cinq

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Já transformada, Ladybug pulava arduamente com a ajuda de seu ioiô em cada prédio à sua frente. Uma maldição a localização ser tão longe de sua casa, porém seus poderes já facilitavam bastante. Chegando lá, viu Pénombre atirando raios negros por toda parte, deixando tudo apenas numa escuridão em edifícios, árvores e até pessoas, também imóveis.

"Por falar em negro, cadê aquele gato..."

Preferindo agir logo, saltou para perto do vilão, chamando sua atenção.

— Ora, ora, Ladybug. A que devo a honra de sua presença? — perguntou debochado.

Antes de responder, apareceu mais um indivíduo ofegante.

— De nossa presença, quis dizer.

Chat Noir olhou para a parceira, agora aliviada, e começou a lutar utilizando seu bastão. Por azar (na verdade sorte), esse akuma veio numa hora um tanto delicada. De certa forma era bom para Adrien, assim poderia descontar todo o abalo emocional do dia salvando Paris de Hawk Moth. Ser o portador do Miraculous realmente deu-lhe uma fuga dessa sua vida detestável e monótona.

— Ah, tanto faz. Vou acabar com vocês e conseguir minha vingança de qualquer modo. Mas antes, me entreguem seus miraculous. — mandou autoritário recebendo apenas um semblante mordaz deles. Era sempre o mesmo assunto...

— Eu acho que poderíamos pular logo essa parte não acha my lady? Muito repetitivo... — fez um bocejo falso.

— Boa ideia. Prefiro assim! — enrolou a perna do tal vilão o fazendo cair. Tentou arrastá-lo para perto de si, mas simplesmente se esvaiu do lugar e reaparecendo em cima do monumento.

— Ah, tá de brincadeira! — exclamou birrenta. Seria bem irritante conseguir detê-lo.

— Calma my lady, sabe que conseguimos tudo não é? — Chat perguntou sugestivo agarrando sua cintura. — Se segura aí.

E então encontravam-se juntos nas alturas graças ao bastão do garoto.

~•~

— Estou exausta!

Se jogou em sua cama logo após de se destransformar. Aquele Pénombre fora bem trabalhoso, mas conseguiram purificá-lo com êxito, e o melhor, era apenas Jean ao invés de Adrien, a deixando mais tranquila. Apesar do mesmo ser seu colega, a azulada somente deu um sorriso sereno para ele antes de sumir dentre a cidade só querendo chegar em casa. Talvez os dias calmos até demais a estavam deixando em inércia, e isso não era bom.

Tikki voou em direção à dona quase cochilando. Entendia seus motivos, mas ainda não deixava de sentir fome.

— Marinette!

Ela abriu os olhos rapidamente assustada. Odiava quando isso acontecia. Encarou Tikki confusa. E então se lembrou:

— Sim, suas energias, claro. Espera aí.

Ainda cambaleando pelos corredores de sua moradia, foi em sentido da cozinha atrás de cookies para a kwami. Encontrou sua mãe Sabine nela, preparando um chá com o sorriso agradável de costume.

— Olá filha.

— Oi mãe. — sentiu um beijo leve em sua testa. — Tem cookies aqui?

— Seu pai acabou de assar alguns...— avaliou a expressão da garota. — Marinette, estás bem?

— Sim, sim. Só estava fazendo alguns deveres da escola. — também odiava mentir, mas era necessário, e com o passar do tempo se acostumou.

— Tudo bem. Descanse. — sentiu mais uma vez a demonstração de carinho anterior. — Vou voltar para a padaria, e oh, aqui estão os biscoitos. Coma. — apoiou uma bandeja notoriamente atraente de guloseimas no balcão saindo do cômodo depois.

— Ok.

Pegou alguns e subiu de volta ao seu quarto a procura de Tikki. No entanto, não a achou. Começou a se desesperar a caçando pelo lugar todo.

Cama, não. Armário, não. Mesa, não.

— Tikki! — chamou com esperança do seu apartamento. Nada.

E então ouviu duas batidas na janela, virando automaticamente sua visão até a mesma se surpreendendo.

Nem tanto.

— Procurando algo querida?

Chat se encontrava sentado na mesma. Ela estranhou o tom um tanto mais grave, e o termo "querida". Ele nunca a chamou assim.

— E-e, meu livro... é. Não estou encontrando meu livro de química. — mentiu encarando a pessoa que agora caminhava em sua direção. Sentiu uma sensação esquisita.

— Não quer ajuda? Posso descobrir coisas que nem imagina... — a malícia era explícita em sua voz, causando completa ambiguidade. Mas o que diabos era aquilo?

— Não, obrigada. Só me diga o que veio fazer aqui... Chat. — seu nome saiu com dificuldade enquanto ele parou em sua frente, muito próximo.

— Parece que não gosta de minha presença querida... fico imensamente feliz de ouvir isso. — a luz do luar refletia em sua expressão sugestiva.

Feliz?

— Feliz? — perguntou incrédula. Ela realmente não estava entendendo nada.

— Sim. Não quero mais lhe ver Marinette. Portanto, facilitaria muito as coisas desse jeito.

A mesma começou a rir nervosa. Não, era brincadeira dele.

— Pare com isso, Chat. Já disse que não serve para ser ator.

— Quem disse que estou fingindo sua estúpida?! — da entonação mostrando serenidade se tornou para agressiva. Não acreditava naquilo.

— O que você quer? O que significa isso? Sabe que eu não suporto rodeios, muito menos esse tipo de brincadeira!

— Que parte do "não quero mais lhe ver" você não entendeu? Pensei que fosse mais esperta. — os olhos fulminantes penetrando no fundo da sua alma pioraram mais ainda a situação. — Simples: adeus.

Se virou e desapareceu de sua vista. Provavelmente até da vida como Marinette. Sentou-se na cadeira completamente perplexa tentando absorver o episódio que acabara de acontecer.

Chat Noir não queria mais ve-la.

Mas por que? Ela havia feito algo errado? E como ele estava normal mais cedo com Ladybug e Marinette?

Eram tantas perguntas sem respostas em sua mente. Não existia motivo para aquilo, certo?

Apoiou a cabeça entre as mãos sentindo-se ferver em caos. Uma culpa, até então sem causa, tinha caído em sua consciência a deixando pesada. Aquele dia fora muito longo, apenas queria se deitar e hibernar por um tempo, vencendo o cansaço. Entretanto pelo visto nem dormir talvez consiga.

— Marinette?

Avistou Tikki apreensiva. Ótimo, mais um questionamento e uma preocupação a menos.

— Onde esteve? Não a ache-...

— O Chat Noir esteve aqui? — a interrompeu diretamente.

— Sim...

Precisamos conversar.

~•~

Sentado no topo da Torre Eiffel deslumbrava-se da paisagem noturna de Paris sentindo o vento acariciar sua pele. Adorava aquela sensação. Sorriu divertido lembrando da expressão triste e surpresa dela. Tudo estava dando certo.

Perfeito.

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Eu sei que esse capítulo foi bem bostinha, mas primeiramente, não gosto das lutas ajshbabs, (acho que deu pra perceber na reação deles ao vilão) então pulei essa parte. E segundo, estou em época de provas e mesmo sabendo que ia ficar bem fraco, escrevi por atualizar mesmo. Mas enfim, espero que tenha sido plausível ao menos.

Half of Person❌MiraculousOnde histórias criam vida. Descubra agora