persuasão é uma das maiores características quando se tem o luxo de uma amizade. E ela sabia muito bem que isso era um fato.

— Vamos Marinette! Você precisa sair um pouco. Já vão começar as provas e pretendo ter algum momento decente antes disso! — Alya exclamou mais uma vez tentando animar a amiga.

— Alya, você sabe que eu não me interesso nesse tipo de festa. — respondeu tediosa. — Principalmente depois que passei a noite inteira cuidando de Sam com Rose no aniversário de dezoito anos do Ivan, se lembra? Um lugar só de bebidas em excesso, pessoas que mal conheço, onde não pode dar um passo sem ter medo de pisar em alguma camisinha usada ou vômito no chão. O que há de decência nisso?

A ruiva fez bico calculando respostas plausíveis.

— Mas não precisa focar apenas nisso. Terá música boa, seus melhores amigos e irá respirar de verdade um evento clichê adolescente. Além de que Ivan disse que ia controlar as bebidas e o pessoal por causa daquela vez. Não quer ir preso por uma noite novamente. — falou notando que expressão quase ilegível no rosto da azulada não mudara. — É sério, quero que você vá. Sabe que te farei companhia sempre, junto com Nino!

— Você sabe muito bem que não gosto de clichês, ainda mais quando sempre dão o mesmo resultado patético. — recebeu o olhar severo da ruiva.

Marinette suspirou encarando suas mãos entrelaçadas em cima do colo. Embora com um leve pressentimento contra, decidiu o mais fácil de se lidar.

— Ok, ok, eu vou. Só por favor, não suma com Nino no meio da festa! Prefiro ser uma vela consciente do que vagar deslocada no meio de bêbados ilegais. — disse com desdém vendo a outra revirar os olhos.

— Claro que sim. Confie em mim.

~•~

Ele realmente não queria fazer isso, mas não conseguia ignorar o acontecimento anterior. A imagem de seu pai no quarto simplesmente não deixava sua mente, e de certo modo lhe deixava em pânico. E engolindo o máximo de orgulho que lhe restava, fez o que não imaginava que faria.

— Félix... — murmurou baixo. — Nosso pai comentou algo hoje?

O loiro ao lado levantou os olhos azuis acizentados em sua direção, mórbidos. Eles estavam sentados sozinhos na enorme mesa de jantar, até então em silêncio como o habitual.

— Seja específico. — disse somente. Adrien respirou fundo.

— Ele falou algo... diferente hoje? Se encontrou alguém, ou se dormiu tarde...

— Por que está me perguntando isso? — retrucou demonstrando um pouco mais de atenção. É claro, ele iria se aproveitar ao máximo da situação.

— Porque você é claramente mais próximo dele do que eu Félix. E sobre o motivo... você não tem que saber. — sorriu levemente falso antes de voltar a visão para o prato de salada grega. Ouviu alguns burburinhos sarcásticos vindos dele, o que o fez bufar.

Provavelmente a relação de ambos nunca seria normal e afetiva, como irmãos deveriam ter. Adrien nunca entendera o porquê de seu irmão o odiar tanto desde a infância, principalmente após o desaparecimento de sua mãe. Félix nunca deixara clara a razão de todas as provocações e cismas com o mais novo. Ele já tentara inúmeras vezes saber, porém com o tempo desistiu. Foi inútil até a pré adolescência já que sempre saía com o rosto cuspido ou atingido com palavras ofensivas. Como não eram mais crianças, seu irmão agora utilizava a ironia como escudo.

— Não, não conversei com ele o dia inteiro... — falou retrocedendo à sua tonalidade fria.

O de olhos verdes optou pelo silêncio, sendo assim o resto da noite até irem para seus respectivos quartos. Adrien desejava visitar Marinette para distrair, entretanto sabia que deveria lhe dar algum tempo. Havia sido impulsivo demais, e reconhecera seu erro. Portanto apenas deitou-se em sua cama relembrando daquela sensação calorosa ainda vívida.

"Ela será minha."

~•~

O mais novo estava tão envolvido em suas recordações amorosas e problemáticas que nem notara a ausência de Plagg. Melhor assim.

O kwami somente voou até o escritório de Gabriel Agreste. Era de certa forma perigoso ser visto pelos empregados ou por Félix, mas apenas sentiu que devia ir até lá. Atravessou a grande porta de madeira e escondeu-se atrás de um vaso decorado, provavelmente de Marrocos na prateleira ao lado. O cômodo se encontrava vazio. Até escutar passos ecoando pelo corredor.

Em seguida, silhuetas de dois homens entraram no lugar, e logo trancaram a porta. Aparentavam estar um tanto aflitos, porém um manteve a postura ereta de naturalidade.

— Ainda me pergunto o que foi fazer lá... — o mais novo encostou-se na mesa localizada no centro encarando o outro. — Deixou suspeitas maiores. Claro que Adrien notou algo estranho!

— Não aceito que você alegue um equívoco meu! — brandou ríspido. — Apenas queria vê-lo antes de ter seu destino.

— Destino? É sério? Francamente... — riu fraco. — Não tem lógica isso. E o que será depois? Ficará de plantão em seu quarto, fazendo tudo ir por água abaixo apenas por "querer vê-lo"? Esperará que ele nem se importe em saber qual o motivo de você ir repentinamente visitar seu adorável filhinho e ser um bom pai? Ah, faça-me um favor! — disse levemente alterado fazendo gestos.

O maior obteve uma expressão furiosa. Nem o mesmo sabia o porquê do ocorrido, mas nunca se deixaria ser contrariado, muito menos pela pessoa em sua frente.

— Já disse que não aceito seus escrúpulos! - um tom impiedoso soou, todavia o mais novo mantinha o olhar duro. — Isso não é de sua conta!

— Como isso não é da minha conta?! — perguntou satírico. — Parece que você se perdeu nesses seus devaneios ilusórios, e esqueceu de que há coisas mais importantes em jogo! Estamos nessa merda toda juntos, e você principalmente, então não se faça de sonso! Roubaram isso de mim, e eu vou pegar de volta o que é meu!

E com isso abriu a porta vorazmente, sumindo da vista de ambos. O outro permaneceu de pé, estático por alguns minutos. Olhou atentamente ao redor, o que fez Plagg se encolher mais, e saiu rapidamente de lá.

O kwami preto suspirou pesadamente. Pelo visto a batalha final estava cada vez mais perto, e a pior granada é a mais implícita e inimaginável possível.

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Realmente drama não é muito a minha área, mas enfim né. Fazer o quê. Bom, espero que tenham gostado!

Quem quiser falar com minha pessoinha, tem link da ask no meu perfil.

Bxs sz.

Half of Person❌MiraculousOnde histórias criam vida. Descubra agora