Eu sempre gostei de coisas metálicas, dão um ar de luxo e modernidade.
O plástico é simples,barato e feio.
Mas o metal e o plástico no cano dessa arma são extremamente elegantes e sutis,dando a pequena peça a imponência que é sua por direito.
Meus dedos passeiam por toda a extensão do objeto, enquanto tremem em sincronia com os meus batimentos acelerados.
A idéia de liberdade e vingança adoçam a ponta da minha língua,meus longos pensamentos em torno de uma possível vida melhor são minhas esperanças e meu erro.-Você é uma menina curiosa,não é Annie?
Seu bafo quente acaricia minhas costas nuas,minha primeira e única reação foi apontar a para para seu rosto .
Ele sorri.-Você realmente vai fazer isso?
Engatilho a arma.
Seu sorriso se desfaz.-Eu quero sair daqui,senhor...- digo,enquanto lágrimas salgadas escorrem pelas minhas bochechas.
-Você não vai,meu amor.
As lágrimas ganham força e entre soluços pergunto:
-Por...por que?
-Porque eu te amo,Annie.
-Isso não é amor,meu senhor...
-Cada um lida com os sentimentos como pode,mas de qualquer forma, pode atirar em mim,vai morrer aqui,só eu posso abrir a porta e lhe garanto,Annie Naysmith,eu nunca vou te deixar sair.
Meu mundo desaba (ou o que resto dele) algo no fundo do meu peito diz que eu vou realmente sair daqui.
- Que amor é esse que você prefere me ver morta de fome do que me ver livre e feliz?
-Eu só quero ficar junto com você, porque se você me matar,nós ficaremos juntos...no inferno.
Abaixo a arma.
Não há mais nada para ser feito.-Você é uma boa menina, eu te amo demais-ele diz com um tímido sorriso.
Ele retira com cuidado a arma da minha mão e a coloca sobre a mesa.
Naquele momento algo no fundo do meu peito se quebra,me sinto sufocada pela realidade que me cerca.
As lágrimas cessam,não adiantam de nada.Eu fui tão ingênua a ponto de achar que ele realmente ia me libertar?
-Talvez eu esteja sendo rude demais com você,querida,imagino o quão difícil deve ser estar trancada numa jaula por tanto tempo...-Diz enquanto seu sorriso tênue vai se alargando.
Filho da puta.
-Poderia ser mais fácil,bem mais, você não estaria aqui se não tivesse ficado com aquela tatuadorazinha de merda.
Minha resposta foi automática,sem pensar nas consequências:
-Aquela tatuadorazinha de merda que me fez mais feliz em uma semana do que em dez anos com você...
Ele segura meu rosto com uma das mãos e aperta com tanta força que faz minha gengiva sangrar,levanta até que tenho que ficar nas pontas dos pés.
As lágrimas voltam.-Você é uma idiota,sabia?Uma vadiazinha idiota!
Me solta e defere um tapa tão forte no meu rosto que caio tonta,coloca seu pé um cima da minha cabeça de modo que sou forçada a apertar meu rosto contra o chão.
-Você se acha importante não é mesmo?...
Minha respiração acelera,sinto-o pressionar meu rosto contra o carpete e meu nariz latejar.
-EU TE FIZ UMA PERGUNTA,ME RESPONDA!
-Sim,Senhor.
-Não vou negar que você é muito importante pra mim, mas preciso reforçar o seu papel dentro dessa jaula,vai me obedecer cegamente e parar de me enfrentar se não será punida e você sabe muito bem que não me importo em lhe causar dor e sofrimento,mas de qualquer forma eu sinto que te amo.
-Se isso é amor eu prefiro morrer sozinha...
Ele ri maliciosamente.
-Sua preferência não importa,essa é a realidade que você vive, quanto melhor você aprender a conviver com ela, melhor será sua vida.
Ele beija o topo da minha cabeça,pega a arma e sai do quarto.
Todo meu ódio cria uma barreira que impede as lágrimas de cair dos meus olhos.
Corro para o banheiro jogo o espelho contra o chão,assistindo-o quebrar em vários pedaços.
Pego um dos pedaços afiados, aperto com muita força de modo que escuto meu sangue pingar no carpete.Tudo vai acabar,tudo vai acabar.
Repito mentalmente enquanto posiciono o vidro do lado esquerdo do me pescoço.Eu poderia ter sido mais rápida.
O mesmo homem,a mesma voz,mesmo bafo quente,mesmo pano úmido, mesmo escuro.
•°•°•°•°•
Eu já deveria ter me acostumado com sensação de não poder me mexer a essa altura da vida.
É angustiante não poder fazer alguma coisa que você tem pleno controle.
Seus belos olhos azuis me fitam de cima em baixo, parecem nervosos e excitados.-Eu entendo que você precisava de um tempo pra descansar,mas três dias é muito- diz calmamente como quem não espera resposta- tenho que dizer que fiquei muito aflito em imaginar que você tinha morrido.
Queria poder responder algo mas ainda não consigo controlar nem as pontas dos dedos.
-Deve ser horrível ver a mesma pessoa todos os dias e saber que ela não hesitaria em te fazer mal só pelo próprio prazer...
E como...
-Eu refleti sobre a situação em que você vive e cheguei à conclusão que devemos fazer algumas mudanças imediatas.
Tenta dizer algo mais os som sai parecido com um gemido.
-Calma meu amor deixa eu terminar de falar...enfim, eu tenho certeza que você vai amar as novas mudanças, tanto quanto eu também vou gostar-ele sorri maliciosamente.
Um calafrio percorre meu corpo e dessa vez eu já consigo mexer minhas mãos e pés.
-Pode entrar,chérie.
Escuto passos vindos do corredor, não posso acreditar no que está acontecendo.
Quando ela entra no quarto o ar foge dos meus pulmões,meu corpo treme ritmado com os batimentos acelerados.
Charlotte está com o meu gato nos braços, seus olhos azuis penetrantes me encaram e sinto que posso desmaiar a qualquer momento.
Uma lágrima solitária escorre meu rosto e eu não sei se é alegria ou tristeza.-Solte esse gato feio e ajoelhe-se para mim,agora-Thommy diz e como um comando mecânico ela o obedece prontamente.
Stalin Jr. corre em minha direção,as lágrimas ganham força,ele esfrega seu corpo peludo em mim,pronto para receber carinho que estou impossibilitada de dar.
Pelo menos eu tenho você.-Agora você tem uma irmã da coleira,Annie não é maravilhoso?
Definitivamente não.
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Eu,Submissa
Romance[+18] Annie Naysmith, é submissa do milionário Thommy Lennox, desde os 16 anos, agora com 25 anos ela percebe que não conseguirá viver assim para sempre , enquanto tenta arrumar seus sentimentos em relação a sua amiga extremamente sexy e lidar com s...