Ele havia a procurado por vários lugares daquela mansão, frustrado no final das contas. Até cogitou em pedir para alguma garota ir no banheiro feminino verificar sua presença, mas sabia que seria estupidez demais para o mínimo de ética que tinha. E foi-se assim, cambaleando com uma garrafa de Corona pela metade e um desejo frenesi de encontra-la, pulsando em sua mente. Às vezes se perguntava a magnetude de sua situação louca e desesperadora, porém a resposta nunca era tão clara.
Ele simplesmente a amava com todas as fibras existentes em seu ser, e faria de tudo para ela. Simplesmente.
Já encostado na parede do corredor, deu um suspiro lento antes de levar a garrafa aos lábios e bebericar um gole do líquido ainda gélido, e então observou vultos em uma porta que dava ao quintal da casa. Franziu o cenho, sabendo que a cozinha estava vazia pois ele havia ido lá. Mas apenas seguiu o caminho numa vaga esperança de ser Marinette. Afinal, os instintos de Adrien eram sempre seguidos, por mais que o levasse à circunstâncias nada agradáveis.
Os passos foram acelerando-se, com algum mal pressentimento sobre aquilo. Por ora se achou somente um tolo exagerado e completamente fissurado em uma garota que não o correspondia da mesma forma. E ele não podia negar esse fato...
Até ver a cena.
Marinette ali, encurralada por algum desgraçado naquela árvore. Oh, desde então não conseguiu medir suas ações com um coração partido envolto de fúria.
Sentindo a circulação sanguínea ferver, fechou os punhos, e marchou vorazmente na direção deles. Quando perto, numa questão de milésimos, atingiu um soco na clavícula esquerda do miserável, o fazendo cair rapidamente no chão. A azulada com os olhos azuis arregalados, o olhou assustada e trêmula, e depois mudou o foco para o homem raivoso com a mão no local atingindo. Formou-se um mero corte, portanto quando notou sangue nos dedos, levantou-se com ira pelo loiro.
— Que porra você fez filho da puta?! — exasperou um tanto embolado.
— Te dando o que merece! — e foi a gota d'água.
O moreno velozmente transferiu um murro abrupto na bochecha de Adrien, que derrubou a garrafa de vidro no chão formando cacos. Sentiu o lugar doer miseravelmente, mas a raiva apenas aumentou. Revidou da mesma forma, concentrando toda a força do momento. O outro o jogou para baixo, logo ficando por cima e continuando os golpes. Adrien conseguiu empurra-lo para o lado, e com o resto de vontade que continha, ficou de pé dando-lhe chutes na costela em meio de sangue e urros de dor.
Marinette sabendo que apenas gritar para o mesmo parar seria inútil, automaticamente correu afoita até o loiro e puxou seu braço, na expectativa de que ele recuasse. Aquela ocasião havia ido longe demais afinal. No entanto, ele somente a ignorava, prosseguindo com os repetitivos pontapés no homem quase desfalecido. Já irritada com aquilo, cegamente o abraçou firmemente, bloqueando os braços. Surpreso e confuso, aos poucos foi cessando os atos, sentindo momentaneamente a tensão se esvaindo. Relaxou os músculos gradativamente e rodeou sua cintura, retribuindo aquela ação inesperada.
— Adrien... por favor... — disse ofegante num suspiro.
Adrien ainda estava perplexo com a situação, porém só assentiu. A azulada notando que ele já havia se acalmado, desfez o "abraço", levantando o olhar, e então percebeu o estrago que havia causado: seu olho direito estava levemente roxo e inchado, vários pequenos cortes espalhados e em especial na lateral esquerda onde tinha uma vermelhidão em contraste com a pele leitosa. Levou a mão à boca em sinal de enleio, o que resultou no loiro com uma ruga de preocupação.
— Está tão... feio? — perguntou hesitante.
Ela permaneceu em silêncio por alguns instantes, aparentando pensar, e respondeu seca.
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Half of Person❌Miraculous
FanfictionUm dos maiores medos de Marinette era de se meter em problemas incapazes de se resolverem. Porém não imaginava a gravidade da situação que entrara a partir do momento em que inesperadamente conheceu aquele ser tão intrínseco, cujo desencadeou uma sé...