Papel

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As vezes estamos tão imersos no problema que não conseguimos enxergar um palmo a frente, ou não queremos enxergar.
Passei tantos anos abusada por uma pessoa com controle físico e psicológico sobre mim, e fiz isso voluntariamente em um relacionamento extremamente abusivo de 9 anos de duração onde eu acreditei que amava ser dominada em todos os âmbitos da relação.

Eu de fato gosto de ser dominada mas o que Tommy fez não foi me dominar, foi reduzir a minha própria existência a nada tornando-me um objeto manipulável para atender seus desejos sádicos e sujos.

Naquele momento estava mais do que claro que eles estavam se divertindo com todo o meu sofrimento, eu estava totalmente em desvantagem

Precisava pensar e rápido.

-Está se sentindo tonta meu amor?- Tommy pergunta calmo.

-Sim senhor...- respondo escondendo o nervosismo.

-Beba, eu vou pegar um remédio pra você - ele diz pegando o copo que soltei e devolvendo na minha mão.

Ele sai do banheiro mas antes de ir grita pra Charlotte ir limpar a sujeira do café, ela antes de ir me dá um sorriso de canto de boca.

Ela sabe está se divertindo também.
Preciso pensar rápido...

O SORO

É isto o soro que Tommy me deu quando eu estava desacordada, será que tem essa mesma coisa que tem na água que está me deixando alterada?
Espero que não.
Só tem uma maneira de descobrir...

Corro até o quarto, tem um resto de soro em uma das gavetas da escrivaninha, pego, volto rapidamente e fecho a porta do banheiro.

-ESTÁ TUDO BEM ANNIE? -Tommy grita provavelmente da cozinha.

-SIM ACHO QUE ESTOU COM DOR DE BARRIGA.

Silêncio...ele não está gostando das minhas atitudes.

Pego o soro, rasgo com o dente e coloco dentro do copo como se fosse água.
Escondo a embalagem atrás da pia.
Abro a porta.
Ele está me esperando.

-Alarme falso haha -digo para disfarçar.

Ele me olha desconfiado e diz incisivamente.

-Beba.

Olho pra ele e bebo tudo que estava no meu copo.

Ele sorri satisfeito.

-Aqui está, tome - Ele me entrega um comprimido.

Será que tem droga também?

Coloco na boca e finjo engolir.

Charlotte chega por trás dele dando um leve sorriso, ele se vira de frente com ela olhando diretamente em seus olhos sem dizer uma só palavra.
Por algum motivo ela entende o recado e sai do banheiro.

Ele se vira pra mim me encarando também, beija o topo da minha cabeça.

-Vá deitar até que você se sinta melhor.

- Sim senhor.

Ele me acompanha até o quarto e me ajuda a deitar na cama.
Não que eu precise de ajuda até porque não me sinto tão bem assim a muito tempo.

Fecho meus olhos e finjo dormir.
Alguns minutos depois Tommy sai do quarto.

Pego o remédio que está quase se dissolvendo em baixo de minha língua e jogo atrás da cama.

Stalin entra quarto e se deita ao meu lado na cama ronronando.
Escuto passos e fico imóvel.

Ela entra no quarto.
-Por qual motivo ela deu um nome de facista pra um gato tão bonitinho? - Charlotte pergunta em tom de deboche para Tommy.

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⏰ Última atualização: Apr 07, 2020 ⏰

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