Capítulo XII

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Lauren POV

Família. Uma palavra e um emaranhado de significados. Encontramos nossa família nos amigos, nos primos, nos pais, nos irmãos, nos avós e na vida. Construir uma família vai muito além de casar, comprar uma casa, móveis e viver, tolos são os que pensam assim. É uma constante luta, são flores, mas também são espinhos, é a tempestade e a calmaria, é um dia ensolarado e um dia nublado. Família é apreciar os dias de paz e estar preparados para as crises.

A vida nos ensina a cair e somos os únicos capazes de nos reerguer, apenas para que ela nos derrube novamente, um torturante ciclo, até que estejamos preparados para desviar das rasteiras e obstáculos que são impostos. O mundo não é o conto de fadas que pensamos quando crianças, ele é um terreno sombrio e amargo, ser família é lutar mesmo sem forças para que a podridão que cerca certas pessoas não corrompa ou sugue a vida de quem amamos.

E lá estava eu, Camila dormia tranquilamente, as pernas esparramadas pela cama como se ela fosse à única dona e proprietária daquele terreno, no rosto um singelo sorriso de quem sonhava docemente, os cabelos desgrenhados caindo por seu rosto e costas nuas. Eu estava perdida dentro de mim tentando organizar meus pensamentos, que atormentavam meu sono, nos últimos três dias. Procurava organizar meus erros e acertos, eu queria uma linha cronológica de tudo que havia vivido, mas eu não queria remoer o passado e culpar-me mais do que já havia me culpado, mas minha mente traiçoeira havia resolvido me lembrar, ou era eu mesmo tentando ocupar a cabeça com questões mais dolorosas do que encarar o presente e pensar no futuro. Mas o que o futuro me reservaria? Eu não sabia a resposta e isso me atormentava, pois a vida é um arquitetado quebra-cabeça preenchido de boas e más surpresas, em nosso caminho, escondidas em cada peça a ser encaixada.

- MAMAS! – a voz de David ecoou do outro lado da porta, seguida por três batidas. Camila se remexeu na cama, virando o rosto para o outro lado. – Mama Camila e Mama Lauren? – chamou novamente, elevando um pouco o tom de voz. Camila grunhiu e puxou um travesseiro para cobrir a cara, sorri de seu gesto, poderia se passar anos, mas Camila nunca seria uma mulher matinal. Levantei-me calmamente da cama para não fazer barulho, vesti o roupão e direcionei-me a porta.

- Oi amor... – suprimir um bocejo, abri apenas uma fresta da porta e coloquei minha cabeça para fora, Camila dormia nua, tendo apenas o lençol cobrindo sua bunda. – Está acordado tão cedo! – cocei os olhos, irritada com a claridade que vinha do corredor.

- É hoje! – esticou os braços pra cima, totalmente animado. – A senhora ainda não está pronta? – perguntou surpreso, David usava seu pijama favorito e estava descalço, uma das manias que ele tinha, andar descalço ou apenas de meia pela casa. – Mama Camila está se arrumando? – ficou na ponta dos pés, esticando o pescoço para buscar por Camila no quarto.

- Sua mãe está dormindo, e aposto uma pizza que ela não ficará nada feliz ao ser acordada...

- Mas é hoje o dia...

- David. – o repreendi. – Não interrompa as pessoas. – ele baixou a cabeça e juntou os dedos do pé, sem jeito. – Que hábito feio, e, me pergunto com quem aprendeu todas às vezes que faz isso. – David levantou o rosto com um semblante triste, mas nada disse, esperando que eu prosseguisse com a bronca. – Sua mãe foi dormir tarde, mas vou acordá-la, enquanto isso vá se arrumar.

- Por que ela foi dormir tarde? – virei meu rosto e olhei Camila dormindo nua, meu rosto enrubesceu com a lembrança que veio à minha memória do que nós fizemos a noite toda.

Secrets Segunda TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora