Para Sempre

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Katherine Willians

Eu consegui sentir aquele frio na barriga, a sensação de todos estarem olhando para mim atentamente, e a pressão dos cerimonialistas gritando internamente "Não danifique a decoração!" e "Levante o queixo!". Caramba, quantos gritos eu levei durante os ensaios... Juro que não consigo contar nos dedos.

A faixa do vestido coçava toda vez que eu me mexia, enquanto os sapatos estrangulavam meus dedos.

Só mais alguns metros, Kete, apenas mais alguns metros...

Meu braço foi entrelaçado com o de Bill, um grande amigo de Sarah, e nós deslizamos pelo tapete azulado até chegar ao altar, sendo seguidos por dúzias de padrinhos.

Sarah sempre fora popular, mas eu realmente não tinha noção do quanto.

A igreja estava lotada, os pais dos noivos se acomodavam nas primeiras fileiras e da minha posição consegui ver Christopher perfeitamente sentado, alguns bancos atrás, com seu terno alinhado e pernas cruzadas.

Ele passou a manhã toda tenso, dizendo que estava cansado quando o beijei e batucando os dedos na perna todo o tempo. Algo estava errado, sem sombra de dúvidas... Minha mente vagou até a imagem de Meg atendendo ao telefone e um calafrio me atingiu.

Pare de pensar nisso! Está tudo bem!

Voltando... no casamento, as flores variavam de branco para azul e lilás, umas salada de cores, nada que eu já não estivesse esperando quando se trata de Sarah.

Afasto a flor enorme na minha lombar para o lado, abrindo espaço para a outra madrinha que chegava com um cara qualquer, e logo aquela música típica da entrada da noiva começou a ecoar pelo salão. Sarah estava linda e radiante como nunca, usando o vestido cheio e extravagante que nós escolhemos, desfilando pelo corredor com um sorriso de matar. Ela estava linda.

* * *

O salão estava decorado com as mesmas cores das flores na igreja. Sarah me abraçou assim que entramos no salão e logo depois Christopher que s mantinha distante. Distante o suficiente para não me ouvir quando o chamei. 

Sua perna inquieta balançava como nunca, movimentando a barra da toalha de mesa que insistia em prender no meu vestido.

O que diabos estava o deixando assim?! Nada vem na cabeça e pode ter certeza que estou preocupada... Oh, se estou!

- Está tudo bem? – Sussurro em seu ouvido.

- Está, está. – Ele não me tocava, muito menos correspondia meu carinho, e isso está me machucando...

- Christopher...

- Será que podemos conversar em particular?

Conversar... Isso só não podia ser boa coisa... Caramba!

Levanto-me demorando o máximo que posso, adiando aquilo. Ninguém estava sentado conosco, Judy havia ido dançar com o marido alguns minutos atrás. Ajudo-o a se posicionar e caminhamos até a parte de trás do buffet.

A grama emanava natureza e a lua cheia brilhava como nunca. Sarah havia mencionado sobre casar-se neste período uma vez, dizendo que queria que o bebê nascesse com o bumbum virado para a lua. Se o nome disso não for loucura, não faço a menor ideia do que seja. 

- Katherine, eu preciso lhe dizer algo... Importante. – Lentamente, removi os óculos escuros de seu rosto simétrico, fazendo com o que ele fechasse os olhos. Depositei beijinhos por cima da pálpebra e consegui ver um leve sorriso se formar em seus lábios antes mesmo de voltarem a ser uma linha reta. – Por favor, não me distraia. – Ri. Christian engoliu em seco. – Eu... Acho melhor acabarmos com isso.