Capítulo XXXII

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Lauren POV

Pequena. Indefesa. E, no mais profundo sono.

Anabella dormia tranquilamente em seu berço enquanto eu velava seu sono. Respirei profundamente e meus pulmões foram atingidos pelo cheiro de minha princesa. Não há palavras para definir as emoções que por minhas veias corriam. Ser mãe transcende qualquer explicação.

- Você está aí... – Camila disse baixinho quando abriu a porta do quarto. – Por que não me surpreendo? – entrou no ambiente, aproximando-se de mim.

- Eu não consigo deixa-la sozinha por muito tempo. – confessei, meus olhos vidrados em minha pequena. – Ela é tão pequenina e dependente. – levei minha mão até seu rosto e o acaricie. Anabella era o reflexo da Camila, com exceção dos seus cabelos que eram negros, mas minha filha tinha os mesmos olhos, a mesma tonalidade de pele e sua boca foi esculpida pelo mesmo molde do da Camila. - Por meses sonhei com seu rosto e agora que a tenho em presença não consigo me fazer ausente. – olhei para o lado e Camila sorriu terna.

- Uma mãe muito babona... – apertou minha bochecha, fiz careta por reflexo. – Sua mãe chegou acompanhada da sua irmã e seu cunhado, que tal deixar nossa menina em seu profundo sono e descer para falar com eles. – ela deslizou sua mão pela minha até entrelaçar nossos dedos, beijando meu ombro, em seguida.

- Não quero sair daqui... – resmunguei dengosa.

- Que bebê mais resmungão é minha mulher. – mordeu meu ombro. – Vamos, amor... Daqui a pouco você sobre porque tenho certeza que todos vão querer vê-la.

- Não sei porque aceitei esse churrasco. – torci a cara, minha mente viajando para toda a barulheira e um monte de gente falando alto com as mãos lotadas de bactérias depois querendo pegar, beijar e cheirar minha filha, senti um calafrio só em imaginar a cena, minha pequena totalmente indefesa passando de mão em mão como se fosse uma boneca ou um artigo de exibição. Bufei sem conseguir conter aqueles pequenos pensamentos que torrava meu juízo. - A música, o barulho vão despertar a menina e depois ela vai ficar enjoadinha e resmungona e nada vai fazê-la se acalmar...

- Então a super-mãe Lauren Jauregui aparece e canta para nossa menina... Você viu como ela dormiu mais rápido com você cantando? – abri um sorriso largo ao lembrar. – Ela tem o sono pesado como o meu, não se preocupe, meu amor, mas se ela acordar tenho certeza que conseguiremos contornar a zanga dela. – beijou a área onde mordeu um minuto antes. – Sua preocupação excessiva lembra alguém?

- Quem? – virei o rosto para encará-la.

- Eu! – sorriu colocando a língua entre os dentes, meu coração amoleceu com aquele pequeno gesto, era meu ponto fraco. – Você sempre dizia que eu precisava dar mais liberdade a David e deixa-lo ser criança, agora, o jogo virou, e, eu digo para que você – pincelou seu dedo em meu nariz. –, não seja protetora demasiadamente, nada vai acontecer com a Ana. – elevou-se um pouco e beijou meu nariz. – Vai ficar tudo bem. – selou nossos lábios em um beijo terno.

- Achei! – David disse assim que abriu a porta, sua voz soou baixa para não acordar a irmã. – Vovó Sinu e vovó Clara estão precisando da ajuda de vocês na cozinha. – ele se aproximou do berço. – tia Dinah ligou e está a caminho junto com o tio Siope e os gêmeos, ela disse que só vai demorar um pouco porque vai dar uma carona a tia Mani e ao tio Guilherme.

- Por que? – indaguei curiosa.

- Não sei, ela não explicou. – deu de ombros. – Batatinha ainda dorme? – perguntou frustrado.

Desde que Camila retornou do hospital David se frustrava com o fato de sua irmã sempre estar dormindo quando ele estava em casa ou acordado, pois no tempo que ele passava na escola, ela estava entre dormir e reclamar de fome ou porque estava suja. E tudo o que meu filho queria era passar horas e horas lendo para ela e conversando com ela. Mas para sua cabecinha de dez anos, sua irmã não havia gostado muito dele por isso preferia dormir sempre.

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