Capítulo XXI

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Olá pessoas lindas, como estamos?

Eu nunca costumo pedir nada, mas quando escrevi escutei algumas música e da lista de músicas tristes que escutei peço que escute algumas:

The One That Got Away - Katy Perry

Stay - Rihanna

Ride - Lana del Ray

Someone Like You - Adele

Ingenua - Dulce Maria e por último, mas não menos importante, na verdade deixei essa música no repeat para escrever a parte final do capítulo, se pudessem ouvi-la, Fix You - Coldplay

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Lauren POV

Miami, Flórida

Sentia-me presa em um labirinto de lembranças e as paredes, agora totalmente em ruínas, estavam prestes a desabar.

Tudo à minha volta era silêncio, mas eu conseguia ouvir e ver ao longe às conversas, o choro e os olhares, mas ainda assim tudo era silêncio. Um silêncio sufocante ecoando junto com as batidas do meu coração.

Entorpecida, adormecida, anestesiada, eu era o caos silencioso dentro do grito sufocado.

Nada em toda minha vida tinha me preparado para àquele momento e tudo o que eu queria era que minha dor desaparecesse, evaporasse junto com a enxurrada de palavras desconexas que invadiam minha mente, atordoando-me.

Caminhei lentamente para próximo do caixão. Infarto fulminante, atestava o laudo da causa da morte, mas tudo parecia um pesadelo, eu rezava fortemente para acordar, mas não acordava, eu estava presa àquela vida, àquela situação e sufocando naquele momento. Como eu cheguei a Miami? Eu não conseguia descrever ou recordar, tudo parecia meio borrado e desbotado. Lembro-me que discutia com Camila e naquele momento sentia minha vida escorrer por meus dedos como areia, então meu irmão me ligou, e, o mundo parou, um soco certeiro na boca do estômago. Todas as palavras me foram tiradas e uma única frase soava em minha cabeça como um mantra infernal. Meu pai estava morto. Morto. Mike Jauregui estava morto.

Meu pai morto.

A frase agitava-se em minha cabeça, mas eu não podia cair, pois minha mãe e meus irmãos precisavam de mim, eu tinha uma família a proteger. O grito de desespero de minha mulher foi o gatilho para eu perceber que precisava ser forte para segurar nos braços quem eu amava. Mesmo em toda minha dor e surto momentâneo causado pela notícia, eu não poderia sucumbir, então ordem foram dadas, ligações foram feitas, malas arrumadas, passagens compradas. Eu, Lauren Jauregui, era ações mecanizadas.

No fundo, secretamente no fundo, eu esperava que tudo fosse um mal-entendido, meu pai tinha que estar vivo, mas ele não estava.

David desabou em meus braços quando soube e eu me senti destruída por não poder fazer nada para sugar a dor do meu filho, por não o proteger daquele momento, ele estava desolado e totalmente descrente da morte do seu avô. Meu pequeno chorou incansavelmente até dormir exausto, vencido pelo cansaço e pela dor. Eu não permiti que ninguém se aproximasse do meu filho, como uma leoa eu o protegia e velava seu sono.

Camila desde que lhe dei a notícia esteve ao meu lado me dando apoio e mostrando toda sua preocupação para comigo, mas eu havia criado um bloqueio em que ninguém ultrapassava, apenas David tinha acesso a mim, as outras pessoas me pareciam distantes e diferentes, eu não fazia por querer, mas meu corpo bloqueava o mundo como uma proteção para não desmoronar. Eu precisava ser forte e eu seria forte.

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