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Londres
Hoje

No dia seguinte, Kate chegara mais cedo do que em qualquer outro dia de sua vida que acordara para trabalhar.

Sentindo os ombros pesados e dor nas costas, provavelmente por conta do colchão nada confortável que Primo Alessi disponibiliza para seus hóspedes.

Passou por Fletcher, lançando-lhe o sorriso mais aberto que conseguiu em plena seis da manhã, como forma de comprimento, e entrou na casa, batendo os pés do lado de fora.

-Kate! - Maggie surgiu do corredor - Ainda bem que chegou, deixei um pedaço de lagosta para você na geladeira.

-Obrigada.

Lagosta.

Katherine Willians, filha de John e Mary Willians, nunca havia se quer chegado perto de uma lagosta. Já ouvira dizer que tinha gosto de frango. Será verdade, ou apenas mais uma desculpa para fazer crianças birrentas comerem? Ouviu histórias de pessoas que adoeceram quando ingeriram por pura alergia, seria o seu caso?

-Tudo bem.

-Chris deve estar no mesmo lugar de sempre, por favor tente o tirar de casa. Luke virá me pegar daqui a... - olhou para o relógio dourado preso ao pulso - Exatos dois minutos. Até logo e boa sorte!

Lá estava ela sozinha novamente naquela sala magnífica e perfeitamente decorada, sem saber se observava a porta ou o corredor, onde a qualquer momento poderia ouvir o som de uma certa bengala em contato com o chão.

Caminhou até a cozinha, abriu a geladeira e olhou o animal dentro de um pote, rodeado de folhas de alface. Tudo bem, lagosta está oficialmente fora de suas opções. Fritou um ovo e comeu sem mais delongas.

Katherine passara a manhã toda sentada no sofá enquanto folheava algumas revistas e checava o celular antigo. Nada que alguém devesse acompanhar de tão tediante.

Cozinhou o que o cardápio indicava, arrumou tudo em uma bandeja e a carregou até a porta rustica, dando-lhe dois socos fracos.

-Pode entrer. - falou.

-Seu almoço - sorriu, repolsando tudo na mesa de centro, de frente ao sofá.

-Tudo bem, já pode se retirar.

Ok, ela cozinha pra ele, trás e não recebe nenhum tipo de agradecimento? Que tipo de ser humano Christopher era?

-Não vai agradecer, Senhor Estrassasinho?

-Perdão? -Kate se arrependeu do que havia dito no exato momento que ele lançou-lhe o olhar mais assustador que qualquer um já recebera na vida, tanto que nem os óculos escuros conseguiram segura-lo. Mas ela não iria acabar, já que começou.

-Cozinhei algo novo para você, nem um "Obrigado, Katherine" - o imitiu - Mereço?

-Senhorita Willians, você está sendo paga para isso, por tanto não venha com este papo furado.

-Desculpe, mas eu sou paga para te fazer companhia, não lavar, passar, e nem vir te servir, por tanto acho melhor o senhor me respeitar.

Assim como Kate nunca havia comido lagosta, Christopher nunca fora sequer uma vez contrariado. Virou seu corpo na direção da voz, posicionando a bengala em sua frente.

-Senho... - sentiu sua garganta secar e todo o ar escapar de seus pulmões. Oh, não, agora não.

A garota, vendo que algo ruim estava acontecendo, se aproximou e segurou o braço do deficiente.

-Você está bem?

-Me solte, agora! - gritou, puxando o corpo, fazendo com o que o tubo prateado caisse no chão e a tontura almentasse. Ele precisa de ajuda, claro, mas não dela. De modo algum aceitaria que o desafiassem de tal forma. Chris sentiu o corpo bater contra o chão. Apoiou o tronco com os cotovelos e tirou os óculos que tanto o sufocavam. Kate, já entrando em estado de desespero, agarrou novamente o braço do homem, segurando-o antes que sua nuca batesse contra a mesa baixa próxima a eles, encarando seus olhos profundos, mesmo sabendo que ele não podia a ver. Por mais que não quisesse, Christopher apoiou-se nela com toda força, sentindo como se fosse mergulhar em mar aberto, sem nenhum colete ou oxigênio.

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Eita... Bom, desculpem os erros e até o próximo.
Comentem, por favor!
Amo vocês.

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