P.S.: Capítulo não revisado
Katherine Willians
Sai da casa dos Harris desesperada naquela noite, sabendo que Sarah provavelmente estaria do lado de fora me esperando em seu carro de classe média. Dito e feito. Entrei nele e ela nos conduziu á uma confeitaria ali perto. Admito que nunca comi tantas fatias deliciosas de bolo na vida. Mas, como tudo que é bom dura pouco, fui largada em "casa" alguns minutos depois, assanhada e completamente exausta. O plano era: Lavar o corpo, deitar e dormir, mas Madame Doerr se apoderou do centro da cama quando fui cumprir o último passo, o que me rendeu boas duas horas para tentar a tirar do colchão fundo. Lavo o arranhão no ante-braço antes de deitar, e finalmente consegui minhas horas para sonhar.
E agora, neste Segundo, estou aqui. Sentada no banquinho novamente, cobrindo o rosto com um livro qualquer que tirei da estante, transmitindo as palavras secas das páginas. Christopher está sentado na poltrona, relaxado e aparentemente calmo. Se alguém me dissesse que hoje estaria assim, chamando-o pelo nome, lendo para ele e essas coisas, no início, provavelmente riria como nunca. O cara é um gelo, mas sei que pode ser legal quando quer.
Passo novamente a página.
Meu pai sempre disse que eu era durona, mas as lágrimas que escorriam por minhas bochechas deixavam claro o contrario. Não me julgue, por favor, esse livro é triste. Não, triste é apelido, esse livro é desastroso! Não sei como alguém pode conseguir gostar de sofrer...
- Está chorando? – Pronunciou quando funguei pela primeira vez. Droga. – Quer parar? Tudo bem por mim.
Acho muitas coisas estranhas nessa vida: As meias de Lena, os batons de Sarah, os gostos dos temperos da mamãe, ..., mas se tem algo que supera tudo, é esse homem elegante me tratando de forma boa. Sim, não estou acostumada, nem reclamando.
- Se quiser, posso continuar. – Ele negou, alegando que estava bom.
Tudo bem. Guardei o exemplar, deixando-o no mesmo lugar de antes, tomando todo o cuidado. A lombada amarelada mostrava o quão antigo ele era. Caminhamos até o quarto, onde Christopher logo se acomodou na poltrona.
O que exatamente farei agora? Entro ou vou para a cozinha?
- Pode entrar, Senhorita Willians. – Olha, Christopher não consegue ver, mas sem dúvidas consegue ler mentes. – Sinta-se a vontade.
Quando atravesso o portal, a sacola fina retangular, com o laço perfeitamente alinhado, entra no meu campo de visão e a lembrança dele entrando com aquilo me atinge.
- O que aconteceu ontem? – Ele pareceu nervosa por um minuto.
- Do que está falando? – Seu maxilar tenso mostrou o quão perturbador era o assunto.
- Você chegou estranho com a sacola do vestido.
Passou-se um minuto, dois, três, e nada de nenhum de nós falar algo, até o suspiro de derrotar escaper dos belos lábios do meu chefe.
- Fui presentear uma... amiga, e acabei desistindo. - Só isso? Tudo bem então... - Senhorita Willians, o que acha de um café?
Semanas mais tarde...
Sento-me no sofá, segurando uma xícara de café, enquanto Marie passa a vassoura na casa. O natal se aproxima e tudo que consegui juntar foi o que ganhei trabalhando para os Harris, mesmo sendo mais do que já ganhei algum dia, tive que quitar minhas dívidas com o hotel, pagar algumas despesas e mandar algum dinheiro para mamae, o que me deixou completamente sem dinheiro. Pois é, passarei meu feriado favorite do ano sozinha, com minha gata, e uma temporada inteira de Gilmore Girls.
- Pronto, menina, pode levanter.
A observo caminhando até a lavanderia, e quando perco o corpo pequeno e rechonchudo da Sra. Wells de vista, volto minha atenção á xícara de café.
Meg levou Christopher para algum lugar e agora estou aqui sozinha. Consegui virar o porta-retratos assustador e não me preocupo mais em sonhar com aquela mulher puxando meu pé durante a noite.
Cada dia que passa, eu e Chris estamos ns dando melhor. Pesquisei o significado de "arlequim" no Google e minha maior vontade foi de rir, usando minhas próprias ironias contra mim. Ultimamente minha vida se resume em levantar, vir para a casa dos Harris, voltar para o hotel e dormir um bocado, começando tudo de novo quando inicio o dia. Ou seja, não sou a pessoa mais interessante do mundo.
A porta da frente bate e observo Christopher e Meg entrarem, ela sorrindo e ele quase sério, como sempre.
- Kate! Se divertiu? – Levanto-me.
- Na medida do possível.
- E então, o Natal está chegando e... Pode tirar uma folga se quiser. – Disse, batendo os saltos extremamente altos contra o piso brilhante.
Folga. Faz tempo que não tenho uma folga. Posso descansar ou possivelmente trabalhar para conseguir dinheiro suficiente para poder passar o ano novo com todo mundo, o que parece ser bem mais proveitoso.
- Eu... Queria saber se posso trabalhar, no lugar do descanso. Não precisa me pagar a mais, eu só...
- Claro! Sem problemas. Fico feliz que passará alguns poucos dias a mais.
- Obrigada.
* * * * * *
Capítulo pequeno e chatinho. Ele já estava pronto, mas estou me mudando e não tive como postar antes, me perdoem.
Fico feliz em ver que Para Sempre está crescendo casa vez mais! Obrigada por tudo!
Até o próximo e votem! Beijos.
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Para Sempre
RomanceQuando um acidente destrói a vida de Christopher Harris, tudo vira de cabeça para baixo. Aprendeu da forma mais dolorosa possível como fechar-se para si mesmo, ignorando qualquer tipo de sentimento que uma pessoa normal poderia ter. Anos mais tarde...