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Londres
Hoje

Katherine Willians olhava seu reflexo no pequeno espelho preso a parede, sem saber o que fazer com o ninho que seu cabelo havia virado. Tentou passar o pente, mas estava ruim demais, colocou creme, o que o deixou apenas mais lambido, com uma aparencia de cabelo sujo. Já com sua paciência esgotada, arrancou as roupas do corpo e pulou debaixo do chuveiro, tentando se adaptar a água gelada que escorria pelos furos no plástico. Passou uma porção consideravel de shampoo, sabonete e condicionador. Já que havia começado, faria tudo corretamente.

Demorou minutos para Kate enxugar cada parte do seu corpo, já que a brisa fria que entrava pela brecha da janela dificultava tudo. Estava frio, a sensação termica baixíssima, mas o que faria se precisara tomar aquele banho?

Colocou a calça jeans, uma blusa e jogou o casaco encima do corpo, saindo do hotel barato no exato momento que sua gata aconchegarasse na cama desarrumada, abandonando alguns pelos brancos na colcha.

Desceu o lance de escadas saltitando, apenas imaginando o quanto seu salário a ajudaria com suas despesas, além das coisas que poderá comprar após o primeiro pagamento.

Alívio era o que ela sentia.

Seu corpo relaxou quando viu a quantidade de zeros que aquele papel carregava. Sabe o que é um número acompanhado por quatro zeros para ela? Ganhar na loteria! Poderia voltar para casa, cuidar de sua família, se sustentar um pouco mais e ainda gastar com sigo mesma! Um total beneficil que não encontraria em lugar nenhum. Mas algo que ela não conseguia entender é: Por quê pagar tanto dinheiro para alguém acompanhar um deficiente?

O que exatamente faria agora? Apertaria a campainha e seria recebida por um segurança como acontecera dias antes? Ou apenas passaria pelo portão aberto, indo rumo a casa?

Katherine pensou em tudo que poderia acontecer se atravessasse o jardim impecável dos Harris em um milésimo de segundo. Destruir vasos, arruinar o corte perfeito de algumas arvores, destruir uma roseira inteira...

Sem querer passar por metida, precionou o pequeno botão vermelho, grudado a parede de pedras.

- Sim? - perguntou uma voz fina. - É você, Kate?

- Sou. - apertou a alça da bolsa.

- Entre, por favor! - e desligou.

Hm... Pense Kate, qual caminho seguiu da última vez?

Meio receosa, caminhou pela trilhas de pedras claras, sendo direcionada exatamente onde queria ir.

Eureca! Acertara em cheio!

Suando frio, arrancou o gloss labial da bolsa e espalhou a substancia pastosa por toda a extenção de seus lábios, tentando evitar sua palidez exagerada. Vagou pela entrada, passando pelo portal e encontrando Megan Harris a encarando anciosa.

-Eu achei que você nunca iria chegar! - atravessou a sala e envolveu Kate com seus braços finos, deixando alguns fios castanhos entrar na boca da garota. -Vem, vou te apresentar a Chritopher!

Hm... Então realmente é um homem. Mas como ele seria? Baixinho, gordinho e careca? Ou alto, magro, com cabelos escuros? Além do mas, quanto anos deve possuir?! Oh, Katherine não sabia nada sobre o homem, apenas que ele não conseguia a ver, o que talvez fosse algo bom, já que se sentia tão ridicula e deslocada ali dentro.

Caminharam pelo corredor até chegar a úlima porta da direita, vermelha e envernizada, sem um fiapo de poeira, assim como o resto da casa. Megan deu dois socos na porta, sorrindo de orelha a orelha, mais do que segundo antes.

-Entre. - falou alguém com voz dura e... Rouca.

Cabelos castanhos, barba por fazer, olhos cobertos por um Mont Blanc perfeitamente encaixado em seu rosto duro.

Tudo bem, talvez ele fosse bem mais jovem do que a garota chegava a pensar. E mais bonito também.

-Chris, essa é a Kate, ela vai te fazer companhia enquanto eu e mamãe estivermos fora.

-Colocaram o anúncio no jornal de novo? Eu já falei para pararem, não preciso disso. - travou o maxilar, agarrando sua bengala com toda a força que conseguia.

-Eu sei, não vamos discutir na frente dela. Katherine, Christopher; Christopher, Katherine.

O homem continuou parado, prendendo os olhos azuis acinzentados em um ponto fixo da parede. Bufou, caminhou até o sofá coberto por um couro fino e sentou-se, sem se importar com as garotas o encarando. Quando se perde um sentindo, todos os outros ficavam mais apurados, o que o fez perceber o quão Katherine estava nervosa, transferindo o peso de uma perna para a outra.

-Poderia parar, por favor? Está me atrapalhando. Ah, e já podem sair.

Surpresa, engoliu em seco.

Ok, ele era cego, lindo e um tremendo babaca. Mas pode ser apenas um dia ruim não é mesmo? Aliás, quem nunca passa por isso?

Sendo puxada por uma Maggie esterica, Kate não parava de pensar e tentar medir o quanto aquele primeiro contato foi desastroso. Entendia a situação atual do rapaz, mas o que custava ser um pouco mais gentil com a pessoa que veria todos os dias, quer dizer, que sentiria todos os dias? Entendam como quiser, mas de uma cosia ela estava certa: Era muito dinheiro em jogo, não iria desistir na primeira vergonha que passasse, prometeu isto a si mesma na noite anterior.

-Desculpe por ele, Christopher não era assim antes de acontecer o acidente.

Acidente?

-Tudo bem. - sorriu torto.

-Bom, vou precisar dar uma saidinha e volto quando escurecer. Minha mãe nunca para em casa, então não se preocupe. Se precisar de ajuda, o número do médico de Chris está na agenda. Carter Hayes.

Kate balançou a cabeça, observando parada Megan correndo de um lado para outro no meio da sala, pengando chaves, sua bolsa Chanel, e uma pequena necessaire onde deve guardar suas maquiagens, acredito. Arrancou uma pequena chave dourada do chaveiro e entregou-a a Kate, que apenas escutava mais milhões de informações vindas da garota.

-Entendeu?

-Sim.

-Ótimo! Até logo, e tenha paciência com ele, por favor, sei que Chris é uma pessoa difícil.

•*•*•*•*•

Fiz um capítulo maior desta vez kkk espero que estejam gostando.
Comentem, por favor, e votem se possivel! Desculpem a demora e os erros cometidos de ortografia ou algo assim.
Amo muito vocês,

Beijos.

Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora