Half of Person❌Miraculous

dix-huit

Ela sentiu o coração falhar em batimentos cardíacos momenteamente. Ok, era talvez uma paranoia, porém qualquer coisa que envolvesse Chat Noir ultimamente, a afetava. Principalmente se essa coisa fosse um ser humano suspeito que a chamasse com a mesma personificação daquele gato tolo. Marinette já ponderava sobre Adrien ser Chat Noir, mas eram apenas rápidos pensamentos. E honestamente, essa hipótese a assustava, assim como o ocorrido.

Já Adrien nem pensara direito no ato. Era costume afinal. Não se arrependeu no entanto, porque alguma mínima reação dela valia. Ele estava tão cansado dessa farsa toda. Queria apenas lhe contar tudo sobre Félix, seu alter-ego e sentimentos. Todavia não repentinamente, seria muitas informações drásticas para sua cabeça processar. Aliás, quem não se apavoraria em saber que seu “amado” é uma pessoa falsa e mesquinha, tudo por um objetivo tão... egoísta.

Paciência e esperança Adrien, é o que lhe resta.

— P-por nada... — quebrou o silêncio. Estava decidida a esquecer as besteiras que vieram na sua mente.

— Sabe... — o loiro se pronunciou. — me pergunto o que estava fazendo com aquele... argh. — repudiou. — Não quero nem imaginar o que teria acontecido se não tivesse chegado...

— Apenas deixando claro uma coisa... — ela não conseguiu evitar. — Só porque você me “salvou”, — fez aspas no ar. — não quer dizer que você é o mocinho heróico da história e eu a bobinha inocente — mas, eu realmente lhe agradeço apesar de chegar num nível extremo.

O loiro se sentiu ofendido. Entretanto recordou-se de Ladybug, o que fez certo sentido.

— E eu estou agindo desse jeito por acaso? Estou a tratando com indiferença ou algo assim para levar você falar isso? — a fitou com a sobrancelha levantada.

Ela deveria controlar mais seus impulsos e pensar antes de falar. Não gostava de brigas afinal. Era apenas seu lado retraído criando uma espécie de barreira junto com a sinceridade afiada que tinha sobre seu raciocínio.

— Não, de fato não. — respondeu cética. — Só... foi mais como um aviso.

O de olhos verdes encarou suas mãos avermelhadas posicionadas nos joelhos, com uma incógnita na mente. Como Marinette mudava tão radicalmente de tratamento com ele? Há cerca de um ano, ela se tornara mais fria com o mesmo. Alguns raros momentos em que agia com a doçura e altruísmo que obtinha antigamente, como o dia do quase beijo. Percebera que no geral, nada mudou nesse tempo, apenas com Adrien Agreste. Continuava a mesma pessoa (mais opinativa, determinada e madura, é claro) com todos ao redor, menos com ele, o que o preocupava.

Marinette notando seu semblante pensativo, resolveu falar o primeiro assunto que lhe veio:

— Não se preocupe, meus pais estão viajando para a casa de um amigo em Saint-Tropez. Pode ficar até quando achar melhor.

Ele voltou a olha-la desentendido.

— Não, não é isso... — respirou. — Por quê está me tratando diferente?

Ela franziu a testa juntando as sobrancelhas. Aquilo fora tão inesperado, e era algo que ela não queria lembrar, não com essa intensidade de milhões de recordações.

— C-como assim?

— Ora, não se finja de ingênua! Você mudou Marinette, e apenas comigo! Há meses você vem se afastando de mim, sem explicar nada! — ela bufou. — Eu fiz algo pra você? Creio que não.

— Adri-... — foi interrompida.

— Eu fiz algo pra você Marinette?! — exasperou com um tom de irritação na voz, o que a deixou incrédula.